Prates não quis adiantar que tipos de ativo interessam à Petrobras na Venezuela, ao argumentar que a decisão sobre o fim das sanções acaba de ser anunciada
Agência Xinhua Brasil - 21/10/2023 19:16:45 | Foto: © Fernando Frazão/Agência Brasil Economia
O presidente da brasileira Petrobras, Jean Paul Prates, afirmou nesta quinta-feira que o fim das sanções dos Estados Unidos à Venezuela leva a estatal a "pensar seriamente" em voltar a investir no país vizinho, apontado como dono das maiores reservas de petróleo do mundo.
"Vamos colocar a Venezuela no mapa de novo", afirmou Prates, em um evento, acrescentando que a avaliação "absolutamente não tem nada a ver com questões ideológicas e afinidades políticas".
A estatal brasileira já foi sócia da venezuelana PDVSA em projetos de exploração de petróleo naquele país e na Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, mas a parceria acabou não indo para frente.
Nessa quarta-feira, os Estados Unidos anunciaram o fim das sanções impostas à Venezuela sob a promessa de que o país fará eleições livres monitoradas pela comunidade internacional.
O documento do Departamento do Tesouro norte-americano derruba proibições de transações comerciais com empresas controladas pela PDVSA, incluindo a compra de petróleo venezuelano e parcerias em projetos de exploração e produção naquele país.
Na avaliação de Prates, o governo de Joe Biden vê na Venezuela uma alternativa de suprimento futuro de petróleo, quando as reservas não convencionais que tornaram os Estados Unidos um dos maiores produtores globais começarem a declinar.
"Os Estados Unidos estão olhando 30 anos à frente, não estão olhando agora", afirmou. "A Venezuela é um dos países que têm condições de produzir as últimas gotas de petróleo do mundo. Se atrasar esse processo, vai perder o trem da história", comentou.
Segundo o presidente da Petrobras, a Venezuela vai precisar de investimentos para recuperar a deteriorada indústria de petróleo do país e a estatal brasileira pode ajudar nesse processo, considerando uma visão de integração energética latino-americana.
"Temos recursos importantes na Venezuela, na Bolívia, a Colômbia tem gás... O que a gente faz com isso? O petróleo não vai acabar de uma hora para a outra", disse. "Nós, o Brasil, e dentro do Brasil, a Petrobras, seremos protagonistas dessas discussões. Aí, vamos tomar decisões", afirmou.
Não obstante, Prates não quis adiantar que tipos de ativo interessam à Petrobras na Venezuela, ao argumentar que a decisão sobre o fim das sanções acaba de ser anunciada.
O presidente da Petrobras já vinha sinalizando o interesse da empresa brasileira de voltar ao país vizinho, especialmente depois que a empresa norte-americana Chevron reiniciou suas atividades na Venezuela quando as sanções ainda estavam em vigor.
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