Sequência de erros pode ter levado à morte de Juliana Marins, dizem montanhistas brasileiros

Brasileira é localizada em montanha na Indonésia e equipes tentam resgate, diz irmã

Sequência de erros pode ter levado à morte de Juliana Marins, dizem montanhistas brasileiros
Sequência de erros pode ter levado à morte de Juliana Marins, dizem montanhistas brasileiros

Francisco Lima Neto, São Paulo, Sp (folhapress) - 24/06/2025 08:52:52 | Foto: © RESGATEJULIANAMARINS/INSTAGRAM

LUIZA PASTOR, SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A tragédia envolvendo a brasileira Juliana Marins, 26, se transformou, por óbvio, no tema principal nos grupos de montanhistas brasileiros desde que a publicitária de Niterói (RJ) desapareceu na trilha do vulcão Rinjani (3.726 metros de altitude), na Indonésia, na sexta-feira (20). E, embora ainda não haja informações suficientes para analisar o quadro completo, especialistas ouvidos pela Folha de S.Paulo apontam uma série de erros ao longo de todo o processo, a começar pelo fato de ela ter sido supostamente deixada para trás por um grupo que pretendia passar dois dias e uma noite numa trilha -definida no site do parque onde fica o vulcão como exigente.

Para Adilson Teixeira da Silva, idealizador e fundador do Clube de Aventura Atma, que leva grupos aos principais destinos de montanha do país, embora ainda não se saiba se a morte ocorreu pela queda ou por algum outro fator, como a hipotermia, é um absurdo a brasileira ter sido abandonada para trás, sem um guia de retaguarda. Essa pessoa seria a responsável por alertar sobre a queda e desaparecimento da vítima.

Outro apontamento feito pelo especialista é: se a morte não decorreu do impacto inicial, por que ela não estaria levando um kit mínimo de emergência, com manta térmica, rastreador e agasalho, por exemplo?
"Nesse tipo de trilha, é importante para começar o guia saber se a pessoa tem condição para fazer a travessia, se tem alguma experiência para dar conta dos desafios que vai encontrar, se está com os equipamentos necessários e, para o organizador, disponibilizar um número de guias proporcional ao de pessoas que vai levar, com experiência de atendimento a emergências e possibilidade de acionar o resgate quando necessário", ressalta.

Para o montanhista Rodrigo Rodriguez, o que é mais visível que faltou foi "um plano de resgate acionado logo nas primeiras horas, mesmo que as condições não fossem favoráveis". Segundo ele, faltaram também "comunicação efetiva e clara entre guia, equipe de resgate, familiares, embaixadas e entidades diplomáticas", para eliminar as informações desencontradas. E aponta ainda como "impensável a falta de drones de imagem e carga nas equipes de resgate".

"Se não fossem os turistas espanhóis que tiraram a foto do drone, tudo teria sido mais difícil, mas se as equipes de resgate tivessem o equipamento, poderiam ter agido com mais presteza e objetividade", acrescenta.

Segundo a BBC, nos últimos cinco anos, as trilhas desse vulcão registraram seis mortes. Não se sabe qual é a capacitação dos guias que levam turistas por um terreno pedregoso e escorregadio que, pelo que se viu nas fotos, não tem qualquer anteparo ou cabo para ajudar a impedir mais quedas. Mas fica muito claro que, com o resgate só viabilizado, no final, graças à mobilização voluntária de um grupo de montanhistas locais guiados por Agam Rinjani, faltou uma estrutura de atendimento de urgência em uma região conhecida por ventos fortes que dificultam o voo de helicópteros, chuvas inesperadas e trilhas traiçoeiras. As temperaturas, na área, chegam facilmente a -4°C. Pelas fotos tiradas por drone de um turista, é possível observar que Juliana não estava vestida para enfrentar temperaturas tão baixas, algo que deveria ter sido orientado.

Vale a pena observar que a trágica contabilidade de acidentes se inicia justamente no período da pandemia de Covid-19, que levou um número muito maior do que o habitual de curiosos sem experiência a procurar o chamado turismo de aventura em todo o mundo.

