Ao anunciar a sobretaxa, Trump enviou uma carta ao presidente Lula.
Marianna Holanda, Brasília, Df (folhapress) - 15/07/2025 18:31:49 | Foto: Agência Câmara
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse nesta terça-feira (15) ter paixão pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e que gostaria de conversar com ele sobre a tarifa de 50% imposta sobre todos os produtos brasileiros a partir de 1º de agosto.
Ele afirmou também que ninguém comemora a tarifa e negou que ele ou seu filho Eduardo Bolsonaro (PL-SP), deputado licenciado, tenham atuado para isso. As declarações foram dadas em entrevista ao site Poder360.
O deputado licenciado, que está nos EUA desde março em mobilização para que o governo americano pressione o Brasil sobre o caso do seu pai, tem vinculado qualquer negociação sobre a sobretaxa a uma "anistia ampla, geral e irrestrita".
Réu no caso da trama golpista no STF (Supremo Tribunal Federal), Bolsonaro está sem passaporte. Como mostrou a coluna Mônica Bergamo, o governador Tarcísio de Freitas, de São Paulo, chegou a sugerir a ministros da corte a devolução do documento para Bolsonaro, o que foi mal interpretado pelos magistrados.
"O que passa na cabeça do Trump não sei, ele é imprevisível. Eu gosto dele, eu sou apaixonado por ele. Sou apaixonado pelo povo americano, pela politica americana, pelo pais que é os Estados Unidos, nunca neguei isso desde meus tempos de garoto", disse na entrevista nesta terça .
"Ele me tratava, me trata como irmão, e ele botou naquela carta primeira linha meu nome. Está sendo caça as bruxas ou não?", questionou. Mais cedo, Trump disse nos Estados Unidos que Bolsonaro não é seu amigo, mas é um bom homem.
Ao anunciar a sobretaxa, Trump enviou uma carta ao presidente Lula (PT), na carta na qual criticou o STF (Supremo Tribunal Federal) e saiu em defesa de Bolsonaro.
Trump abre a carta mencionando seu relacionamento com o ex-presidente, a quem chama de "líder altamente respeitado". Ele critica o julgamento do ex-presidente pelo STF no caso da trama golpista classificando-o como uma "caça às bruxas" e "vergonha internacional".
Durante a entrevista, Bolsonaro primeiro disse que não iria interferir na tarifa, mas depois demonstrou abertamente interesse em conversar com o presidente dos Estados Unidos.
"Não vou interferir, não vou dar palpite na vida do Trump, tenho profunda gratidão por ele, tivemos excelente relacionamento, conversamos sobre muitas coisas pelo mundo, fizemos muitos planos, parece até que estávamos namorando", declarou inicialmente.
Depois, ele afirmou que, durante seu governo, conseguiu reverter uma tentativa do Trump de taxar o aço brasileiro e que gostaria de conversar com o americano sobre isso, mas que precisaria ter liberdade para isso.
"Se continuar o Brasil avançando rumo à esquerda, Lula falando besteira o tempo todo, essa taxa de 50% que pode ser diminuída, acho que tenho poder de resolver esse assunto. Parte dele, mas tenho que ter liberdade para conversar com Trump, no momento nem passaporte eu tenho", afirmou.
Comentários para "Bolsonaro diz ter paixão por Trump, pede 'liberdade' para falar com ele e nega ação de Eduardo":