Cada Estado definirá cronograma e agendamento da vacinação, que começou nesta segunda-feira, 18, para profissionais da linha de frente no combate ao coronavírus; ainda não é hora de correr para os postos de saúde
Estadão Conteúdo - 30/01/2021 20:18:16 | Foto: Reprodução
A vacinação nacional contra a covid-19 começou nesta segunda-feira, 18 , a partir das 17h, de acordo com o Ministério da Saúde. A distribuição das doses da Coronavac para cada Estado foi iniciada na manhã de segunda. Após o recebimento, os governos de todos os Estados já iniciaram a vacinação que, nesta primeira etapa, é voltada somente para os grupos prioritários : profissionais de saúde da linha de frente no combate ao coronavírus, idosos que vivem em asilos e indígenas.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa ) liberou no domingo, 17, o uso emergencial de 8 milhões de doses das vacinas Coronavac (6 milhões) e Oxford/Astrazeneca (2 milhões). As doses da vacina de Oxford, que serão importadas da Índia, ainda não têm previsão de chegada ao País.
Logo após a aprovação da Anvisa, o Estado de São Paulo iniciou a imunização de profissionais da saúde . Na segunda-feira, 18, a campanha de vacinação começou oficialmente no complexo do Hospital das Clínicas, voltada exclusivamente para os profissionais da linha de frente.
O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, autorizou o início do Plano Nacional de Imunização nesta segunda-feira, 18. No domingo, 17, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), fez um evento que deu o pontapé inicial para a camapanha e começou a aplicação de doses em profissionais de saúde na capital paulista. A campanha segue com a vacinação desse grupo no Hospital das Clínicas da capital e em hospitais de referência de outras cidades do interior. Entre segunda e terça-feira, após alguns atrasos, todos os Estados iniciaram a vacinação .
Neste momento, somente os grupos considerados prioritários (veja abaixo) serão imunizados. A vacina ainda não está disponível amplamente, então não se dirija a um posto de saúde.
Conforme o Ministério da Saúde, os primeiros a receber as vacinas são os profissionais de saúde da linha de frente do combate à covid-19, idosos com mais de 60 anos que vivem em instituições de longa permanência; pessoas a partir de 18 anos de idade com deficiência, que vivem em residências inclusivas e indígenas que vivem em terras indígenas. Quilombolas foram tirados da lista pelo ministério, mas o governo de São Paulo decidiu que eles também serão vacinados em São Paulo. As pessoas desses grupos vão receber a imunização nos locais onde vivem/trabalham, sob a coordenação de cada município. O número limitado de doses disponíveis no momento obrigou o ministério a priorizar indivíduos com mais risco. São cerca de 156,8 mil idosos que vivem em instituições de longa permanência e representam apenas 0,5% do total de idodos no País.
Ainda não foi definido. Isso vai depender da disponibilidade das doses de vacina. O governo de São Paulo tinha divulgado ainda no ano passado um cronograma com datas conforme a faixa etária. Havia uma previsão de que idosos com mais de 75 anos começariam a ser vacinados em 8 de fevereiro. Mas como há poucas doses da Coronavac no Brasil e elas estão sendo compartilhadas com todo o País via Ministério da Saúde e ainda há um atraso na chegada de novos insumos, este cronograma original foi alterado e novas datas ainda serão anunciadas pelo governo paulista .
Ao longo da campanha de vacinação, sim. Mas neste primeiro momento serão apenas os que estão na linha de frente do combate à pandemia, as equipes que estiverem inicialmente envolvidas na vacinação dos grupos elencados para as 6 milhões de doses; os trabalhadores das instituições de longa permanência de idosos e de residências inclusivas. O critério para definir os grupos prioritários foi o grau de exposição à infecção e de maiores riscos para agravamento e óbito pela doença.
Nesse grupo dos trabalhadores da saúde estão incluídos, além de médicos e enfermeiros, também nutricionistas, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, biólogos, biomédicos, farmacêuticos, odontólogos, fonoaudiólogos, psicólogos, assistentes sociais, profissionais da educação física, médicos veterinários e seus respectivos técnicos e auxiliares. Assim como os trabalhadores de apoio, como recepcionistas, seguranças, pessoal da limpeza, cozinheiros e auxiliares, motoristas de ambulâncias e outros que trabalham nos serviços de saúde, mas que não estão prestando serviços direto de assistência à saúde das pessoas.