O isolamento social fez com que a procura por cantos distantes de aglomerações urbanas vivesse um boom, criando toda uma indústria que nem sempre estava preparada para atender às necessidades básicas de segurança. A quantidade de acidentes em várias modalidades do setor não ocorre por acaso.

"Há uma falta de cultura montanhista e de humildade", alerta Davi Ribeiro, que regressou recentemente de uma expedição ao monte Caburaí, extremo norte do país, no estado de Roraima. "Estamos vendo uma deficiência de formação em todas as atividades de esporte outdoor e, no montanhismo especificamente, se difundiu uma ideia muito errada de que subir uma montanha é só pegar a mochila e fazer uma caminhada, o que não é", acrescenta.

Embora a tentação de criticar a falta de grupos de resgate na região do Rinjani como os que existem em vários pontos críticos do montanhismo brasileiro -como os Anjos da Montanha, do Parque Nacional de Itatiaia, o Grupo de Resgate em Montanha, de Joinville, ou o Cosmo, na serra do Marumbi, no Paraná- seja grande, Ribeiro ressalta que em boa parte do Brasil e do mundo vive-se uma febre de montanhismo amador e irresponsável, onde guias mal ou nada treinados se metem a levar incautos a situações que não raro acabam demandando a mobilização de bombeiros.

Some-se a isso uma corrente de montanhistas que defende a ideia romântica de que correr riscos que seriam desnecessários faz parte da aventura, que não deve ser regulamentada, e que cada um assume seus desafios sem ter que prestar contas a ninguém, e novas tragédias estão anunciadas.

Helicóptero não consegue chegar a brasileira presa em trilha na Indonésia

CRISTINA CAMARGO E FRANCISCO LIMA NETO,SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - As equipes que tentam resgatar a brasileira Juliana Marins, 26, que caiu em um penhasco no entorno do vulcão Rinjani, na Indonésia, relataram que o helicóptero que poderia ser utilizado nas buscas não conseguiu chegar ao local devido às condições climáticas.

"Não é fácil e rápido como pensamos", informou, em nota publicada nas redes sociais, a direção do Parque Nacional do Monte Rinjani.

A turista está presa no penhasco desde sexta-feira (20). O uso de helicóptero é perigoso devido à baixa visibilidade.

O parque também anunciou nesta terça-feira (24) que a rota para o cume do vulcão foi temporariamente fechada para agilizar a operação de resgate.

"Pedimos a compreensão e cooperação de todas as partes para o bom andamento desse esforço humanitário", diz o informe sobre o fechamento.

Segundo informações da família de Juliana, há muitas autoridades presentes na região em que estão concentradas as equipes, "reforçando a urgência e o compromisso no resgate".

A família disse ainda que existem três planos em vigor no momento para tentar salvar a brasileira e confirmou a impossibilidade de uso do helicóptero.

"Ainda não chegamos em Juliana", informou comunicado da família, no meio da tarde na Indonésia, madrugada no Brasil.

Segundo o Itamaraty, funcionários da embaixada brasileira na capital Jacarta acompanham os trabalhos.

O pai de Juliana Marins disse que está a caminho do país asiático e espera voltar com sua filha viva. Ele fez o comentário em uma publicação no Instagram do presidente Lula (PT), nesta segunda-feira.

"Agradeço ao senhor e ao Ministério das Relações Exteriores, além da embaixada na Indonésia, pelos esforços. Estou a caminho daquele país e espero voltar com minha filha viva", escreveu Manoel Marins Filho.

Manoel também agradeceu amigos e "pessoas que eu nem conhecia" pela mobilização em torno do resgate.

Depois, nos stories, ele relatou dificuldades para chegar à Indonésia. No início da tarde desta segunda, quando pousou em Lisboa, capital portuguesa, para uma escala, foi informado que não poderia seguir viagem porque o espaço aéreo do Qatar está fechado devido ao ataque do Irã contra bases dos Estados Unidos na região.

Por volta das 6h30 desta terça, ele afirmou em sua rede social que estava embarcando para Bali.

"Graças a Deus estamos embarcando agora para Bali, já prestes a entrar no avião. São praticamente dez horas de voo daqui até lá. Graças a Deus coisas estão acontecendo. Vou pedir a vocês que continuem orando pela Juliana, para o resgate dela. Para que ela esteja bem e possa voltar conosco para o Brasil, bem, sã e salva. Orem por Juliana", disse.

