Comércio terá papel fundamental no futuro dos oceanos, diz agência da ONU

Às vésperas da 3ª Conferência dos Oceanos das Nações Unidas, de 9 a 13 de junho, na França, setores emergentes como cultivo de algas marinhas e alimentação “azul” ganham destaque na agenda internacional; Unctad defende avanço de práticas sustentáveis nos mares

Comércio terá papel fundamental no futuro dos oceanos, diz agência da ONU
Comércio terá papel fundamental no futuro dos oceanos, diz agência da ONU

Agência Onu News - 05/06/2025 09:07:04 | Foto: Coral Reef Image Bank/Tom Vierus

A economia oceânica será um dos temas de destaque na 3ª Conferência dos Oceanos das Nações Unidas. O evento, coorganizada por França e Costa Rica, acontece de 9 a 13 de junho na cidade francesa de Nice.

O objetivo do encontro é acelerar ações de conservação e uso sustentável dos mares, que cobrem 70% da superfície do planeta, mas sofrem com mudanças climáticas, poluição e pesca excessiva.

Setores emergentes
A conferência é uma oportunidade para reverter a falta de investimentos e a governança fragmentada que agravam os riscos para o ambiente marinho.

A ONU Comércio e Desenvolvimento, Unctad, destaca que mais de 80% do comércio mundial de mercadorias é transportado por via marítima.

Além disso, mais de 600 milhões de pessoas dependem da pesca, um setor que sustenta cerca de 100 milhões de empregos em todo o mundo.

A Unctad afirma que o comércio é fundamental para moldar o futuro dos oceanos, com o avanço de setores sustentáveis, como sistemas alimentares “azuis”, uso de algas marinhas para substituir o plástico, produtos de moda que não agridem os mares, dentre outros.

Economia oceânica em expansão
Segundo a agência, o comércio de bens e serviços oceânicos atingiu um recorde de US$ 2,2 trilhões em 2023, com o turismo marinho e costeiro representando a maior fatia, de US$ 725 bilhões.

Nas últimas décadas, o mercado de algas marinhas mais do que triplicou, aumentando de US$ 4,5 bilhões em 2000 para US$16,5 bilhões em 2020.

Durante a conferência em Nice, a Unctad organizará eventos paralelos para explorar como o comércio, a inovação e o investimento podem turbinar a economia oceânica, que está em expansão.

Outro destaque será como o comércio apoia sistemas alimentares sustentáveis baseados no oceano, os chamados “alimentos azuis”, que podem ter um papel importante na segurança alimentar global.

Apoio aos “Estados-ilhas”
A Unctad também apresentará um compromisso voluntário, em conjunto com o Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais da ONU, para apoiar a ação oceânica baseada em dados com foco em Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento, Sids.

O projeto envolve Belize, Barbados, República Dominicana e Trinidad e Tobago e tem como foco o desenvolvimento de políticas para reduzir a degradação ambiental as emissões de gases do efeito estufa, além de promover maior integração dessas nações no comércio global e em práticas sustentáveis.

Os Sids são altamente vulneráveis a mudanças climáticas e desastres naturais. Para além do apoio ligado ao desenvolvimento econômico, a ONU também apoia esses países na criação de sistemas de alerta precoce.

Antecipação a riscos de desastres
Desde 2015, quase 400 milhões de pessoas que vivem em países menos desenvolvidos e em Sids obtiveram acesso a previsões e serviços melhorados de antecipação de desastres.

Por meio da Iniciativa de Sistemas de Alerta Precoce e Risco Climático, da Organização Meteorológica Mundial, OMM, 77 países foram beneficiados.

Ao discursar sobre o tema em um evento separado, em Genebra, na terça-feira, a subsecretária-geral da ONU, Amina Mohammed, disse que os desastres estão acontecendo com “intensidade e imprevisibilidade crescentes”, em todos os países e regiões.

O Relatório de Avaliação Global sobre Redução de Riscos de Desastres de 2025 destaca que perdas diretas são estimadas em US$ 202 bilhões anuais, mas, quando considerados todos os impactos, o prejuízo ultrapassa US$ 2,3 trilhões.

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