Líder da ONU diz que inteligência artificial está espalhando “veneno” do discurso de ódio

Líder da ONU denuncia algoritmos tendenciosos.

Líder da ONU diz que inteligência artificial está espalhando “veneno” do discurso de ódio
Líder da ONU diz que inteligência artificial está espalhando “veneno” do discurso de ódio

Agência Onu News - 18/06/2025 09:38:39 | Foto: Unicef/Raphael Pouget

Líder da ONU denuncia algoritmos tendenciosos e plataformas que criam novos espaços para assédio e abuso; alto representante da Aliança das Civilizações relata ações para combater avanço da islamofobia e do antissemitismo no mundo.

Na era da inteligência artificial “o discurso de ódio viaja mais rápido e mais longe do que nunca”. Esse foi o alerta do secretário-geral da ONU para marcar o Dia Internacional de Combate ao Discurso de Ódio, celebrado no 18 de junho.

António Guterres afirmou que algoritmos tendenciosos e plataformas digitais estão “espalhando conteúdo tóxico e criando novos espaços para assédio e abuso”.

Capítulos mais sombrios da história humana
O líder da ONU defendeu uma cooperação internacional mais forte para combater o ódio online, conforme previsto no Pacto Digital Global, adotado pelos Estados membros da ONU na Cúpula do Futuro, em 2024.

Guterres também mencionou os Princípios Globais para a Integridade da Informação, lançados pela ONU no ano passado para apoiar a construção de um ecossistema de informações “mais seguro e humano”.

Ele enfatizou que o discurso de ódio é um “veneno” que abriu o caminho para violências e atrocidades durante os capítulos mais sombrios da história humana.

Segundo o secretário-geral, as minorias étnicas e religiosas muitas vezes sofrem o maior impacto, enfrentando discriminação, exclusão e danos.

Convivência pacífica
Criada há 20 anos, a Aliança das Civilizações das Nações Unidas busca preencher a lacuna entre diferentes culturas, religiões e identidades.

O alto representante da entidade, Miguel Ángel Moratinos, falou à ONU News Árabe sobre as principais abordagens em prol da convivência pacífica entre os povos.

Ele explicou que a Aliança não trabalha apenas combatendo a discriminação com base em religião, mas também explorando o “aspecto cultural e religioso para facilitar a resolução e a prevenção de conflitos e criar meios para alcançar a paz”.

Plano para combater a islamofobia
Moratinos, que também é enviado especial para o Combate à Islamofobia, lembrou que a comunidade muçulmana representa quase um terço da humanidade, com 2,5 bilhões de pessoas.

O enviado afirma que a ONU é a melhor plataforma para lutar contra qualquer forma de discriminação ou atitude negativa aos islâmicos, e disse que está formulando um plano para combater a islamofobia.

A prioridade será frear o aumento do ódio anti-islâmico e que há preocupação com a evolução dessa forma de discriminação na África e na Ásia.

Aumento do antissemitismo
Moratinos também é o ponto focal da Aliança das Civilizações para o combate ao antissemitismo.

Em janeiro deste ano ele anunciou um Plano de Ação da ONU para Reforçar o Acompanhamento e a Resposta ao Antissemitismo.

Ele lembrou que a ONU foi criada após o Holocausto, o genocídio de cerca de 6 milhões de judeus durante a Segunda Guerra Mundial.

Segundo o enviado, os horríveis ataques de 7 de outubro de 2023 do grupo Hamas e outros movimentos armados palestinos contra Israel resultaram no maior assassinato de judeus num único dia desde o Holocausto.

Além disso, houve um crescimento de incidentes antissemitas contra pessoas e instituições judaicas na Europa e nos Estados Unidos.

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