TRILHA É CONSIDERADA DIFÍCIL
A trilha seguida pela publicitária brasileira Juliana Marins, 26, até o vulcão Rinjani, na Indonésia, é uma das mais populares do país asiático. A 3.726 metros de altitude, o monte está localizado na ilha de Lombok e é o segundo maior do país.

O trajeto até o cume do vulcão pode levar até quatro dias, segundo informações do Parque Nacional do Monte Rinjani e de agências de montanhismo locais.

A publicitária iniciou o trajeto na sexta-feira (20), quando caiu a cerca de 300 metros da trilha. Ela faria a escalada até domingo.

A vista de cima do vulcão Rinjani é uma das principais atrações do Parque Nacional do Monte Rinjani, área preservada de 41 mil hectares que atrai turistas de todo o mundo. Dentro do monte, a caldeira do vulcão, com mais de 50 quilômetros quadrados, guarda o lago Segara Anak, uma fonte termal natural.

É possível chegar ao local por duas cidades, Senaru e Sembalum.

Para fazer a trilha, os visitantes precisam de um alto nível de preparo físico, diz o parque, acrescentando, em sua página oficial, que visitantes já morreram por não seguirem as recomendações e preparos sugeridos.

Normalmente, a escalada até o entorno da cratera dura dois dias e uma noite -trajeto que seria feito por Juliana-, mas também é possível fazer a caminhada com até quatro dias e duas ou três noites de duração.

Agências locais oferecem o serviço de guia para grupos de diferentes tamanhos. Durante o trajeto, há postos na região para descanso e alimentação. A brasileira teria contratado uma empresa local chamada Ryan Tour.

O parque ainda recomenda que o trajeto seja feito com guias certificados. Quem preferir pode alugar equipamentos em um dos centros disponíveis aos arredores da montanha -nesses casos, o viajante precisa assinar um termo de responsabilidade.

Ainda na página oficial, o Parque Nacional do Monte Rinjani diz que a HPI (Associação de Guias Licenciados, em português) emite certificação para os guias do Monte Rinjani, no entanto, ressalta que o padrão de certificação e o treinamento exigido para os profissionais locais não são tão rigorosos quanto outros países.

"Acidentes graves, incluindo fatalidades, ocorrem em trilhas no Rinjani conduzidas por esses guias", completa.

Para a escalada, são sugeridas botas, jaquetas impermeáveis e lanterna para cabeça. Para quem pretende alcançar o topo do vulcão, o parque aconselha utilizar bastões de caminhada.

Por causa da altitude e variações de umidade no local, a temperatura durante o trajeto da trilha pode chegar a 4ºC.

Nas redes sociais, montanhistas e entusiastas relatam dificuldade para acessar o topo do monte. Parte relata dificuldades causados pela poeira, especialmente nos meses de junho e agosto, e pelo trajeto escorregadio na subida.

O último registro de erupção do vulcão é de 2010, segundo informações do Parque Nacional do Monte Rinjani.

Entenda o que se sabe sobre o resgate da brasileira presa em uma trilha na Indonésia

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Equipes tentam resgatar a brasileira Juliana Marins, 26, que caiu em um penhasco no entorno do vulcão Rinjani, na Indonésia, segundo o Ministério das Relações Exteriores. A mulher está presa no local, desde sexta-feira (20).

A formação geológica tem 3.726 metros de altura e fica localizado na ilha de Lombok, a cerca de 1.200 km de distância da capital, Jacarta.

Juliana fazia uma trilha e o percurso tinha previsão de durar até domingo (22). Os trabalhos para retirá-la do local são dificultados pelas condições climáticas e pelo terreno. A operação já foi paralisada duas vezes.

Entenda o que se sabe, até agora, sobre o resgate de Juliana:
Condições meteorológicas e terreno ruins
A região do vulcão Rinjani é de difícil acesso pelo terreno rochoso e irregular. Ainda há muita umidade, favorecendo a formação de neblina e deixando as pedras escorregadias, o que dificulta o resgate. Nos últimos dias, também chove muito na localidade.