De acordo com Ministério da Saúde, a vacina será ofertada para acadêmicos em saúde e estudantes da área técnica em saúde que estejam em estágio hospitalar, de atenção básica e clínica, assim como aos profissionais que atuam em cuidados domiciliares como os cuidadores de idosos e doulas/parteiras, bem como funcionários do sistema funerário que tenham contato com cadáveres potencialmente contaminados.
Neste momento, o pré-cadastro no site VacinaJá é voltado somente para o público alvo da 1ª fase da vacinação, ou seja: profissionais de saúde e indígenas. O pré-cadastro não é um agendamento, mas é voltado para agilizar o atendimento nos locais de vacinação e evitar a formação de aglomerações. Quem não fizer o pré-cadastro, porém, também poderá se vacinar, mas terá de fazer o cadastro completo na unidade de vacinação.
Cada Estado definirá os postos de vacinação. O governo de São Paulo divulgou neste domingo a operação que começou oficialmente nesta segunda-feira com a imunização de trabalhadores de saúde de seis hospitais de referência no combate à covid-19: Hospitais das Clínicas da Capital e de Ribeirão Preto (USP), de Campinas (Unicamp), de Botucatu (Unesp), de Marília (Famema) e Hospital de Base de São José do Rio Preto (Funfarme). Ou seja, ainda não é hora de se dirigir a postos de vacinação em busca de vacinação ou até mesmo de informações complementares.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) liberou no domingo o uso emergencial de 6 milhões de doses da Coronavac , desenvolvida pelo laboratório Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, e de dois milhões de doses da vacina da Universidade de Oxford , desenvolvida pela AstraZeneca, em parceria com a Fiocruz. Não há, porém, doses do imunizante britânico no Brasil ainda – o governo federal tenta importar dois milhões de doses do produto da Índia, mas o governo do país asiático ainda não liberou o produto.
Sim. Inicialmente, a vacina será aplicada apenas pelo Sistema Único de Saúde, de forma gratuita a toda população.
Ainda não há previsão de compra das vacinas aprovadas pelas clínicas particulares. A autorização da Anvisa para uso emergencial é restrita para a rede pública de saúde.
Quanto maior o número de pessoas vacinadas, mais rápido terminará a pandemia. Isso porque diminuirá a circulação do vírus e maior parte da população fica protegida. De acordo com a rede Todos pelas Vacinas, "para uma vacina ser eficaz no indivíduo e na comunidade, ela deve cobrir uma porção determinada da população. Essa quantidade de pessoas depende do tipo de vacina e do patógeno. Uma cobertura vacinal alta previne pessoas vulneráveis a infecções, como pacientes com o sistema imunológico debilitado, recém-nascidos e idosos." Esse fenômeno de proteção indireta é o que ficou conhecido como "imunidade de rebanho".
Sim. Todas as vacinas aprovadas no Brasil contra o coronavírus passaram pelos testes de segurança e foram reconhecidas como seguras pela Anvisa. Os eventos adversos em geral apresentados já em bula são leves. Os mais comuns são dores no local da aplicação e às vezes febre baixa, além de fadiga e dor de cabeça. "Mesmo que existam casos relatados com evolução para alguma gravidade, a chance disso ocorrer é pequena e o risco é totalmente compensado pelos benefícios obtidos com a vacina", explica a rede Todos pelas Vacinas. O grupo também frisa: vacinas não alteram DNA. Isso é impossível. "A gente pode ficar muito tranquilo. Nenhuma vacina vai fazer mal para ninguém, não vai transformar em jacaré. E o benefício que elas trazem para a sociedade supera absurdamente esses riscos mínimos", disse a microbiologista Natália Pasternak, da USP e do Instituto Questão de Ciência em live no Estadão.
Não. A imunidade que o nosso corpo desenvolve após contrair a doença ainda não está clara e pode durar pouco tempo, como sugerem os casos de reinfecção que vêm sendo relatados. Além disso, o risco de morrer ao contrair a covid-19 é de cerca de 1% – taxa que aumenta consideravelmente com a idade e com a ocorrência de comorbidades (como diabetes, hipertensão e obesidade). E mesmo quem se recupera da doença pode apresentar ainda por vários meses sintomas , como fadiga, além de outras sequelas mais graves . Então não vale a pena. Melhor tomar a vacina.
A chance com a vacina diminuiu, mas não 100%. O que os testes indicam, porém, é que mesmo se uma pessoa vacinada contrair a doença, os sintomas podem ser de leves a moderados, mas a chance de precisar de hospitalização diminui muito.
