Fábrica construída pela China ajuda a modernizar indústria de cacau na C. do Marfim
Em meio ao Parque Industrial PK24 em Abidjan, ergue-se uma elegante estrutura cinza-prateada, um complexo de processamento de cacau recém-construído, onde o rico aroma dos grãos torrados enchem o ar.
Agência Xinhua - 16/06/2025 09:13:38 | Foto: Xinhua/Wang Guansen
Abidjan, 11 jun (Xinhua) -- Enquanto a estação chuvosa traz um agradável alívio à Costa do Marfim, uma onda de atividade se desenvolve no Parque Industrial PK24, na periferia noroeste de Abidjan, a capital econômica do país, marcada por longas filas de caminhões carregados de cacau e pelo movimento intenso de trabalhadores.
Em meio ao parque, ergue-se uma elegante estrutura cinza-prateada, um complexo de processamento de cacau recém-construído, onde o rico aroma dos grãos torrados enche o ar. Dentro, engenheiros chineses trabalham com seus colegas marfinenses, aprimorando os sistemas de transporte em preparação para a operação em larga escala da fábrica.
Construído pela China Light Industry Nanning Design Engineering Co., Ltd., o complexo tem entrega oficial prevista para este mês. Sendo a primeira unidade moderna de processamento de cacau estatal da Costa do Marfim, ela é um marco importante na iniciativa do país de modernizar sua indústria de cacau e ascender na cadeia de valor global.
"Finalmente estamos processando cacau em nossas próprias terras", disse Ettien Kouakou Camille, com muito orgulho. Aos 32 anos, Camille cultiva mais de 10 hectares de terras de cacau e passou mais de uma década cultivando a variedade Forastero. Com a nova unidade em funcionamento, ele espera que os grãos premium de sua cidade natal virem produtos de alto valor.
"No passado, o cacau era exportado sem ser processado. Agora, as empresas chinesas estão nos ajudando a mudar isso", disse Camille, enfatizando a importância desse projeto, fruto da cooperação entre a China e a Costa do Marfim.
Com cerca de 21 hectares, o complexo foi projetado para processar 50.000 toneladas de cacau anualmente, com capacidade de armazenamento de 140.000 toneladas. Tang Chong, gerente de projeto da fábrica de processamento, disse que a instalação foi construída de acordo com os padrões tecnológicos e de qualidade chineses e, após a conclusão, servirá como base de treinamento fundamental para profissionais da indústria local de cacau.
Na oficina de pré-tratamento de cacau, o operador N'guessan Kouassi, 38 anos, enxugou o suor da testa enquanto monitorava os dados do equipamento com sua equipe.
"Esta é a maior fábrica estatal de processamento de cacau do país. Ela está dando a mais jovens o acesso a empregos e a chance de contribuir para a sociedade", disse ele, acrescentando que espera que mais empresas chinesas invistam na Costa do Marfim para expandir as oportunidades de crescimento agrícola e emprego para os jovens.
Para Ogbonin Emmanuel, tradutor do projeto com experiência em construção, a experiência foi reveladora. "Vi todo o processo de transformação do cacau em chocolate. A África precisa desse tipo de capacidade de produção avançada", disse ele.
Na seção de instalação elétrica, o técnico Joel Niamien liderou sua equipe nos ajustes finais. "Houve algumas barreiras linguísticas no início, mas agora trabalhamos em estreita coordenação", disse ele. "Os equipamentos são mais modernos e os processos, mais simplificados".
"A experiência de desenvolvimento agrícola da China é uma referência vital para os países africanos", disse Kobenan Kouassi Adjoumani, ministro de Estado e ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural do país, na recém-concluída sétima edição da Exposição Internacional de Agricultura e Recursos Animais.
Ele observou que a Costa do Marfim está em um estágio essencial de modernização agrícola. "As empresas chinesas não estão apenas construindo fábrica, estão trazendo soluções integradas para nos ajudar a aprimorar nossas cadeias de valor agrícolas", disse Adjoumani.
Como maior produtor e exportador mundial de cacau, a Costa do Marfim responde por cerca de 40% do fornecimento global. Em 2024, a produção nacional de cacau atingiu cerca de 2 milhões de toneladas, das quais mais de 1,4 milhão de toneladas foram exportadas em grãos in natura. No entanto, atualmente apenas cerca de 30% da safra é processada internamente. O país abriga cerca de 15 fábricas de processamento de cacau em grande escala, a maioria delas de propriedade estrangeira.
A Costa do Marfim está acelerando seus esforços para atingir 100% de processamento local até 2030. Como parte desse esforço, o governo planeja reformas no sistema de compra de cacau, incluindo a introdução de carteiras de identidade rastreáveis para os produtores, a fim de proteger melhor os direitos dos produtores de cacau.
De volta ao Parque Industrial PK24, técnicos chineses e marfinenses estavam aprimorando os sistemas de produção à medida que a unidade se aproximava da plena prontidão operacional. A unidade, um símbolo da cooperação bilateral, está pronta para ajudar a Costa do Marfim a transformar o papel de exportadora de cacau bruto em um ator significativo no processamento de cacau.
No Porto de Abidjan, contêineres cheios de produtos de cacau estão dispostos ordenadamente, prontos para exportação. Olhando para o mar, Camille disse com calma e determinação: "Agora queremos que o mundo se apaixone pelo chocolate feito na Costa do Marfim".
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