Essa situação já resultou na interrupção do resgate por duas vezes.

Operação com cordas
Toda a operação para salvar Juliana é feita por alpinistas. Eles tentam fixar uma base no penhasco e usar cordas de 450 metros para alcançar a brasileira -a cerca de 500 metros abaixo da trilha.

A fixação de uma estrutura, porém, é dificultada pelo clima.

Uso de helicóptero
A equipe de salvamento cogita usar um helicóptero para chegar à brasileira. O uso da aeronave, porém, é visto como perigoso pela baixa visibilidade. Por isso, deve ser a última opção, acionada se o resgate ultrapassar as 72 horas, delimitadas como críticas para a sobrevivência em situações extremas.

Segundo relatos de familiares da vítima, o uso do equipamento também está sendo dificultado pelas autoridades locais, que até agora não teriam fornecido uma modelo.

Próximos passos
Após serem interrompidas na manhã desta segunda (23), as buscas por Juliana Marins, 26, já estão sendo retomadas.

Conforme o Itamaraty, funcionários da embaixada brasileira na capital Jacarta vão acompanhar os trabalhos no local. Na região, também estão membros de equipes locais, que detém conhecimento específico do terreno e condições climáticas da área.

Na noite de domingo (22), Brasília pediu ao governo indonésio que reforçasse as buscas. O embaixador do Brasil em Jacarta ainda entrou em contato com os diretores da Agência de Busca e Salvamento e da Agência Nacional de Combate a Desastres da Indonésia.

TRILHA É CONSIDERADA DIFÍCIL
A trilha seguida pela publicitária brasileira Juliana Marins até o vulcão Rinjani, na Indonésia, é uma das mais populares do país asiático. A 3.726 metros de altitude, o monte está localizado na ilha de Lombok e é o segundo maior do país.

A trilha ao vulcão teria duração de três dias e duas noites, de 20 a 22 de junho, e foi programada com uma agência local, segundo Mariana Marins, irmã de Juliana.

Natural de Niterói, no Rio de Janeiro, a publicitária está em um mochilão pela Ásia desde o final de fevereiro deste ano.

A vista de cima do vulcão Rinjani é uma das principais atrações do Parque Nacional do Monte Rinjani, área preservada de 41 mil hectares que atrai turistas de todo o mundo. Dentro do monte, a caldeira do vulcão, com mais de 50 quilômetros quadrados, guarda o lago Segara Anak, uma fonte termal natural.

É possível chegar ao local por duas cidades, Senaru e Sembalum.

Para fazer a trilha, os visitantes precisam de um alto nível de preparo físico, diz o parque, acrescentando, em sua página oficial, que visitantes já morreram por não seguirem as recomendações e preparos sugeridos.

No site oficial, o Parque Nacional do Monte Rinjani diz que a HPI (Associação de Guias Licenciados, em português) emite certificação para os guias do Monte Rinjani, no entanto, ressalta que o padrão de certificação e o treinamento exigido para os profissionais locais não são tão rigorosos quanto outros países.

"Acidentes graves, incluindo fatalidades, ocorrem em trilhas no Rinjani conduzidas por esses guias"

Brasileira é localizada imóvel em penhasco rochoso na Indonésia

FRANCISCO LIMA NETO, SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A brasileira Juliana Marins, 26, que desapareceu na Indonésia depois de cair na sexta-feira (20) quando fazia uma trilha em direção ao vulcão Rinjani, foi localizada novamente. Equipes tentam fazer o resgate, mas enfrentam diversos obstáculos.

"Conseguimos a confirmação que o resgate conseguiu localizar novamente a Juliana e está, neste momento, descendo até o local onde ela foi avistada. O ambiente de alta montanha é extremamente severo, com obstáculos naturais que dificultam o acesso aéreo, inclusive por helicóptero e drones", afirmou Mariana Marins, em publicação no perfil do Instagram dedicado às informações sobre a brasileira.

Segundo informações do parque, às 6h30 (horário de Brasília), Juliana foi localizada a cerca de 500 metros de profundidade, com o uso de um drone. A brasileira está presa em um penhasco rochoso e está visualmente imóvel, de acordo com as atualizações publicadas na rede social do parque.

