Falta de itens essenciais em Gaza aumenta doenças preveníveis, diz Nações Unidas

O ENUCAH afirmou que civis em Gaza continuam sendo mortos ou feridos diariamente, seja em ataques aéreos israelenses, bombardeios ou enquanto tentam conseguir comida para suas famílias.

Falta de itens essenciais em Gaza aumenta doenças preveníveis, diz Nações Unidas
Falta de itens essenciais em Gaza aumenta doenças preveníveis, diz Nações Unidas

Agência Xinhua - 04/07/2025 09:51:07 | Foto: Rizek Abdeljawad/Xinhua

Agentes humanitários da ONU disseram na quinta-feira que seus parceiros que dão ajuda médica em Gaza relataram um aumento nas doenças preveníveis relacionadas à falta de água potável, saneamento e combustível.

O Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (ENUCAH) informou que, nas últimas duas semanas, foram registrados mais de 19.000 casos de diarreia aquosa aguda, além de mais de 200 casos de síndrome de icterícia aguda e diarreia com sangue.

"Esses surtos estão diretamente ligados à falta de água potável e saneamento em Gaza, ressaltando a necessidade urgente de combustível, suprimentos médicos, água, saneamento e itens de higiene para evitar um colapso ainda maior do sistema de saúde pública", disseram os humanitários.

Os parceiros também relataram mais um incidente com vítimas em massa no Hospital Al Aqsa após um ataque aéreo em Deir al-Balah.

Eles disseram que o hospital recebeu mais de 20 mortos e 70 feridos. Outros pacientes feridos tiveram que ser transferidos para o Complexo Médico Nasser e duas outras unidades de saúde.

"Civis em Gaza continuam sendo mortos ou feridos diariamente, seja em ataques aéreos israelenses, bombardeios ou enquanto tentam conseguir comida para suas famílias", disse o ENUCAH. "Estes eventos trágicos não devem ser normalizados e precisam acabar imediatamente".

Em um tom mais positivo, a Organização Mundial da Saúde (OMS) relatou a entrega de seu primeiro carregamento médico para Gaza desde 2 de março, quando Israel impôs um bloqueio total à faixa. Nove caminhões com suprimentos médicos essenciais, 2.000 unidades de sangue e 1.500 unidades de plasma foram transportados da passagem de fronteira Kerem Shalom/Karem Abu Salem.

A OMS informou que os suprimentos estavam sendo distribuídos para hospitais prioritários. O sangue e o plasma foram entregues à unidade de armazenamento refrigerado do Complexo Médico Nasser, em Khan Younis, no sul de Gaza, para serem distribuídos a hospitais que enfrentam escassez crítica em meio a um crescente fluxo de feridos, muitos deles ligados a incidentes em locais de distribuição de alimentos militarizados, não pertencentes à ONU e administrados pelos Estados Unidos.

A OMS afirmou que o envio dos suprimentos médicos extremamente necessários é apenas uma gota no oceano.

O ENUCAH afirmou que, para atender às necessidades humanitárias e ajudar a reduzir furtos, é essencial aumentar o fluxo de bens humanitários e comerciais essenciais para Gaza por meio de múltiplas travessias e rotas, e facilitar sua distribuição segura pela Faixa de Gaza.

O escritório afirmou que, na quarta-feira, seis das 17 tentativas de coordenação de movimentos humanitários dentro de Gaza foram rejeitadas categoricamente pelas autoridades israelenses. As missões planejadas da ONU incluíam o transporte de água por caminhão e o conserto de estradas. Outras nove tentativas de coordenação, incluindo a remoção de resíduos sólidos e a coleta de carga das travessias, foram facilitadas pelas autoridades israelenses. Outras duas tentativas não foram realizadas.

"As contínuas restrições ao acesso humanitário estão prejudicando gravemente as operações que salvam vidas", afirmou o escritório.

O ENUCAH declarou estar muito preocupado com a escalada da violência e os ataques de colonos israelenses contra palestinos na Cisjordânia.

O escritório afirmou ter documentado um ataque no qual três palestinos foram mortos e vários outros ficaram feridos quando centenas de colonos, alguns armados e acompanhados por forças israelenses, invadiram a vila de Kafr Malik e incendiaram casas ocupadas na quarta-feira. O Escritório Central de Estatísticas da Palestina, na província de Ramala, informou que Kafr Malik tem uma população superior a 3.000 habitantes.

O ENUCAH afirmou que, em outro ataque na quarta-feira, cerca de 20 colonos incendiaram terras agrícolas na vila de Asira al Qibliya, na província de Nablus.

"Civis continuam sofrendo o impacto da prolongada ocupação israelense", afirmou o escritório sobre a violência em Gaza e na Cisjordânia. "O ENUCAH reitera seu apelo pela proteção de civis e pessoal humanitário, pleno respeito ao direito internacional e ao acesso humanitário irrestrito".

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