Em Brasília, tempo seco estimula animais silvestres saírem do seu habitat

Nesta época de seca, é comum ver saruês andando pelas casas em busca de alimento

Em Brasília, tempo seco estimula animais silvestres saírem do seu habitat
Em Brasília, tempo seco estimula animais silvestres saírem do seu habitat

Rafael Secunho, Da Agência Brasília | Edição: Rosualdo Rodrigues - 29/08/2021 17:14:48 | Foto: Divulgação BPMA

Em seis meses, mais de 1,5 mil animais já foram capturados em área urbana e devolvidos à natureza

Faz parte do dia-a-dia do Batalhão de Polícia Militar Ambiental (BPMA) o resgate permanente de animais silvestres por todo o Distrito Federal. Espécies que deixam seus habitats naturais e são encontrados em áreas residenciais e comerciais a todo momento. Entre janeiro e julho deste ano, já foram mais de 1.500 animais ‘salvos’. Cobras, macacos, capivaras, aves variadas e saruês são os mais comuns. ( Veja o quadro )

A equipe de militares, depois de acionada pela população, vai ao local com equipamentos como gaiolas, pinças de aço e redes. O objetivo é preservar o animal e devolvê-lo à natureza. “Olhamos o animal e avaliamos o estado físico dele. Normalmente, está muito arisco diante da situação”, explica o comandante do BPMA, coronel Fábio Pereira.

“A expansão urbana no DF gerou a ocupação de áreas que originalmente eram dos bichos. Isso impacta a vegetação nativa e prejudica os animais”Victor Santos, diretor de Fiscalização de Fauna do Brasília Ambiental

“Se não tem qualquer lesão, ele logo é reintroduzido ao habitat natural. Se está lesionado, encaminhamos ao zoológico para recuperação. É um grande parceiro nosso”, complementa. Pereira lembra que no caso de tráfico de animais, os infratores respondem pelo crime e os bichos são encaminhados ao Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), órgão do Ibama.

“Nesta época de seca, é muito comum ver saruês andando pelas casas em busca de alimento. Ou macacos-prego que comem frutas em árvores perto do batalhão, na Candangolândia”, lembra o policial. No mês passado, um ouriço-cacheiro (tipo de porco-espinho) foi visto numa rua de Taguatinga sendo ‘atacado’ por um cão. “Os bichos usualmente vêm até a área urbana atrás de abrigo, alimento ou para a proliferação da espécie”, observa Pereira.

No primeiro semestre, 1.581 animais foram resgatados no DF

Ao encontrar um animal silvestre, a polícia ambiental recomenda alguns cuidados, como, por exemplo, afastar os bichos domésticos. “Cães e gatos devem ser trancados, pois tendem a brigar com ele”, recomenda o comandante do batalhão. “Além de, é claro, não se aproximar. Não se sabe se o animal é peçonhento e ele pode vir a atacar”, finaliza.

Quem encontrar algum animal silvestre fora de seu habitat natural deve acionar o BPMA pelo telefone 190. O serviço funciona durante 24 horas diariamente.

Expansão urbana

Na avaliação do Brasília Ambiental, esse movimento dos animais silvestres para locais habitados é crescente e explicado, principalmente, pela ocupação desordenada do solo. “A expansão urbana aqui no DF gerou a ocupação de áreas que originalmente eram dos bichos. Isso gera impacto na vegetação nativa e prejudica muito os animais”, pontua o diretor de Fiscalização de Fauna do instituto, Victor Santos.

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O ambientalista reforça que as “cidades verdes” permitem uma convivência mais harmônica entre o ser humano e o animal. E, segundo Victor, o trabalho é o de preservá-las. “É necessário coordenar melhor esse tipo de ocupação. Monitoramos as áreas de preservação e órgãos de fiscalização, como o DF Legal, têm o papel de retirar ocupações irregulares em locais não-permitidos”, lembra.

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