Organização das Nações Unidas diz que recuperação da camada de ozônio deve inspirar ação climática

Eliminação de 99% das substâncias que destroem barreira natural de proteção do planeta é exemplo de cooperação internacional; líder da ONU pede mesmo empenho na eliminação de gases que causam efeito estufa

Organização das Nações Unidas diz que recuperação da camada de ozônio deve inspirar ação climática
Organização das Nações Unidas diz que recuperação da camada de ozônio deve inspirar ação climática

Agência Onu News - 16/09/2025 08:59:01 | Foto: ONU/R. Kollar

Neste Dia Internacional para a Preservação da Camada de Ozônio, a ONU celebra os avanços dos últimos 40 anos na proteção dessa barreira atmosférica natural.

Ela é considerada fundamental para a vida no planeta porque absorve os raios ultravioleta do sol.

Eliminação de 99% das substâncias nocivas
A data, celebrada em 16 de setembro, também marca o 40º aniversário da Convenção de Viena, que reconheceu a destruição do ozônio estratosférico como um problema global e deu início à cooperação científica internacional.

A convenção, assinada em 1985, levou à elaboração do Protocolo de Montreal sobre Substâncias que Destroem a Camada de Ozônio, firmado em 1987. O texto lista mais de 100 substancias nocivas a serem eliminadas.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, declarou que o Protocolo de Montreal se tornou um “marco de sucesso multilateral” e celebrou o fato de que hoje a camada de ozônio está se recuperando.

Até o momento, o mecanismo levou à eliminação gradual de mais de 99% da produção e consumo de substâncias, que eram usadas em refrigeração, espuma de combate a incêndios e até spray de cabelo.

Guterres enfatizou que este feito é uma demonstração de que “quando as nações seguem os alertas da ciência, o progresso é possível”.

Da ciência à ação global
Em 16 de setembro de 2009, a Convenção de Viena e o Protocolo de Montreal se tornaram os primeiros tratados na história das Nações Unidas a alcançar ratificação universal.

Segundo o novo boletim da Organização Meteorológica, OMM, o buraco da camada de ozônio sobre a Antártida em 2024 foi menor do que nos anos anteriores, sinalizando recuperação gradual.

Projeções científicas apontam que os níveis globais poderão regressar aos valores de 1980 até 2040. No Ártico, a recuperação é prevista para 2045 e na Antártida até 2066.

Kigali: próximos passos
Apesar do marco histórico, Guterres alertou que o mundo continua em risco de ultrapassar o limite de 1,5 ºC de aquecimento.

O secretário-geral apelou aos Estados que ratifiquem e implementem a Emenda de Kigali, que prevê a eliminação gradual dos hidrofluorocarbonetos, Hfcs, potentes gases de efeito estufa.

A medida pode evitar até 0,5 ºC de aquecimento até o fim do século, benefício que pode dobrar quando associada a tecnologias de refrigeração mais eficientes.

O chefe da ONU pediu ainda que este compromisso seja refletido nos novos planos climáticos nacionais, Ndcs, cobrindo todos os setores da economia e todos os tipos de gases.

Monitoramento contínuo e um pacto renovado
Especialistas da OMM sublinharam a importância da vigilância atmosférica permanente e da cooperação científica internacional.

A proteção da camada de ozônio também gera impactos positivos em vários objetivos de desenvolvimento sustentável, incluindo saúde, ação climática, alimentação e preservação da vida terrestre.

Para Guterres, o êxito do Protocolo de Montreal deve inspirar novas ambições, pois cada fração de grau importa e cada ação conta.

O líder da ONU afirmou que neste Dia Internacional para a Proteção da Camada de Ozônio, é vital renovar o compromisso de proteger as pessoas e o planeta para as gerações futuras.

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