Black Friday 2025 deve registrar a maior onda de golpes digitais da história
Redação Com Informações De Agência - 23/11/2025 10:04:50 | Foto: © PAULO PINTO/AGÊNCIA BRASIL
Na corrida pelas melhores promoções, muitos consumidores acabam caindo em fraudes digitais; especialista ensina a técnica dos 3 Ps — Pare, Pense e Pesquise para evitar prejuízos.
A última sexta-feira de novembro promete movimentar o comércio eletrônico. A Black Friday 2025, marcada para 28 de novembro, deve gerar R$ 13,34 bilhões em vendas, segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), alta de 43% em relação ao ano passado, o maior faturamento já registrado no país.
Carrinhos virtuais lotados e consumidores em busca do melhor preço devem dominar o dia. Mas, junto com as oportunidades, cresce também o risco de fraudes digitais.
O dado do último ano confirma a exposição: apesar do pico de compras ocorrer à tarde, é na madrugada que os golpistas atuam com mais intensidade, aponta estudo da Serasa Experian. Em 2024, as ações criminosas dobraram entre 0h e 2h. As compras se concentraram entre 10h e 23h, com pico entre 13h e 14h, quando o fluxo ultrapassou 300 mil pedidos por hora. Já entre 0h e 2h o volume caiu para cerca de 65 mil compras por hora, mas a taxa de ataques chegou a 2% às 3h da manhã, o dobro da média diária.
“É o momento em que o consumidor está mais vulnerável: cansado, confiante e com pressa de não perder a oferta. O golpe perfeito acontece quando a vítima está relaxada”, diz o perito internacional em crimes digitais e CEO da Enetsec, Wanderson Castilho. Segundo ele, o perigo não está só nas promoções falsas, mas na emoção que elas provocam. “O gatilho da urgência é o combustível dos golpistas. Quando o cérebro entra no modo impulso, a razão desliga.”
Especialista elenca os golpes mais comuns — e dá orientações práticas
Troca de QR Code no checkout. Esse tipo de fraude acontece porque muita gente paga sem conferir o destinatário. Antes de confirmar o Pix, verifique se o nome e o CNPJ exibidos na tela correspondem exatamente ao da loja. Se aparecer um nome estranho, abreviado ou pessoal, cancele na hora. Essa checagem leva três segundos e pode evitar um prejuízo de meses, explica o perito em crimes digitais.
Phishing. O clássico que nunca sai de moda. O phishing usa uma armadilha simples, fazendo a vítima entregar seus próprios dados. Os criminosos enviam e-mails, mensagens ou criam cópias perfeitas de sites famosos para convencer o usuário a digitar login, senha e dados do cartão, segundo Castilho, a tática é antiga, mas funciona porque explora o que há de mais humano: a confiança. A dica do especialista, é sempre acessar o site digitando o endereço no navegador, nunca por links recebidos por mensagem, desconfiar de promoções que exigem cadastro urgente, e reforça que nenhuma empresa séria pede dados sigilosos por e-mail ou WhatsApp.
Links falsos no WhatsApp. Durante a Black Friday, o WhatsApp também vira terreno fértil para armadilhas. Links prometendo cupons e descontos irreais circulam em grupos e conversas privadas. Ao clicar, o usuário é levado a páginas fraudulentas que roubam dados e até instalam vírus no celular. O ideal é não clicar, e muito menos compartilhar.
Promoções irreais. Ofertas muito abaixo do mercado e chamadas de “últimas unidades” buscam acelerar o impulso de compra. Para se proteger, compare preços em mais de um site e verifique as avaliações e histórico do vendedor antes de fechar.
Perfis falsos nas redes sociais. Com o avanço das compras via redes sociais, páginas falsas também se multiplicam se passando por marcas conhecidas. A orientação para o consumidor é simples, basta olhar os detalhes: data de criação da conta, comentários, marcações e número de seguidores. Essas pistas revelam se a loja é legítima ou apenas uma vitrine para o golpe.
Para fechar, Castilho resume em uma regra prática: a técnica dos 3 Ps — Pare, Pense e Pesquise. “PARE por alguns segundos antes de qualquer impulso; PENSE se a oferta faz sentido diante do preço médio; PESQUISE em outras lojas, cheque reputação e confirme o recebedor em pagamentos por Pix ou QR. Esses três gestos, feitos automaticamente, tiram o golpista do jogo.” conclui.
Saiba mais sobre Wanderson Castilho: Perito internacional em crimes cibernéticos, Wanderson Castilho já solucionou mais de 6 mil casos ao redor do mundo, utilizando técnicas avançadas de perícia digital, análise de metadados e rastreamento de identidades anônimas. Fundador da Enetsec, com sede nos EUA e no Brasil, atua há mais de 20 anos desvendando fraudes, vazamentos e assédios virtuais com precisão técnica e foco na verdade digital. Físico de formação e autor de quatro livros, Castilho é certificado em investigação de criptomoedas pelo Blockchain Intelligence Group — ferramenta usada por FBI e CIA —, além de possuir certificações como Certified Ethical Hacker (CEH), Certified Computing Professional (CCP) e ser membro da ACFE (Association of Certified Fraud Examiners). É também licenciado como investigador particular nos Estados Unidos. Seu trabalho contribuiu para mudanças legislativas, como a criação da Lei da Pornografia de Vingança (Lei 13.772/2018), sendo hoje uma das maiores autoridades em segurança digital da América Latina. Saiba mais em: www.enetsec.com
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