Os testes tanto com a vacina de Oxford quanto com a Coronavas tiveram poucos participantes idosos e ainda não foi possível concluir quanto elas são eficazes para eles, mas a segurança em geral foi similar. Recentemente, houve um alerta feito pelo governo da Noruega em relação à vacina da Pfizer. No último dia 14, a Agência Norueguesa de Medicamentos atualizou suas recomendações sobre quem deve receber a vacina após alguns idosos morrerem pouco tempo depois de serem vacinados. Mas não foi estabelecida uma relação causal entre as mortes e as vacinas. Desde o início da campanha de vacinação, no final de dezembro, 33 idosos que receberam a primeira dose morreram. Entre essas mortes, 13 foram analisadas de forma mais abrangente até agora se observou que eram “pessoas muito idosas, frágeis e gravemente doentes”, com mais de 80 anos. A diretora da autoridade de saúde norueguesa, Camilla Stoltenberg, lembrou que diariamente morrem 45 pessoas em lares de idosos no país e disse que não há evidências que a vacina tenha causado os óbitos recentes.
Não. A rede Todos pelas Vacinas explica: "Qualquer imunização é a provocação de uma resposta imune adaptativa (anticorpos e linfócitos de memória) através da inoculação de antígenos. Uma pessoa só está imune à uma doença se produzir anticorpos e linfócitos de memória. Hábitos saudáveis podem auxiliar na resposta imune eficaz, mas não imunizar".
A imunidade depende de cada vacina. Um imunizante geralmente demora de duas a três semanas para fazer efeito. As duas vacinas (Coronavac e Oxford/AstraZeneca) disponíveis no Brasil precisam de duas doses para atingir a eficácia total. No caso da Coronavac, as vacinas devem ser aplicadas com intervalo de 28 dias. Já a vacina de Oxford pode ter espaço de 21 dias a 3 meses entre as aplicações.
Considerando somente a Coronavac, a única vacina atualmente disponível no Brasil, será preciso aplicá-la em praticamente toda sua população apta a recebê-la (99%) para alcançar a imunidade coletiva – e assim deter a circulação do novo coronavírus no País, segundo cálculo do microbiologista Luiz Gustavo de Almeida, do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (USP) e do Instituto Questão de Ciência. Segundo Almeida, seriam necessários dez meses para que todos recebessem a primeira dose. Ou seja, se tudo der certo, a vacinação, considerando que são necessárias duas doses para imunização, só terá detido totalmente o vírus no 2º semestre de 2022.
Para a microbiologista Natália Pasternak, da USP, quando o número de doses disponíveis for grande o bastante para realmente conseguir atingir os grupos de risco, o primeiro impacto que pode ser sentido é a queda de hospitalização e de mortes. Talvez mais do meio do ano para o fim tenhamos redução de casos mesmo.
Não. Os próprios técnicos da Anvisa ressaltaram na reunião pública em que aprovaram o uso emergencial de ambas as vacinas – a Coronavac e a produzida por Oxford –, no domingo, que o País ainda está longe de vislumbrar um cenário em que as medidas de restrição impostas com base na ciência deixem de ser necessárias. Por isso, ainda é fundamental manter o isolamento sempre que possível, o distanciamento e usar máscara e álcool em gel.
Não. Os cuidados de distanciamento social continuam até que se alcance a imunidade de rebanho, ou seja, em que cerca de 60% a 70% da população esteja iminuzida. Como as vacinas não têm 100% de eficácia, ainda existe a chance de se infectar, então é preciso continuar se precavendo.
O lote inicial é de 6 milhões de doses da Coronavac, que começaram a ser distribuídas nesta segunda-feira. Esse lote será suficiente para a vacinação de só 0,5% dos idosos brasileiros e 34% dos profissionais de saúde do País. A inclusão, por exemplo, dos idosos de mais de 75 anos a esses grupos prioritários da primeira leva já aumenta a demanda para 54 milhões de doses.
O Instituto Butantan tem 4,8 milhões de doses em fase final de produção, mas aguarda nova autorização da Anvisa para uso emergencial. O pedido foi feito nesta segunda-feira, 18. Novas produções, porém, dependem da chegada de novas remessas do chamado Insumo Farmacêutico Ativo (IFA), o princípio ativo da vacina, que é importado da China. E ainda não dá previsão para a chegada de novas remessas. Por contrato, o governo do Estado deve receber da China, até abril, insumo para mais 46 milhões de doses da Coronavac. Segundo Dimas Covas, diretor do Butantan, até há a possibilidade de uma remessa a mais de material para 54 milhões de doses, mas esse repasse está condicionado a um pedido de compra do Ministério da Saúde, que até agora não foi feito.