"Duas equipes de resgate foram mobilizadas para chegar ao local da vítima e verificar o segundo ponto de ancoragem a uma profundidade de cerca de 350 metros. No entanto, após observação, duas grandes saliências foram encontradas antes de alcançar a vítima, impossibilitando a instalação da ancoragem", informou a força-tarefa.

O trabalho de resgate enfrenta terrenos extremos e condições climáticas que mudam com rapidez, com neblina espessa que reduziu a visibilidade. Por motivos de segurança, a equipe foi recolhida para uma posição segura.

As equipes avaliaram o resgate com uso de helicóptero, considerando o período crítico de 72 horas para resgates em áreas selvagens.

"Ainda não sabemos se há condições na continuidade do resgate após a chegada deles ao lugar, mas sabemos que há reforço qualificado chegando para trabalhar junto a equipe que já está lá", afirmou a irmã da brasileira.

O Itamaraty informou, na noite deste domingo (22), que pediu ao governo da Indonésia que reforce o trabalho de buscas. A solicitação, segundo nota oficial do Itamaraty, foi feita pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, em nome do governo brasileiro.

Também segundo o Itamaraty, equipes da Agência de Busca e Salvamento da Indonésia atuaram no terceiro dia de buscas no Rinjani, que tem 3.726 metros de altura e fica na ilha de Lombok, a 1.200 km de Jacarta.

Na madrugada desta segunda-feira (23) no Brasil, por volta das 16h na Indonésia, a irmã de Juliana havia dito que o resgate havia sido interrompido novamente, devido às condições climáticas.

"Um dia inteiro e eles avançaram apenas 250 metros abaixo. Faltavam apenas 350 metros para chegar na Juliana e eles recuaram", disse Mariana Marins. "Precisamos de ajuda, precisamos que o resgate chegue até a Juliana com urgência".

"Desde que acionada pela família da turista, a embaixada do Brasil em Jacarta mobilizou as autoridades locais, no mais alto nível, o que permitiu o envio das equipes de resgate para a área do vulcão", diz nota do Itamaraty,
A embaixada do Brasil em Jacarta recebe das autoridades locais relatos sobre o andamento dos trabalhos.

Dois funcionários da embaixada irão até o local para acompanhar as tentativas de resgate.

Neste domingo, a primeira-dama Rosângela Lula da Silva, a Janja, afirmou, no Instagram, que acompanha o caso com preocupação. Ela disse que conversou com o ministro das Relações Exteriores para saber detalhes do ocorrido.

"No decorrer do dia, o ministro se manteve empenhado em auxiliar, de todas as formas possíveis, para que o resgate seja feito com urgência e que Juliana retorne ao Brasil o mais breve", disse.

TRILHA É CONSIDERADA DIFÍCIL
A trilha seguida pela publicitária brasileira Juliana Marins, 26, até o vulcão Rinjani, na Indonésia, é uma das mais populares do país asiático. A 3.726 metros de altitude, o monte está localizado na ilha de Lombok e é o segundo maior do país.

O trajeto até o cume do vulcão pode levar até quatro dias, segundo informações do Parque Nacional do Monte Rinjani e de agências de montanhismo locais.

A publicitária iniciou o trajeto na sexta-feira (20), quando caiu a cerca de 300 metros da trilha. Ela faria a escalada até domingo.

A vista de cima do vulcão Rinjani é uma das principais atrações do Parque Nacional do Monte Rinjani, área preservada de 41 mil hectares que atrai turistas de todo o mundo. Dentro do monte, a caldeira do vulcão, com mais de 50 quilômetros quadrados, guarda o lago Segara Anak, uma fonte termal natural.

É possível chegar ao local por duas cidades, Senaru e Sembalum.

Para fazer a trilha, os visitantes precisam de um alto nível de preparo físico, diz o parque, acrescentando, em sua página oficial, que visitantes já morreram por não seguirem as recomendações e preparos sugeridos.

Normalmente, a escalada até o entorno da cratera dura dois dias e uma noite -trajeto que seria feito por Juliana-, mas também é possível fazer a caminhada com até quatro dias e duas ou três noites de duração.

