Professora alerta para cuidados com “produtos naturais”
Palestrante convidada do projeto Investiga Menina! abordou os processos químicos envolvidos nos óleos essenciais
Texto E Fotos: Jayme Leno - Secom Ufg - 08/02/2024 11:16:24 | Foto: Texto e fotos: Jayme Leno - Secom UFG
Nem tudo o que reluz é ouro e nem tudo o que é natural é inofensivo. Pensando nisso, o projeto Investiga Menina! deu início às atividades do ano de 2024, na última quinta-feira (1º/2), recebendo a doutora em Química Orgânica pela Universidade Federal do Pará (UFPA), Joyce Kelly do Rosário da Silva.
A palestra foi realizada no Núcleo de Pesquisa em Ensino de Ciências (Nupec), no Câmpus Samambaia da Universidade Federal de Goiás (UFG). O projeto do Laboratório de Pesquisas em Educação Química e Inclusão (Lpeqi) busca incentivar meninas a se interessarem pela ciência, além de fortalecer o engajamento das que já estão envolvidas nesse universo.
Leia também: Alunas do ensino médio vivenciam rotina de produção científica na UFG
Joyce Kelly, professora da UFPA e doutora em Química, falou sobre sua trajetória a uma plateia de estudantes
Com mais de uma década de experiência acadêmica, a professora compartilhou sua trajetória desde os tempos de aluna da escola pública até sua posição como pesquisadora com bolsa de produtividade do CNPq. Ao abordar sua especialidade em diversidade química e terapêuticos de plantas aromáticas, Joyce incentivou a plateia a mergulhar no mundo da química, destacando o potencial transformador dessa área do conhecimento.
Joyce Kelly foi a primeira pesquisadora da região Norte a receber o Prêmio L'Oreal para Mulheres na Ciência e compartilhou não apenas seus feitos científicos, mas também os desafios enfrentados. Ao discutir a escassez de representatividade, especialmente para mulheres negras na ciência, a pesquisadora enfatizou a importância da inclusão e da diversidade nos espaços acadêmicos.
Leia também: A trajetória inspiradora de uma "psicóloga do sistema"
Ao fim da palestra no Nupec, a professora mostrou aos estudantes as etapas de extração dos óleos essenciais
Mito
A busca por alternativas naturais para a promoção da saúde e bem-estar tem levado muitas pessoas a explorar os chamados "produtos naturais", incluindo os famosos óleos essenciais. Especialista na área, Joyce esclareceu que esses produtos não são isentos de toxicidade e devem ser utilizados com moderação e consciência. Ela revelou que a ideia de que os produtos naturais são automaticamente mais saudáveis é equivocada.
Embora os óleos essenciais possuam propriedades terapêuticas, sua utilização requer cuidados específicos. Eles são extraídos de diferentes partes das plantas, como flores, folhas e cascas, e sua composição química varia de acordo com a planta e sua interação com o ambiente. Além disso, existe um grande processo de extração desses óleos, desde a coleta da planta até a análise química por meio de técnicas como cromatografia gasosa e espectrometria de massas para saber se são realmente utilizáveis.
O armazenamento adequado em frascos escuros é fundamental para preservar as propriedades dos óleos essenciais, uma vez que eles são sensíveis à luz. Além disso, a professora ressaltou a diferença entre óleos essenciais e essências sintéticas presentes em perfumes. Enquanto os óleos essenciais são extraídos naturalmente das plantas, as essências sintéticas são produzidas em laboratório.
Devido à demanda, muitas empresas alteram esses óleos essenciais com misturas inapropriadas, como óleos minerais e ácidos graxos, comprometendo sua qualidade, para vendê-los baratos. Diante disso, sugeriu-se que buscassem marcas certificadas e regulamentadas para garantir a autenticidade e a qualidade dos óleos essenciais.
Ao fim da palestra, a professora demonstrou de forma prática, no laboratório da Nupec, como são as etapas de extração do produto.
Fonte: Secom UFG
Comentários para "Professora alerta para cuidados com “produtos naturais”":