O chamado Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) é o cerne das vacinas, o insumo principal de todo medicamento, é substância confere a atividade farmacológica à vacina ou a qualquer outro medicamento. No caso da Coronavac, é o próprio vírus inativado. No casa de Oxford, é um adenovírus modificado geneticamente para carregar com uma sequência genética do Sars-CoV-2. São eles que vão "enganar" o nosso corpo para produzir os anticorpos, que vão reagir se e quando o corpo for realmente contaminado. Os outros componentes presentes na vacina são chamados excipientes e, apesar de não serem responsáveis pela atividade farmacológica, são importantes para seu perfeito funcionamento até o final do prazo de validade.
O Brasil é totalmente dependente da China e da Índia, especialmente, na fabricação de insumos. No Brasil, não há uma política governamental para incentivar a produção dos insumos farmacêuticos ativos.
Os insumos devem ser enviados dentro do que foi acordado entre os governos e o Btantan e a Fiocruz. Os dois institutos têm tecnologia para transformar esse insumo em vacinas, mas sem a substância não poderão fazer nada.
O Brasil depende da chegada do insumo para que sejam produzidas as vacinas de Oxford e Coronavac no País. Com a demora na entrega, a campanha de imunização também sofre com atrasos.
No caso das vacinas do Butantan e da Fiocruz, os IFAs são o vírus inativado e o adenovírus, respectivamente, que serão os responsáveis por gerar a resposta imunológica. A tecnologia de fabricação do IFA é das empresas estrangeiras e ainda não foi transferida para o Brasil. O Brasil teria condições de produzir esses insumos, pois tem tecnologia e pesquisadores aptos para isso, mas é necessário investimento. As empresas estrangeiras investiram pesado para ter uma vacina tão rapidamente.
O Instituto Butantan tem capacidade para fabricar um milhão de doses por dia, de acordo com presidente do órgão, Dimas Covas. Mas, para isso, ainda depende de insumos feitos pelo laboratório chinês Sinovac, que precisam ser importados. A instituição estima que ainda demore dez meses para ter capacidade de produzir a vacina sem depender de insumos importados. O Butantan está construindo uma nova fábrica que seria capaz de produzir todos os insumos necessários para a fabricação de uma vacina 100% nacional: as obras foram iniciadas em novembro e devem ficar prontas até 3o de setembro.
Ainda não. A Fiocruz será a responsável pela produção da vacina de Oxford/AstraZeneca, mas não recebeu nenhuma remessa do Insumo Farmacêutico Ativo (IFA), o princípio ativo da vacina, para a produção. O produto ainda tem de vir da China. Com o atraso na chegada desses insumos, a Fiocruz adiou de fevereiro para março a previsão de entrega das primeiras doses da vacina que serão produzidas no Brasil. A previsão da Fiocruz, quando estiver de posse do IFA, é fabricar 100 milhões de doses.
Essa taxa significa que a vacina reduz pela metade o risco de adoecer. Essa é a capacidade da vacina de evitar casos sintomáticos de um modo geral, independentemente da gravidade. Com ela, a pessoa vacinada tem 50,38% menos chance de desenvolver a doença.
Esse número foi obtido com um recorte do estudo, que considerou a ocorrência de casos leves de covid-19 que demandaram alguma intervenção médica. Foram 31 casos assim no grupo placebo e apenas 7 no que foi vacinado. Ou seja, mesmo entre quem acabou ficando doente, a vacina reduziu em 78% a chance de ter uma doença leve que precise de assistência médica. Essa sim seria uma gripezinha.
As duas vacinas têm eficácia suficiente para ajudar no combate à pandemia. Nos testes, a vacina de Oxford foi administrada de duas formas diferentes: na primeira delas, os voluntários receberam metade de uma dose e, um mês depois, uma dose completa. Nesse grupo de voluntários, a eficácia foi de 90%. Já no segundo grupo, que recebeu duas doses completas da vacina, a eficácia foi reduzida a 62%. Esses dois resultados permitiram estimar que a eficácia média da vacina é de 70%.
Não será possível escolher qual vacina tomar. Elas estão sendo distribuídas por Estado e a distribuição está a cargo do Programa Nacional de Imunizações. Não há essa opção de escolher. Por enquanto, somente a Coronavac está disponível.
