Manuscritos chineses de seda com 2.300 anos regressam a casa após quase oito décadas no exterior
Os manuscritos, descobertos em 1942 em uma tumba do estado de Chu por saqueadores de túmulos no sítio arqueológico de Zidanku, em Changsha, constituem um registro sistemático de astronomia, calendários, cosmologia e adivinhação militar do período pré-Qin da China
Diário Do Povo On-line - 14/10/2025 10:10:09 | Foto: Diário do Povo On-Line
Dois volumes de manuscritos chineses de seda, com cerca de 2.300 anos, foram devolvidos à China central, 79 anos após terem sido contrabandeados para fora do país, por meio da cooperação entre instituições culturais chinesas e norte-americanas.
O segundo e o terceiro volumes dos Manuscritos de Seda de Zidanku — preciosos artefatos culturais que datam do Período dos Reinos Combatentes (475-221 a.C.) — foram oficialmente repatriados na segunda-feira para a Província de Hunan. Eles serão arquivados permanentemente no Museu de Hunan, em Changsha, capital da província.
Os manuscritos, descobertos em 1942 em uma tumba do estado de Chu por saqueadores de túmulos no sítio arqueológico de Zidanku, em Changsha, consistem em três volumes: "Sishi Ling", "Wuxing Ling" e "Gongshou Zhan". Eles constituem um registro sistemático de astronomia, calendários, cosmologia e adivinhação militar do período pré-Qin da China. Os manuscritos de seda são os primeiros exemplares de texto em seda descobertos até hoje e o livro clássico chinês mais antigo no verdadeiro sentido da palavra. Foram contrabandeados para fora da China em 1946.
Na cerimônia de posse dos Manuscritos de Seda de Zidanku (Volumes II e III), realizada na segunda-feira, o chefe da Administração Nacional do Patrimônio Cultural (NCHA), Rao Quan, afirmou que a devolução dos manuscritos é uma conquista significativa de anos de cooperação cultural e museológica entre a China e os EUA, e um exemplo de cooperação internacional na restituição de artefatos.
Por meio da cooperação sino-americana na devolução de bens culturais, os volumes "Wuxing Ling" e "Gongshou Zhan" foram devolvidos à China pelo Museu Nacional de Arte Asiática do Instituto Smithsoniano este ano, chegando a Beijing em 18 de maio.
Duan Xiaoming, curador do Museu de Hunan, afirmou que a devolução dos manuscritos em seda permitirá que o Museu de Hunan integre os volumes devolvidos ao seu acervo existente, que inclui o único fragmento original dos manuscritos de Zidanku, bem como outros artefatos do estado de Chu.
Os manuscritos devolvidos passaram por 14 dias de observação de adaptação ambiental após sua chegada ao Museu de Hunan, em 10 de setembro. Após uma avaliação não destrutiva, eles agora estão armazenados em um ambiente com temperatura e umidade controladas. Uma equipe de especialistas está pesquisando cientificamente um plano de desinfecção microbiana e conduzindo experimentos de simulação para garantir que o processo de esterilização não danifique o material ou a tinta dos manuscritos.
O Museu de Hunan também concluiu a padronização de imagens de todos os manuscritos de seda, descobrindo mais de 40 caracteres de tinta anteriormente imperceptíveis em um pedaço de seda que não havia se separado completamente.
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