Agências locais oferecem o serviço de guia para grupos de diferentes tamanhos. Durante o trajeto, há postos na região para descanso e alimentação. A brasileira teria contratado uma empresa local chamada Ryan Tour.

O parque ainda recomenda que o trajeto seja feito com guias certificados. Quem preferir pode alugar equipamentos em um dos centros disponíveis aos arredores da montanha -nesses casos, o viajante precisa assinar um termo de responsabilidade.

Ainda na página oficial, o Parque Nacional do Monte Rinjani diz que a HPI (Associação de Guias Licenciados, em português) emite certificação para os guias do Monte Rinjani, no entanto, ressalta que o padrão de certificação e o treinamento exigido para os profissionais locais não são tão rigorosos quanto outros países.

"Acidentes graves, incluindo fatalidades, ocorrem em trilhas no Rinjani conduzidas por esses guias", completa.

Para a escalada, são sugeridas botas, jaquetas impermeáveis e lanterna para cabeça. Para quem pretende alcançar o topo do vulcão, o parque aconselha utilizar bastões de caminhada.

Por causa da altitude e variações de umidade no local, a temperatura durante o trajeto da trilha pode chegar a 4ºC.

Nas redes sociais, montanhistas e entusiastas relatam dificuldade para acessar o topo do monte. Parte relata dificuldades causados pela poeira, especialmente nos meses de junho e agosto, e pelo trajeto escorregadio na subida.

O último registro de erupção do vulcão é de 2010, segundo informações do Parque Nacional do Monte Rinjani.

DEMORA NO RESGATE
No fim de semana, a família da brasileira fez críticas à demora no resgate da brasileira. "Conversamos com pessoas no local onde houve o incidente com a Juliana e o que recebemos é que não é verdadeira a informação de que a equipe de resgate levou água, comida e agasalho para ela, conforme divulgado pelas autoridades indonésias e pela embaixada brasileira em Jacarta. A informação que temos é que até agora não conseguiram chegar até a Juliana, que está há mais de 36 horas desaparecida", afirmou Mariana Marins à Folha de S.Paulo neste domingo (22).

Segundo a irmã, as imagens divulgadas até agora não davam um relato fiel da localização de Juliana, que teria se movimentado. "Gostaríamos de uma atualização com informações reais e estamos preocupadas com a corrida contra o tempo para salva minha irmã", concluiu Mariana, destacando que espera o envio de um helicóptero para resgatar a irmã no local.

Brasileira é localizada em montanha na Indonésia e equipes tentam resgate, diz irmã

A irmã da brasileira Juliana Marins, 26, que desapareceu na Indonésia depois de cair em área de difícil acesso na sexta-feira (20) quando fazia uma trilha em direção ao vulcão Rinjani, disse que ela foi localizada novamente e que equipes tentam fazer o resgate.

"Conseguimos a confirmação que o resgate conseguiu localizar novamente a Juliana e está, neste momento, descendo até o local onde ela foi avistada. O ambiente de alta montanha é extremamente severo, com obstáculos naturais que dificultam o acesso aéreo, inclusive por helicóptero e drones", afirmou Mariana Marins, em publicação no perfil do Instagram dedicado às informações sobre a brasileira.

De acordo com ela, dois guias experientes -referência na região- estão se dirigindo ao local em que Mariana foi localizada com equipamentos específicos para o resgate.

"Ainda não sabemos se há condições na continuidade do resgate após a chegada deles ao lugar, mas sabemos que há reforço qualificado chegando para trabalhar junto a equipe que já está lá", afirmou.

O Itamaraty informou, na noite deste domingo (22), que pediu ao governo da Indonésia que reforce o trabalho de buscas. A solicitação, segundo nota oficial do Itamaraty, foi feita pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, em nome do governo brasileiro.

Também segundo o Itamaraty, equipes da Agência de Busca e Salvamento da Indonésia atuaram no terceiro dia de buscas no Rinjani, que tem 3.726 metros de altura e fica na ilha de Lombok, a 1.200 km de Jacarta.

Na madrugada desta segunda-feira (23) no Brasil, por volta das 16h na Indonésia, a irmã de Juliana disse que o resgate havia sido interrompido novamente, devido às condições climáticas.