Segundo os especialistas, vai depender do caso. "Não há estudos que indiquem efeito prejudicial da aplicação das vacinas contra a covid-19 em grávidas. Porém, fique de olho: também não há, ainda, estudos que comprovem sua segurança neste grupo", aponta a rede Todos pelas Vacinas. Os estudos clínicos dos imunizantes aprovados para uso emergencial no Brasil não incluiu mulheres grávidas entre os voluntários. Caso pertença a algum grupo de risco – seja ela obesa, hipertensa ou diabética –, a mulher deve ser informada de que se trata de uma vacina nova, ainda não testada para o caso dela. Mas, mesmo assim, ser infectada pela covid-19 representa um risco maior que o de ser vacinada. A recomendação é de que as gestantes conversem com seus obstetras antes de tomar uma decisão. A Sociedade Brasileira de Infectologia chegou a fazer uma recomendação de que a Coronavac é segura para grávidas no terceiro trimestre. Mas isso não está em bula, nem está na recomendação do PNI.
As pessoas com febre devem aguardar para receber a vacina. Quem está tomando antibiótico deve conversar com o seu médico antes.
Pode. E quem já foi infectado deve sim tomar a vacina. Porque a imunidade natural ao vírus não é constante na população e não é mensurável. Algumas pessoas que tiverem uma forma leve da doença às vezes nem produzem muitos anticorpos, enquanto gente que teve uma forma mais grave pode ter uma resposta mais robusta. Quando se dá a vacina para a população como um todo, essa resposta fica padronizada e é mais garantido que de fato todo mundo está imunizado.
O Ministério da Saúde recomendou um intervalo mínimo de 14 dias entre as vacinas covid-19 e as diferentes vacinas do Calendário Nacional de Vacinação, visto que não foram feitos estudos de administração simultânea das vacinas.
Ainda não se sabe. Isso vai depender da disponibilidade de mais vacinas. Anteriormente, o Ministério da Saúde tinha informado que o cronograma seguiria a seguinte ordem: idosos a partir de 75 anos; pessoas de 60 a 74 anos; pessoas com comorbidades (doenças que aumentam o risco de agravamento da covid-19, como diabetes, hipertensão, doenças pulmonares e cardiovasculares; professores, forças de segurança e salvamento e funcionários do sistema prisional.
Por enquanto não. Além de ainda não terem sido feitos testes clínicos das vacinas com menores de 18 anos, o risco para essa faixa etária é considerado menor.
Ainda não se sabe.
Ainda não se sabe. Essa resposta só será obtida com o passar do tempo, depois que muitas pessoas estiverem vacinadas. Há o risco de que novas variantes do vírus possam acabar "driblando" a vacina e muitos especialistas estimam que com o tempo, seja necessário atualizar a vacina e reaplicá-la, como ocorre com as vacinas da gripe.
Mutações em vírus são esperadas e ocorrem com mais rapidez quando o vírus está se replicando muito, como ocorre em uma situação de pandemia. De vez em quando, podem ocorrer mutações que tornem o vírus mais transmissível, mais virulento ou mais agressivo. "Em geral as mutações não fazem grande diferença, mas se ela trouxer uma vantagem para o vírus, como ser mais transmissível, ao competir com as linhagens anteriores, ele ganha a briga. Se ele consegue se transmitir com mais eficiência, logo pode se tornar a linhagem prevalente", explica Natália Pasternak. "Até agora, a notícia é boa. A Pfizer testou sua vacina com os mutantes do Reino Unido e da África do Sul e funcionou perfeitamente. Até agora, as mutações que apareceram não tornam o vírus tão diferente a ponto de não ser mais reconhecido pela vacina. Mas tem de ficar de olho, porque se aparecer uma muito diferente, vamos precisar adaptar as vacinas", afirma. Vacinas que usam o vírus inativado, como a Coronavac, têm a vantagem de, por usar o vírus inteiro, terem também mais alvos para a vacina, de modo que esse tipo de mutação não deve ser um problema.
FONTES: Ministério da Saúde; Governo de São Paulo; Rede Todos pelas Vacinas ; Natalia Pasternak, microbiologista da USP e presidente do Instituto Questão de Ciência; Renato Kfouri, diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm); Luiz Gustavo de Almeida, do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (USP) e do Instituto Questão de Ciência; Eliana Bicudo, consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI/DF); Rosimeire Alves, doutora em Química Orgânica pela Universidade de Brasília (UnB); Ubiracir F. Lima, membro da Comissão Química Farmacêutica do Conselho Regional de Química/SP; e Gerson Pianetti, professor titular na Faculdade de Farmácia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e conselheiro do Conselho Federal de Farmácia (CFF). / COM REPORTAGEM DE BRUNO RIBEIRO, FABIANA CAMBRICOLI, GIOVANA GIRARDI, JOÃO PRATA, PABLO PEREIRA, PAULO FAVERO, RENATA OKUMURA E ROBERTA JANSEN
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