Se 2025 fosse um filme, seria aquele que a gente guarda na memória. O ano em que a produção nacional falou alto, premiada em Berlim, ovacionada em Cannes e coroada com o primeiro Oscar do país. Um período em que a arte recuperou o fôlego e reescreveu caminhos. É neste cenário que chega aos cinemas, nesta quinta-feira (11), “Sexa”, primeiro longa-metragem dirigido por Glória Pires.

Mais do que um título, a obra conta a história de uma mulher de 60 anos que enfrenta o preconceito ao se relacionar com um homem mais jovem. Uma narrativa sobre medos, recomeços e um amor que insiste em nascer fora das regras. Em entrevista exclusiva ao Bem Viver , programa do Brasil de Fato, Glória Pires, ao lado da atriz e cantora Isabel Fillardis e do ator Thiago Martins, revelou os bastidores e significados da produção.

Com décadas de carreira diante das câmeras, Glória admitiu que a direção era um desejo antigo, sempre adiado pela intensidade de sua trajetória como atriz. “A minha carreira nunca parou. Os trabalhos sempre surgindo e, sem planejar, fui empurrando esse sonho de parar para pensar numa história para dirigir”, contou.

O estalo veio com o roteiro de “Sexa” e sua protagonista Bárbara, que aos 60 anos confronta questões sobre desejo e o temor de ser julgada. “Amei porque nunca tinha recebido uma personagem nesse lugar, trazendo toda a sua dor e suas questões, sabendo que ainda tem vida e desejo”, destacou.

A pluralidade artística também marca a trajetória de Isabel Fillardis, que interpreta Cristina no filme. “A sociedade tenta nos colocar em caixinhas e impedir que nos expressemos como realmente queremos. Eu entendi que preciso exercer todos os dons que recebi. E não me permito mais ser enclausurada”, afirmou.

Thiago Martins, intérprete de Davi, e criado no projeto Nós do Morro, no Vidigal, reforçou a ideia: “Artista pode fazer tudo. Cantar, atuar, escrever. A arte é poder trazer assuntos importantes em forma de cultura e educação.”

O potencial feminino em foco

“Sexa” integra uma leva crescente de produções que destacam mulheres maduras enfrentando o mundo — movimento que inclui filmes como “Último Azul”, “Livros Restantes” e o aclamado “Ainda Estou Aqui”. Para a diretora, essa onda reflete uma sociedade que começa a valorizar a força feminina. “A mulher é geradora e mantenedora da vida. É o que mais vemos: ela seguindo sozinha, carregando os filhos, dando suporte. Essa qualidade precisa ser enaltecida e respeitada”, defendeu Glória, acrescentando que a ascensão do tema no cinema é um contraponto necessário à curva de violência contra as mulheres.

Apesar de abordar questões profundas, “Sexa” se apresenta como uma comédia romântica leve, que busca dialogar com várias gerações. “É um bom filme para a família brasileira. Trazemos assuntos importantes, mas com leveza”, disseram Isabel e Thiago.

Com uma mensagem clara sobre o direito de envelhecer com desejo e liberdade, o trio faz um convite: “Vamos ocupar as salas de cinema para ver e debater tudo isso. Logo na primeira semana, é fundamental.”

E tem mais…

Nesta edição, o Bem Viver também celebra o Dia do Forró, comemorado em 13 de dezembro, data de nascimento do eterno Rei do Baião, Luiz Gonzaga, que deu seus primeiros passos musicais com um instrumento modesto em tamanho, mas imenso no legado: a sanfona de oito baixos.

Embora tenha moldado o ritmo do pé de serra e atravessado décadas, a tradição desse instrumento quase se perdeu no caminho. Quase. No agreste pernambucano, um grupo de jovens está devolvendo o fôlego ao fole. Crianças, adolescentes e músicos em início de carreira resgatam, com olhos brilhantes, a arte da sanfona de oito baixos, mantendo viva a chama do forró tradicional.

Enquanto isso, do outro lado do Atlântico, a série especial sobre a África segue mostrando como a agroecologia se entrelaça com a vida e a ancestralidade. Há 27 anos, uma família que deixou o arquipélago de Guadalupe, no Caribe, em busca de suas raízes, encontrou no Benim o solo fértil para recomeçar.

No município de Allada, criaram a Ecolojah — uma escola que se tornou referência em educação pan-africanista e agroecológica. Entre árvores, hortas e saberes ancestrais o projeto forma crianças com consciência ambiental e comunitária, plantando não apenas alimentos, mas também resistência.

E para fechar com sabor, a chef Gema Sotto ensina a preparar uma banana flambada — sobremesa rápida, acessível e irresistível.

Quando e onde assistir?

No YouTube do Brasil de Fato todo sábado às 13h30, tem programa inédito. Basta clicar aqui.

Na TVT: sábado às 13h; com reprise domingo às 6h30 e terça-feira às 20h no canal 44.1 – sinal digital HD aberto na Grande São Paulo e canal 512 NET HD-ABC.

Na TV Brasil (EBC), sexta-feira às 6h30.

Na TVE Bahia: sábado às 12h30, com reprise quinta-feira às 7h30, no canal 30 (7.1 no aparelho) do sinal digital.

Na TVCom Maceió: sábado às 10h30, com reprise domingo às 10h, no canal 12 da NET.

Na TV Floripa: sábado às 13h30, reprises ao longo da programação, no canal 12 da NET.

Na TVU Recife: sábados às 12h30, com reprise terça-feira às 21h, no canal 40 UHF digital.

Na UnBTV: sextas-feiras às 10h30 e 16h30, em Brasília no Canal 15 da NET.

Sintonize

No rádio, o programa Bem Viver vai ao ar de segunda a sexta-feira, das 7h às 8h, com reprise aos domingos, às 10h, na Rádio Brasil de Fato. A sintonia é 98,9 FM na Grande São Paulo. Além de ser transmitido pela Rádio Agência Brasil de Fato.

O programa conta também com uma versão especial em podcast , o Conversa Bem Viver , transmitido pelas plataformas Spotify, Google Podcasts, iTunes, Pocket Casts e Deezer.

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Editado por: Igor Carvalho