Covid-19 expôs a grande injustiça da falta de compensação pelo trabalho de criar filhos e tomar conta de outras pessoas
Agência Onu News De Noticias - 19/09/2021 10:05:54 | Foto: Unicef/Fouad Choufany
Dia Internacional da Igualdade Salarial ressalta ação contra a disparidade de gênero; mulheres ganham cerca de 80 centavos a menos por cada dólar em comparação aos homens em trabalho similar.
Este 18 de setembro é o Dia Internacional da Igualdade Salarial. Na celebração da data, as Nações Unidas destacam que devem ser eliminadas os desequilíbrios de gênero nessa questão, aproveitando a oportunidade de recuperação da pandemia.
Para o secretário-geral, a Covid-19 expôs a “grande injustiça da falta de compensação pelo trabalho de criar filhos e tomar conta de pessoas que não podem cuidar de si mesmas, que em grande parte é realizado por mulheres.”
O líder das Nações Unidas destaca que ao se retirar funções de trabalho do cuidado de saúde da economia formal para o setor doméstico, a pandemia exacerbou disparidades salariais entre homens e mulheres.
ONU Mulheres/Piyavit Thongsa-Ard Disparidades
Secretário-geral faz apelo por maior determinação pelo fim da discriminação e dos estereótipos de gênero
Muitas delas tentam manter empregos remunerados, ao mesmo tempo em que criam os filhos, lidam com a educação online e prestam cuidados a familiares doentes ou vulneráveis sem compensação material.
Para António Guterres, o investimento na economia do cuidado ajuda a diminuir a diferença salarial. O benefício é a criação de empregos sustentáveis, ao mesmo tempo que se permite que mulheres possam participar da força de trabalho remunerada.
A mensagem destaca que profissionais de saúde de sexo feminino estão na linha de frente contra o vírus. Frequentemente, estas ganham menos do que os homens, não têm poder de decisão e são mais expostas à violência e ao assédio.
Mesmo com a igualdade de remuneração, as mulheres ganham em média apenas 80 centavos para cada dólar que os homens ganham em trabalho de igual valor. Esse valor é ainda menor para mulheres negras e com filhos.
Opas
Mulheres continuam realizando grande parte dos cuidados não remunerados.
Para o chefe da ONU, o momento de abordar a pandemia é uma oportunidade de numa geração para estabelecer “um novo contrato social que defenda os direitos humanos das mulheres, incluindo o direito a salário igual”.
Guterres defende que essa “é uma questão de justiça e uma responsabilidade para todos”. O secretário-geral apela a determinação pelo fim da discriminação e dos estereótipos de gênero, que contribuem para a disparidade salarial.
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