Cientistas fazem alerta na COP30 sobre uso de combustíveis fósseis: 'Restam apenas 4 anos'
Agência Sputnik Brasil - 19/11/2025 15:58:29 | Foto: © Foto / Presidência da República / Ricardo Stuckert
O governo federal já gastou R$ 787,2 milhões na organização da COP30 em Belém, com previsão de despesas superiores a R$ 1 bilhão. A ação orçamentária foi detalhada ao Congresso em julho, indicando R$ 859,3 milhões vinculados à Presidência, mas os custos se estendem a diversos órgãos, como Polícia Federal, Forças Armadas e EBC.
Dados do Portal da Transparência mostram que o orçamento total da COP30 em Belém ultrapassa R$ 1 bilhão, cerca de 20% acima do informado inicialmente. Uma parte significativa dos recursos foi destinada à Organização dos Estados Ibero-Americanos (OEI), contratada sem licitação para montar as estruturas da conferência, incluindo as zonas azul e verde, em convênio de R$ 480 milhões.
A zona azul, principal espaço da COP30, apresentou falhas desde o início: calor excessivo, falta de água nos banheiros e goteiras em pavilhões. A ONU enviou carta ao governo brasileiro cobrando melhorias. Segundo a Folha de S.Paulo, a Secretaria de Comunicação da Presidência afirmou que descumprimentos contratuais podem resultar em sanções às empresas responsáveis.
O empenho já autorizado para pagamentos soma R$ 877,2 milhões. Além disso, o Brasil repassou US$ 7,2 milhões (R$ 38,2 milhões) à UNFCCC, braço da ONU responsável pelas COPs, para cobrir despesas de comunicação, deslocamento e hospedagem de funcionários.
Cientistas fazem alerta na COP30 sobre uso de combustíveis fósseis: 'Restam apenas 4 anos'
A montagem da zona azul chegou a ter custos estimados em R$ 423,5 milhões. O contrato com a empresa DMDL, responsável pela estrutura, foi firmado em R$ 182,6 milhões, dos quais R$ 112,9 milhões já foram pagos. Apesar disso, problemas como falhas no ar-condicionado, banheiros sem trancas ou insumos básicos e goteiras persistiram.
De acordo com a apuração, as especificações técnicas exigiam banheiros completos, tendas resistentes, cobertura impermeável e climatização adequada. Segundo o governo, falhas estão sendo monitoradas e corrigidas rapidamente, com fornecedores notificados a arcar com medidas compensatórias.
A OEI declarou que ajustes são comuns em grandes eventos e que acompanha diariamente a execução dos contratos. A DMDL também afirmou que cumpre as especificações e que suas equipes técnicas atuam 24 horas para sanar ocorrências pontuais.
A contratação sem licitação da OEI foi questionada pelo Tribunal de Contas da União (TCU), que apontou falta de justificativas para a ausência de concorrência e ausência de comprovação de vantagem na escolha. A Secretaria Extraordinária da COP30, ligada à Casa Civil, defendeu que o acordo foi amparado por tratado internacional ratificado pelo Brasil e regido pelo direito internacional.
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