COP30 precisa acelerar ritmo dos planos de adaptação, diz chefe de clima da Organização das Nações Unidas

Ao apresentar relatório sobre Planos Nacionais de Adaptação, em Brasília, Simon Stiell disse que conferência será “teste da solidariedade internacional”; 67 nações entregaram estratégias de adaptação; 23 são Países Menos Desenvolvidos e 14 Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento

COP30 precisa acelerar ritmo dos planos de adaptação, diz chefe de clima da Organização das Nações Unidas
COP30 precisa acelerar ritmo dos planos de adaptação, diz chefe de clima da Organização das Nações Unidas

Agência Onu News - 22/10/2025 08:25:42 | Foto: WFP/Evelyn Fey

A adaptação às mudanças climáticas não é opcional nem é caridade, ela é absolutamente essencial. Essa é a opinião do secretário-executivo da ONU para Mudança Climática, Simon Stiell.

Falando de Brasília, onde apresentou o Relatório de Progresso sobre Planos Nacionais de Adaptação, ele disse que a 30ª Conferência da ONU sobre Mudança Climática, COP30, marcada para novembro, em Belém do Pará, deve focar em “acelerar o ritmo”.

Conferência no Brasil será “teste da solidariedade global”
O chefe de clima acredita que a adaptação será uma questão central na conferência e espera que as partes cheguem a um acordo sobre indicadores e trabalhem para fechar a lacuna de financiamento.

Stiell adicionou que o roteiro para mobilizar US$ 1,3 trilhão será fundamental na COP30 e que o evento será um “teste fundamental da solidariedade global”.

O secretário-executivo pediu que a conferência sirva para mostrar que as nações estão totalmente a bordo da cooperação climática, para estimular uma implementação mais rápida e ampla e para conectar a ação climática à vida real.

Impactos mais “intensos e desiguais”
O chefe do Unfccc, ressaltou que a cada ano, os impactos das mudanças climáticas se tornam “mais intensos e desiguais”.

Ele contou que em agosto voltou para a ilha de Carriacou, em Granada, onde nasceu.

O local foi devastado pelo furacão Beryl, no ano passado. Segundo ele, a situação lá é “preocupante” e embora “o espírito do povo seja incrivelmente forte, muitos continuam lutando para reconstruir suas vidas”.

O chefe de clima ressaltou que adaptação significa proteger as comunidades do agravamento de inundações, secas, incêndios florestais e tempestades, e ao mesmo tempo, proteger as economias.

Ele enfatizou que cadeias de suprimentos globais, sistemas alimentares, instalações vitais de saúde e segurança energética dependem da resiliência climática.

O “poder transformador” de investir em resiliência climática
Para Stiell, o investimento em adaptação vai além de proteger vidas e meios de produção, pois permite que “comunidades e países prosperem apesar das mudanças climáticas”.

Ele declarou que os Planos Nacionais de Adaptação são fundamentais para liberar esse “poder transformador” de investir em resiliência climática.

O relatório apresentado, nesta terça-feira em Brasília, revela que quase todos os países em desenvolvimento estão trabalhando em seus planos de adaptação.

Dentre eles, 67 fizeram a entrega formal do documento à Comissão das Nações Unidas para a Mudança Climática, Unfccc, incluindo 23 dos Países Menos Desenvolvidos e 14 Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento.

Stiell caracterizou este quadro como um “grande compromisso coletivo”, apesar da capacidade e dos recursos muito limitados.

“Os investidores não têm mais desculpas”
Além disso, ele destacou que a adaptação está sendo cada vez mais integrada aos planos nacionais de desenvolvimento e que os países estão implementando mecanismos de coordenação, estratégias de financiamento e sistemas de monitoramento.

O secretário-executivo da Unfccc também mencionou aspectos preocupantes do relatório, com destaque para a dificuldade que muitos países ainda enfrentam para acessar financiamento. Alguns dos desafios são processos de aprovação complexos, suporte fragmentado e dependência excessiva de especialistas externos.

Stiell afirmou que esses planos esclarecem, país por país, setor por setor, quais são as prioridades, necessidades e oportunidades, portanto, “os investidores não têm mais desculpas”.

*Felipe de Carvalho é redator da ONU News Português.

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