Brasil celebra 80 anos da Carta da ONU com exposição em Nova Iorque

Para comemorar aniversário, neste 26 de junho, Missão do país nas Nações Unidas lembra as únicas mulheres que ajudaram a redigir o documento incluindo a brasileira Bertha Lutz; evento também reflete sobre eleição de 2026 para Secretaria Geral da organização

Brasil celebra 80 anos da Carta da ONU com exposição em Nova Iorque
Brasil celebra 80 anos da Carta da ONU com exposição em Nova Iorque

Agência Onu News|monica Grayley* - 27/06/2025 11:16:47 | Foto: ONU/McLain

Neste 26 de junho, os países-membros das Nações Unidas celebram os 80 anos da Carta da ONU, o documento que rege a organização e que inclui o conceito de igualdade de gênero em seu preâmbulo.

O Brasil foi um dos 50 países que firmaram o texto durante a Conferência Internacional, na cidade de São Francisco, nos Estados Unidos, em 1945.

Apenas 4 mulheres
Para marcar a criação da ONU, a Missão do país realiza, nesta quinta-feira, em Nova Iorque, o evento “O 80º Aniversário da Carta da ONU: O Legado da Igualdade de Gênero.”

Como parte da cerimônia será lançada uma exposição de fotos sobre o papel das mulheres, que ajudaram a redigir a Carta, dentre elas a bióloga e diplomata brasileira Bertha Lutz.

Antes do evento, a ONU News conversou com a escritora e jornalista Angelica Kalil, autora do livro “Bertha Lutz e a Carta da ONU” sobre a defesa de Lutz pela inclusão das mulheres em espaços de poder e decisão.

“Eu acho que o que a Bertha Lutz nos diria hoje é muito parecido com que ela dizia na época que ela viveu que foi o século 20. Especialmente a primeira metade do século 20, que ela viveu intensamente, e que foi marcado pela luta das mulheres para conquista do voto feminino no Brasil e no mundo inteiro.”

Direitos iguais
Ao lado de Bertha Lutz que lutou para que a expressão, “direitos iguais de homens e mulheres” fosse parte do texto, estiveram mais três diplomatas: a americana Virginia Gildersleeve, a chinesa Wu Yi-fang e a dominicana Minerva Bernardino.

No Artigo 8 da Carta, a ideia de igualdade de direitos também aparece: “Nações Unidas não imporão nenhuma restrição à elegibilidade de homens e mulheres de participar em qualquer cargo ou sob quaisquer condições de igualdade em seus órgãos principais e subsidiários.”

Conferência de Pequim e Resolução 1325
Com a exibição, a Missão do Brasil lembra que este ano, a Resolução 1325 sobre “Mulheres, Paz e Segurança”, adotada pelo Conselho de Segurança em 2000, completa 25 anos. Também neste ano, é marcado o 30º aniversário da Quarta Conferência sobre Mulheres, conhecida como Conferência de Pequim.

Foi ali, em 5 de setembro de 1995, que a ex-primeira-dama dos Estados Unidos, Hillary Clinton, discursou cunhando a famosa frase de que “os direitos humanos são direitos das mulheres – e que os direitos das mulheres são direitos humanos”.

Eleição para Secretaria Geral em 2026
A Missão do Brasil na ONU afirma que o evento é uma oportunidade de reconhecer o papel dessas mulheres, especialmente do Sul Global.

Além do embaixador brasileiro, Sergio Danese, discursarão os representantes da China e da República Dominicana, a vice-secretária-geral Amina Mohammed e a diretora-executiva da ONU Mulheres, Sima Bahous.

Outro objetivo do evento é refletir sobre os desafios para 2026, quando a ONU escolherá a nova liderança da Secretaria Geral.

E desta vez, após nove homens comandarem a Casa, muitos analistas já mencionam conversações sobre a possível eleição de uma mulher para liderar a organização.

A escolha do secretário-geral da ONU é feita, incialmente pelo Conselho de Segurança, que depois recomenda o nome para votação na Assembleia Geral.

*Monica Grayley é editora-chefe da ONU News Português.

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