"Um dia inteiro e eles avançaram apenas 250 metros abaixo. Faltavam apenas 350 metros para chegar na Juliana e eles recuaram", disse Mariana Marins. "Precisamos de ajuda, precisamos que o resgate chegue até a Juliana com urgência".

"Desde que acionada pela família da turista, a embaixada do Brasil em Jacarta mobilizou as autoridades locais, no mais alto nível, o que permitiu o envio das equipes de resgate para a área do vulcão", diz nota do Itamaraty,
A embaixada do Brasil em Jacarta recebe das autoridades locais relatos sobre o andamento dos trabalhos.

Dois funcionários da embaixada irão até o local para acompanhar as tentativas de resgate.

Neste domingo, a primeira-dama Rosângela Lula da Silva, a Janja, afirmou, no Instagram, que acompanha o caso com preocupação. Ela disse que conversou com o ministro das Relações Exteriores para saber detalhes do ocorrido.

"No decorrer do dia, o ministro se manteve empenhado em auxiliar, de todas as formas possíveis, para que o resgate seja feito com urgência e que Juliana retorne ao Brasil o mais breve", disse.

A trilha que era percorrida pela publicitária é uma das mais populares da Indonésia. O trajeto até o cume do vulcão pode levar até quatro dias, segundo informações do Parque Nacional do Monte Rinjani e de agências de montanhismo locais.

Juliana começou o trajeto na sexta-feira (20). Ela faria a escalada até domingo.

Itamaraty pede reforço nas buscas por brasileira que caiu em trilha de vulcão na Indonésia

CRISTINA CAMARGO, SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O Itamaraty informou, na noite deste domingo (22), que pediu ao governo da Indonésia que reforce o trabalho de buscas da brasileira Juliana Marins, 26, que caiu em uma área de difícil acesso quando fazia uma trilha em direção ao vulcão Rinjani.

O pedido, segundo nota oficial do Itamaraty, foi feito pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, em nome do governo brasileiro.

Também segundo o Itamaraty, equipes da Agência de Busca e Salvamento da Indonésia atuaram no terceiro dia de buscas no Rinjani, que tem 3.726 metros de altura e fica na ilha de Lombok, a 1.200 km de Jacarta.

Segundo informações recebidas pela equipe, a turista caiu de um penhasco que circunda a trilha junto à cratera do vulcão.

Na madrugada desta segunda-feira (23) no Brasil, por volta das 16h na Indonésia, a irmã de Juliana disse que o resgate havia sido interrompido novamente, devido às condições climáticas.

"Um dia inteiro e eles avançaram apenas 250 metros abaixo. Faltavam apenas 350 metros para chegar na Juliana e eles recusaram", disse Mariana Marins. "Precisamos de ajuda, precisamos que o resgate chegue até a Juliana com urgência".

"Desde que acionada pela família da turista, a embaixada do Brasil em Jacarta mobilizou as autoridades locais, no mais alto nível, o que permitiu o envio das equipes de resgate para a área do vulcão onde ocorreu a queda, em região remota, a cerca de quatro horas de distância do centro urbano mais próximo", diz nota do Itamaraty,
A embaixada do Brasil em Jacarta recebe das autoridades locais relatos sobre o andamento dos trabalhos.

Dois funcionários da embaixada irão até o local para acompanhar as tentativas de resgate, dificultadas no final de semana pelas condições meteorológicas, que atrapalham a visibilidade.

Neste domingo, a primeira-dama Rosângela Lula da Silva, a Janja, afirmou, no Instagram, que acompanha o caso com preocupação. Ela disse que conversou com o ministro das Relações Exteriores para saber detalhes do ocorrido.

"No decorrer do dia, o ministro se manteve empenhado em auxiliar, de todas as formas possíveis, para que o resgate seja feito com urgência e que Juliana retorne ao Brasil o mais breve", disse.

A trilha que era percorrida pela publicitária é uma das mais populares da Indonésia. O trajeto até o cume do vulcão pode levar até quatro dias, segundo informações do Parque Nacional do Monte Rinjani e de agências de montanhismo locais.

Juliana começou o trajeto na sexta-feira (20). Ela faria a escalada até domingo.

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