Pela saúde dos bichinhos governo de Brasília deve abrir novas unidades de hospitais veterinários

Pela saúde dos bichinhos

Pela saúde dos bichinhos governo de Brasília deve abrir novas unidades de hospitais veterinários
Pela saúde dos bichinhos governo de Brasília deve abrir novas unidades de hospitais veterinários

Por Walder Galvão-correio Braziliense - 28/03/2019 19:07:30 | Foto: Correio Braziliense

Único Hospital Veterinário Público atende todo o Distrito Federal e chegou a correr risco de fechamento, mas o GDF libera verba para a instituição e deve abrir novas unidades na capital.

Irene Soares:
Irene Soares: "Se eu fosse pagar o tratamento, gastaria no mínimo uns R$ 6 mil"

Olhares desconfiados, inquietação, latidos e alguns miados marcam a espera dos bichinhos no Hospital Veterinário Público (HVET). De segunda a sexta-feira, centenas de gatos e cachorros de todo o Distrito Federal comparecem à unidade, localizada em Taguatinga Norte, na busca pelo atendimento gratuito. Para alguns donos, que não têm condições financeiras de arcar com tratamento privado, o hospital se tornou uma maneira de fazer com que os animais tenham uma vida saudável.

O hospital foi inaugurado em abril do ano passado e, desde então, 50 cães ou gatos são atendidos diariamente. Na última semana, a instituição corria risco de fechar as portas e só tinha verba para funcionar até a próxima sexta-feira. Porém, na segunda-feira, o governador Ibaneis Rocha (MDB) garantiu que o local receberá novo repasse e que os usuários do serviço não precisam se preocupar. O chefe do Executivo ainda prometeu que expandirá a rede a outras regiões administrativas.

Para os donos dos bichinhos, a notícia trouxe alívio. Ontem, a estudante Rennatha Gabryella Sales, 19 anos, chegou com o cachorro Hulk por volta das 4h. Apesar do atendimento na unidade começar às 8h, ela queria ser uma das primeiras a ser atendida. “Ele está com inflamação na orelha, e a gente não sabe o que é. Fiquei com medo dessa história de que o hospital poderia fechar e resolvemos trazer ele o mais rápido possível”, lamenta.

Rennatha mora na Ponte Alta do Gama e tem mais oito cachorros em casa. De acordo com ela, custear o tratamento veterinário de todos seria impossível. “Apenas as consultas deles são R$ 80. Além disso, temos que pagar exames, medicamentos e algum procedimento, caso seja necessário. O hospital consegue nos ajudar muito e é um serviço de saúde importante para o DF”, diz.

Para a técnica em enfermagem Irene Soares, 60, a situação é a mesma. Em janeiro, o labrador dela teve um tumor e conseguiu ser operado e tratado no HVET. Pouco tempo depois, o outro pet de Irene, um yorkshire, começou a apresentar sintomas da doença do carrapato, comum entre os cachorros. “Se eu fosse pagar o tratamento deles, gastaria no mínimo uns R$ 6 mil e não tenho condições para isso”, comentou.

Como Rennatha, Irene chegou à unidade por volta das 4h da manhã. “A gente vem cedinho porque sempre aparecem muitos pacientes, e as senhas são limitadas. Porém, eles recebem o atendimento adequado e saem daqui saudáveis e com o retorno marcado”, conta. Para ela, o hospital consegue diminuir até mesmo o número de abandonos. Moradora de Santa Maria, a técnica em enfermagem disse que viu muitos casos de animais doentes largados na rua.

Saúde

A diretora do HVET, Mayara Cauper Novaes, ressalta que um hospital veterinário público é questão de saúde para toda a população. De acordo com ela, a unidade tem como missão dar a pessoas sem condições financeiras possibilidades de tratar animais doentes. “Em menos de um ano, conseguimos fazer muitos atendimentos e diagnósticos. As pessoas acataram o serviço e fazem uso dele”, ressalta.

Mayara ressalta que, além de atender os animais, os profissionais tentam passar conhecimento. “Levamos informações para as pessoas tentarem entender sobre doenças, zoonoses, prevenções e a importância de vacinar. Muitos não sabem os danos que pulgas ou carrapatos podem trazer. O hospital está envolvido nesse processo de educação e saúde”, explica.

Quando a notícia do possível fechamento da instituição estourou, a diretora disse que ficou surpresa. “Ficamos sabendo de forma extraoficial. ONGs (organizações não governamentais) começaram a compartilhar a notícia. Em seguida, procuramos o Ibram (Instituto Brasília Ambiental) para saber a veracidade da história”, informa. Segundo Mayara, a troca recente de governo pode ter feito com o que o Executivo não voltasse os olhos para o hospital, mas que a situação promete ser outra daqui para frente.

Quem precisa de tratamento para os bichinhos doentes ainda defende que a rede precisa ser aumentada e que cortes não podem acontecer. O gari Maurício Paulino Freire, 56, mora no Recanto das Emas e decidiu passar a noite de domingo na unidade para que o cachorro dele fosse atendido na segunda de manhã. “Esse hospital é referência. Os bichos são muito bem tratados e ajuda muito quem não tem dinheiro para levar no veterinário particular”, afirma.

O cão de Maurício tem problema de pele e apresenta coceiras. Na rede privada, o gari custeou uma vez o atendimento ao cachorro e precisou desembolsar R$ 600. “Muitos não têm dinheiro para fazer esse tipo de coisa. Precisamos que modelos iguais a esse cresçam e cheguem mais próximos à população”, reforça.

Rennatha Gabryella:
Rennatha Gabryella: "É um serviço de saúde importante para o DF"

Abandono

Uma das queixas dos funcionários do Hospital Veterinário Público (HVET) é o abandono dos animais nas proximidades do unidade, na esperança de que os veterinários os recebam. No entanto, o local não tem estrutura para atender os bichos. Além disso, o abandono e maus-tratos a animais é crime, que prevê de pagamento de multa a detenção de até 1 ano.

Serviço

O Hospital Veterinário Público (HVET) é gerido pela Associação Nacional dos Clínicos Veterinários de Pequenos Animais (Anclivepa). Ele funciona das 8h às 17h, de segunda a sexta-feira. Localizado no Parque do Lago do Cortado, em Taguatinga Norte, atende 50 animais por dia, sendo 30 com consulta marcada e 20 por emergência.

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