Dia Internacional das Pessoas Afrodescendentes celebra década até 2034

Exclusão digital

Dia Internacional das Pessoas Afrodescendentes celebra década até 2034
Dia Internacional das Pessoas Afrodescendentes celebra década até 2034

Agência Onu News - 01/09/2025 09:11:53 | Foto: Unicef/Matthew K. Firpo

Em mensagem, secretário-geral ressaltou legados da escravidão, colonialismo e “injustiças persistentes”; para António Guterres os próximos 10 anos devem ser marcados por “ação para justiça, igualdade e dignidade” desse grupo; Unfpa no Brasil ressalta barreiras para as descendentes de africanos.

A segunda Década para Pessoas Afrodescendentes, que começa este ano e termina em 2034, deve ser um tempo de ação por justiça, dignidade e igualdade.

A declaração é do secretário-geral da ONU, António Guterres, para marcar o Dia Internacional sobre o tema, celebrado neste 31 de agosto.

Exclusão digital
Em mensagem, o líder das Nações Unidas lembrou as contribuições extraordinárias dos afrodescendentes em todas as esferas da atividade humana, mas disse que o grupo também sofre “injustiças persistentes”.

Guterres citou os legados da escravidão e do colonialismo que lançam sombras profundas – visíveis no racismo sistêmico, nas economias e sociedades desiguais e na exclusão digital. Segundo ele, o preconceito racial também “é codificado em algoritmos.”

A informação, aliás, é um dos desafios para muitas mulheres e meninas afrodescendentes, segundo a especialista em saúde sexual e reprodutiva do Fundo das Nações Unidas para a População, Unfpa, no Brasil.

Gravidez e jovens
Nesta entrevista à ONU News, de Brasília, Anna Cunha fala de brechas marcadas pela raça e estrato social, que levam a desafios como gravidez na adolescência, que representa 12% de todas as gravidezes no país.

“Se a gente tem disparidades ainda em acesso à informação. Esse acesso à informação é um desafio ainda maior entre adolescentes negras e entre adolescentes indígenas e afrodescendentes de uma forma geral.”

Segundo o Unfpa, ao lado da Colômbia e do Suriname, o Brasil é um dos poucos países na região das Américas que coletam dados sobre saúde materna desagregados por etnia e raça.

Para Anna Cunha, o acesso à informação é beneficiado pelos dados, mas também passa por uma linguagem mais acessível aos jovens.

“É fundamental que adolescentes e jovens se engajem nesse processo. É preciso garantir que políticas públicas tenham uma linguagem amigável a adolescentes e jovens, que promova esse engajamento da juventude. Então, essa linguagem precisa ser atrativa. Hoje em dia, o mundo digitalizado é muito dinâmico.”

Hora de corrigir erros
Em sua mensagem, o secretário-geral da ONU lembra que, 80 anos após a criação das Nações Unidas, é preciso reafirmar a “igualdade de direitos e a dignidade inerente a todo ser humano”.

Ele ressalta que a adoção da Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial fez 60 anos. E que “já passou da hora de corrigir erros históricos.”

A ONU condena o uso excessivo da força e práticas violentas por agentes de segurança contra africanos e descendentes de africanos.

A Segunda Década para Pessoas Afrodescendentes começou em 1 de janeiro deste ano e termina em 31 de dezembro 2034.

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