Escritor falou à Nacional da Amazônia após participar da Fliparacatu
Por Luiz Claudio Ferreira E Mara Régia - Repórteres Da Agência Brasil - Brasília - 29/08/2023 09:55:23 | Foto: © Ranch Films Fliparacatu 2023/Div
O jornalista e escritor brasileiro Jamil Chade, que atua como correspondente em Genebra (Suíça), defendeu, após o Festival Literário de Paracatu (Fliparacatu), a necessidade de maior democratização de acessos à cultura e à educação, como o que ocorreu no evento no interior mineiro no último fim de semana. Ele foi entrevistado pela jornalista Mara Régia, da Rádio Nacional da Amazônia .
"Não tem construção da democracia sem educação e cultura. Não existe atalho. Vamos fazer uma democracia e essa construção não é fazer apenas nas grandes cidades brasileiras. Tem que ir para todos os interiores do Brasil", afirmou.
Ele identificou que moradores da própria cidade de Paracatu e dos arredores demonstraram bastante interesse pelas temáticas culturais e de direitos humanos tratadas durante o evento. Segundo ele, isso foi também compreendido por autores célebres que estiveram no evento, como Conceição Evaristo e Mia Couto. "Eu fiquei muito impressionado com os dois. Estão sempre escutando", disse.
O evento, encerrado em Paracatu no último domingo, teve a participação de 70 escritores, sendo 30% deles convidados negros, incluindo a autora homenageada Conceição Evaristo e as premiadas Livia Sant’anna Vaz e Eliana Alvez Cruz.
Rio de Janeiro (RJ) - 29/08/2023 - O evento encerrado em Paracatu, no último domingo, teve a participação de 70 escritores, sendo 30% desses convidados negros, incluindo a autora homenageada Conceição Evaristo, e as premiadas Livia Sant’anna Vaz e Eliana Alvez Cruz. Foto: Ranch Films Fliparacatu 2023/Divulgação - Ranch Films Fliparacatu 2023/Div
O festival ocorreu no Centro Histórico da cidade e reuniu representantes da literatura brasileira e lusófona. O autor moçambicano Mia Couto foi também homenageado. A estimativa é de que pelo menos 24 mil pessoas assistiram às palestras e mesas do evento, que teve temas norteados pela ancestralidade, arte e literatura, incluindo direitos humanos, liberdade, democracia, respeito e combate ao racismo.
Atuar contra o racismo foi a tônica principal do evento, segundo o curador do festival, Afonso Borges. "Eu penso que o enfrentamento ao racismo tem a ver com a desigualdade social, com a violência e com a democracia. E esses são temas que estão nas obras de autores e autoras que passaram por aqui. Espero muito - e a população também - pelo próximo Fliparacatu", disse o idealizador do encontro.
Mesmo após o fim do evento, é possível conferir todas as palestras no canal do YouTube do Fliparacatu .
Edição: Graça Adjuto
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