Desafeto do Papa Francisco lança nova pista sobre jovem desaparecida

Emanuela Orlandi desapareceu em junho de 1983, aos 15 anos de idade

Desafeto do Papa Francisco lança nova pista sobre jovem desaparecida
Desafeto do Papa Francisco lança nova pista sobre jovem desaparecida

Portal Terra - 02/11/2019 09:01:44 | Foto: ANSA / Ansa - Brasil

O ex-núncio apostólico da Igreja Católica nos Estados Unidos Carlo Maria Viganò reacendeu o "caso Emanuela Orlandi" ao insinuar que o Vaticano pode estar escondendo documentos relativos ao desaparecimento.

Orlandi sumiu em 1983, aos 15 anos de idade, enquanto voltava para casa. Ela era filha de um funcionário da Santa Sé e residia dentro dos muros do Vaticano, e seu paradeiro segue desconhecido.

Segundo Viganò, inimigo declarado do papa Francisco, a Igreja pode estar escondendo a transcrição de um telefonema para o Vaticano feito logo após o desaparecimento da jovem.

"O texto daquele telefonema deve estar no arquivo da Secretaria de Estado, e não sei se foi entregue aos investigadores italianos. Ficaria surpreso se descobrisse que não", disse o arcebispo ao site do vaticanista Aldo Maria Valli.

Viganò trabalhou na Secretaria de Estado entre 1978 e 1989 e entre 1998 e 2009, mas não explicou se ele teve acesso à suposta transcrição. De acordo com a reconstrução do arcebispo, a ligação foi feita por volta de 20h, duas horas depois de a garota ter sido vista saindo da escola onde estudava música.

Do outro lado da linha, um desconhecido pedia para falar com o cardeal Agostino Casaroli (1914-1998), na época presidente da Comissão Pontifícia para a Cidade-Estado do Vaticano e que estava em viagem com João Paulo II à Polônia.

A ligação foi então encaminhada à sala de imprensa. "Por volta de 20h, ou talvez mais tarde, recebi um telefonema do padre Romeo Panciroli (1923-2006), então diretor da sala de imprensa vaticana, o qual me anunciou que havia chegado um telefonema anônimo que dizia que Emanuela Orlandi havia sido raptada", contou Viganò.

O arcebispo ainda citou uma fonte que poderia dar informações sobre as negociações sigilosas entre Casaroli e aqueles que alegavam ter sequestrado a adolescente: "O monsenhor Pier Luigi Celata, que era seu secretário de confiança".

Segundo a advogada da família Orlandi, essa reconstrução já havia sido revelada aos parentes por Viganò em 2018, sob a condição de que eles mantivessem seu anonimato. "Pedi para verificar quem estava na Secretaria de Estado naquela noite de 22 de junho de 1983, mas o pedido não foi atendido", afirmou Sgrò.

Diversas hipóteses foram consideradas nas últimas décadas para explicar o desparecimento, desde crime comum até vingança contra o pai de Orlandi ou contra o Vaticano. O filme "A verdade está no céu" (2016), de Roberto Faenza, cogita que ela tenha sido sequestrada por mafiosos e jogada em uma betoneira. Nenhuma das teorias, no entanto, foi confirmada pela Justiça.

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