Tutores não resistem e muitas vezes oferecem seus próprios alimentos para os pets
Daisy Vivian - Ufrgs - 28/07/2019 15:37:22 | Foto: Divulgação
Você dá comida "de gente" ao seu cão? Saiba como os hábitos do tutor influenciam no pet.
Petiscos em excesso também afetam diretamente o consumo calórico dos animais, podendo favorecer a obesidade e diabetes.
Tutores não resistem e muitas vezes oferecem seus próprios alimentos para os pets
Um estudo realizado por alunas dos cursos de zootecnia e medicina veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) mostrou que, quando o assunto é a alimentação dos animais de estimação, por mais que se recomende uma dieta balanceada própria para eles, os tutores não resistem e muitas vezes oferecem seus próprios alimentos.
De acordo com um levantamento feito pela Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (ABINPET), o Brasil é o país que apresenta o segundo maior número de animais de estimação no mundo. A convivência frequente de humanos com cães e gatos despertou ainda mais preocupação com a saúde, bem-estar e nutrição desses animais, devido aos diversos distúrbios nutricionais que podem surgir. Foi o que motivou o estudo.
O questionário das pesquisadoras tinha 28 perguntas e foi difundido através das redes sociais no período de janeiro a abril de 2018. O acesso à pesquisa foi limitado apenas aos tutores de cães, mas sem delimitações geográficas. As 397 respostas dissecaram a rotina dos tutores que, vejam só, dividem sim alimento humano com seus pets. E levante a primeira para quem não gosta de uma salsicha cozida!
Para conhecer o perfil dos participantes, foram feitas perguntas de caráter socioeconômico. Os entrevistados deveriam responder sobre o manejo da alimentação dos animais e o hábito de ingestão deles.
Desses 397 tutores, 84% eram mulheres com idades entre 20-30 anos (53%) - provavelmente devido a difusão via redes sociais - e 54% possuíam nível superior completo ou pós- graduação.
Talvez a proximidade com seus tutores, e por eles serem considerados integrantes da família, explique o porquê de 51% dos entrevistados fornecerem seu próprio alimento para o animal. Destes:
75% dão frutas
17% fornecem iogurtes
9% ofertam salgadinhos
4% distribuem doces (balas e chocolates) aos bichinhos, provavelmente desconhecendo que chocolate é um alimento tóxico para cães.
Além disso, a pesquisa mostra que 32% desses entrevistados residiam com mais uma pessoa, o que pode influenciar o compartilhamento de alimento se comparado àquela residência em que apenas um tutor faz o manejo.
Apesar dos deslizes, a maioria dos tutores admite fornecer dieta seca como principal componente da alimentação dos cães (69%), em duas refeições ao dia.
Entretanto, mais da metade dos tutores relata, sim, dividir a própria comida com o cão. Mais ainda: observou-se que os tutores não consideram os alimentos extras, como petiscos, como componentes da dieta, e não levam em consideração as calorias ingeridas.
— Essas ações afetam diretamente o consumo calórico destes animais, podendo favorecer a obesidade e diabetes — comenta a zootecnista Geruza Silveira Machado, colaboradora na pesquisa.
Ainda de acordo com a pesquisadora, o hábito ingestivo dos cães é, sim, influenciado pelo estilo de vida de seus tutores, a rotina, o tempo que dedicam aos pets e até mesmo seus hábitos alimentares, o que inclui a divisão de comida.
O trabalho foi apresentado e publicado no IV Simpósio de Nutrição de Animais de Companhia (IV SINPET), em Curitiba. Que saber mais sobre a nutrição de seu pet? Envie sua dúvida para alimentacaoenutricaopet@gmail.com
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