Honda anuncia suspensão da produção por causa do agravamento da pandemia no Brasil

Nove montadoras já anunciaram que vão fechar suas fábricas no País nos próximos dias; além de atenderem pedidos dos sindicatos, as empresas estão alinhadas com autoridades municipais e estaduais que anteciparam feriados

Honda anuncia suspensão da produção por causa do agravamento da pandemia no Brasil
Honda anuncia suspensão da produção por causa do agravamento da pandemia no Brasil

Estadão Conteúdo - 27/03/2021 20:11:54 | Foto: Divulgação Estadão

Mais uma fabricante de veículos, a Honda , anunciou, nesta sexta-feira, 26, que vai suspender a produção em suas duas fábricas por causa do agravamento da pandemia da covid-19 em diversas regiões do País. A montadora é a nona em uma semana a adotar a medida, que terá duração de 30 de março a 9 de abril.

Serão suspensas as atividades de produção nas fábricas de automóveis e peças de Sumaré e de Itirapina, ambas em São Paulo. A empresa reforça que as medidas “visam preservar a saúde e segurança das pessoas” e que “segue empenhada em minimizar os impactos da pandemia em sua cadeia de valor, bem como, os inconvenientes ao consumidor”.

Na quinta-feira, 25, confirmaram paradas totais a Renault, a Toyota e a Volkswagen Caminhões e Ônibus (VWCO) , juntando-se, assim, à Volkswagen, Mercedes-Benz, Nissan e Scania . A Volvo reduziu sua produção de caminhões em 70% e deu férias para parte dos funcionários.

Além de atenderem pedidos dos sindicatos de trabalhadores, as empresas também estão alinhadas com autoridades municipais e estaduais que juntaram feriados do ano com o da Páscoa para contribuir com o isolamento social em um momento em que o número de casos de contaminação com o coronavírus cresce e os hospitais estão lotados.

A Toyota fechará suas quatro plantas industriais em São Bernardo do Campo, Indaiatuba, Sorocaba e Porto Feliz, todas em São Paulo, por dez dias. O grupo emprega 5,6 mil trabalhadores. Em períodos similares também serão interrompidas as linhas de carros da Renault em São José dos Pinhais (PR) e as de caminhões e ônibus da VWCO em Resende (RJ).

Falta de componentes

Todas as empresas afirmam que estão seguindo protocolos rigorosos de segurança adotados desde o retorno às fábricas no ano passado, após permanecerem fechadas por dois meses.

A VWCO informa que, além da pandemia, enfrenta “situação crítica de desabastecimento de peças”. Esse foi o motivo que levou a General Motors a dar férias coletivas de 20 dias para os trabalhadores de Gravataí (RS) neste mês e, depois, mais dois meses de suspensão de contratos (lay-off).

A fábrica de São José dos Campos (SP) opera com metade de sua capacidade pelo mesmo motivo e 600 funcionários estão em lay-off. A de São Caetano, no ABC paulista, deve definir ainda hoje se para ou não, mas nesse caso a pedido do sindicato local para ajudar no combate à covid-19.

A Mercedes-Benz suspende toda a produção em São Bernardo (SP) e em Juiz de Fora (MG) de hoje até dia 5, mas, no retorno, vai dar férias coletivas de 12 dias a grupos de 1,2 mil trabalhadores do ABC, em esquema de revezamento que poderá se estender até o fim de maio.

Já tinham anunciado paradas por períodos similares a Nissan, com fábrica em Resende, e a Scania, de São Bernardo. A Volvo informou que vai operar com apenas 30% de sua capacidade produtiva e colocar parte dos funcionários em férias coletivas.

A Volkswagen foi a primeira a anunciar, há uma semana, a paralisação de toda a produção em suas quatro fábricas em São Bernardo, São Carlos e Taubaté, em São Paulo, e de São José dos Pinhais, no Paraná. Os trabalhadores do grupo estão em casa desde a última quarta-feira.

Em 2020, em razão da pandemia, as vendas de veículos caíram 26% e a produção, 31,6%. A previsão para o ano era de recuperação de 15% nas vendas (para 2,4 milhões de unidades) e de 25% na produção (2,5 milhões). A nova onda da pandemia, mais forte que a anterior, e a falta de componentes, reflexo das paradas no ano passado, devem atrapalhar os planos.

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