Com Tarciso e bandeiras dos EUA, bolsonaristas pedem anistia na Av. Paulista

Livrar o ex-presidente Bolsonaro da cadeia foi o principal assunto do ato de extrema direita

Com Tarciso e bandeiras dos EUA, bolsonaristas pedem anistia na Av. Paulista
Com Tarciso e bandeiras dos EUA, bolsonaristas pedem anistia na Av. Paulista

 por caroline Oliveira - Portal Bdf - 07/09/2025 18:42:07 | Foto: Tarcísio, Malafaia e Milchelle Bolsonaro estiveram na Avenida Paulista - Caroline Oliveira

Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se reuniram na Avenida Paulista neste domingo (7) para pedir anistia aos condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no processo sobre a tentativa de golpe de Estado no Brasil. Uma enorme bandeira dos Estados Unidos e camiseta do presidente do país, Donald Trump, que vem atacando comercialmente o Brasil, vendidas por R$ 60, marcarem o evento, atendido pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas

Ao lado da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e do pastor Silas Malafaia, organizador do evento, Tarcísio afirmou que a iminente condenação de Bolsonaro é uma ferida que nunca vai fechar. “Esse processo está viciado. Assim como foi 1979, [desta vez] tem que ser ampla e irrestrita. Tem que garantir a liberdade. Tem que fazer a gente se encontrar com a nossa tradição de pacificação. O país vai se livrar das garras do PT”, disse Tarcísio que, depois de ir a Brasília, se encontrou com o presidente Lula para o lançamento do edital do Túnel Santos-Guarujá.


“Será que a gente está vivendo um Estado livre? Um estado democrático? Certamente não. E é esse cenário que a gente precisa mudar, e é por isso que a gente está aqui defendendo a anistia. Qual é o recado que vocês querem dar para o Hugo Motta hoje? Presidente nenhum pode conter a vontade da maioria do plenário, de mais de 350 deputados. Eu tenho certeza que ele vai pautar a anistia, disse Tarcísio.

Articulação no Congresso Nacional

Na Paulista, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, afirmou ao Brasil de Fato que a anistia deve ser aprovada no Congresso Nacional após o fim do julgamento. “Nós temos maioria. Vamos aprovar depois do julgamento”, disse o comandante da sigla.

O deputado federal Sóstenes Cavalcante (RJ), líder do PL na Câmara, que o seu “grande sonho” é conseguir uma data para a aprovação. “Conversei com Hugo Motta [presidente da Câmara] na sexta-feira, mas não consegui ainda a data. O meu sentimento é que será logo após o julgamento, na semana seguinte. Esse é meu sentimento”, disse. “Nós temos já uns 300 votos na Câmara para aprovar. Eu tenho certeza que vai chegar no Senado com essa força também e o Alcolumbre [presidente do Senado] não vai conseguir segurar.”

Se aprovada, a anistia deve ter a sua constitucionalidade questionada no STF. Diante desse cenário, Cavalcante afirmou que “este é um trabalho que está sendo feito pelos presidentes de partido junto aos ministros do STF”.

Mais cedo, o deputado federal Guilherme Boulos (Psol-SP) afirmou em outro ato na capital paulista, que a anistia não passa no Senado. “Eles até podem supor que, com o apoio de deputados do PP e do União Brasil, construam maioria na Câmara. Mas no Senado não passa. Não passa porque não há clima na sociedade. Essa turma tentou dar um golpe de Estado e fracassou. Antes, subiam em caminhões de som e posavam de valentões. Agora, imploram por anistia”, disse na manifestação de setores da esquerda na manhã deste domingo (7) na Praça da República.

“Vejam o papel lamentável de Tarcísio de Freitas, que corre a Brasília para puxar o saco de Bolsonaro na esperança de ser ungido candidato à Presidência. O Brasil inteiro está vendo. Ele pode até querer, no ano que vem, posar de moderado, mas não cola: todos sabem o papel vergonhoso e golpista que ele cumpre”, disse o deputado ao chegar para o ato na República.

Semana de julgamento

A manifestação foi realizada em meio ao julgamento de Jair Bolsonaro (PL) e outros sete réus pela trama golpista na Primeira Turma da Corte. A expectativa é que o julgamento que iniciou no dia 2 de setembro seja finalizado no próximo dia 12. Até o momento, as defesas dos acusados e a Procuradoria-Geral da República (PGR) já fizeram as suas sustentações orais, e o ministro Alexandre de Moraes já leu o seu relatório a favor da condenação. Agora, os ministros votarão a favor ou contra o documento.

Se condenado, o ex-presidente pode pegar até cerca de 40 anos de prisão pela trama golpista. Entre os bolsonaristas, a esperança recai sobre a aprovação da anistia.

Em cima do trio elétrico, o ato bolsonarista, como de costume, também fez críticas ao ministro Alexandre de Moraes, relator da ação contra penal da trama golpista no STF, e ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). No asfalto, apoiadores repetiam as palavras de ordem e carregavam as bandeiras do Brasil, dos Estados Unidos e de Israel.

Editado por: Rodrigo Durão Coelho

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