Jovem antivacina que processou escola após ser suspenso pega catapora nos Estados Unidos

Jerome Kunkel, de 18 anos, se recusou a tomar vacina contra catapora com base em fundamentos religiosos e levou escola à Justiça por tê-lo proibido de assistir aulas.

Jovem antivacina que processou escola após ser suspenso pega catapora nos Estados Unidos
Jovem antivacina que processou escola após ser suspenso pega catapora nos Estados Unidos

Bbc News Brasil-terra - 09/05/2019 11:50:00 | Foto: CBS - BBC News Brasil

Um adolescente americano que processou a escola onde estudava por ter sido suspenso após se recusar a tomar vacina contra catapora, agora contraiu o vírus.

Jerome Kunkel, de 18 anos, se recusou a tomar vacina contra catapora com base em fundamentos religiosos

Jerome Kunkel, de 18 anos, ganhou manchetes de jornais em abril por sua malsucedida ação judicial contra o colégio Our Lady of Sacred Heart/Assumption Academy, na cidade de Walton, no Estado de Kentucky.

O advogado de Kunkel, Christopher Weist, disse à imprensa americana que o adolescente começou sentir os sintomas da catapora na semana passada.

Em meio a um surto da doença, a escola que o jovem frequentava decidiu suspender todos os alunos que não aderissem à campanha de imunização.

O jovem havia se recusado a tomar a vacina com base em argumentos religiosos. Na ação contra a escola, ele argumentou que a vacinação era "imoral, ilegal e pecaminosa" e que seus direitos estavam sendo violados.

O colégio decidiu impedir a entrada de alunos que não se imunizassem depois que 32 estudantes pegaram catapora. Weist disse à NBC News que seu cliente não se arrepende da decisão de não tomar a vacina, mesmo tendo contraído a doença depois.

"Ele tem crenças profundamente religiosas e sinceras", disse Weist. "Ele sempre reconheceu o risco de pegar a doença e estava ok com isso."

Kunkel foi proibido também de jogar basquete na escola

Kunkel foi proibido também de jogar basquete na escola

Foto: CBS / BBC News Brasil

O Departamento de Saúde do Norte de Kentucky decidiu suspender alunos não imunizados de frequentar aulas e atividades extracurriculares em 14 de março. A escola de Kunkel seguiu essa determinação.

Um juiz de Kentucky concordou com os argumentos do departamento de saúde em abril, ao julgar o processo movido pelo jovem. O magistrado argumentou que o aluno de 18 anos não tinha o direito de frequentar aulas e jogar basquete nas dependências da escola sem ter tomado a vacina.

O pai de Jerome Kunkel, Bill Kunkel, argumenta que vacinas derivam de "fetos abortados", o que contraria as crenças religiosas da família.

Alguns dos primeiros vírus usados para fazer a vacina na década de 1960 foram produzidos a partir de tecidos imaturos de fetos humanos abortados.

Mas nenhuma nova célula humana foi utilizada desde então para produzir vacinas, dizem especialistas em epidemiologia e fármacos.

A Igreja Católica diz a seus membros que é moralmente justificável tomar essas vacinas, embora defenda que tratamentos alternativos sejam desenvolvidos sem usar "linhas celulares de origem ilícita".

A catapora é uma doença altamente contagiosa que causa erupções na pele, coceira e febre, embora não costume ser fatal.

Antes de a vacina ser criada, cerca de 4 milhões de americanos contraíam a doença a cada ano, de acordo com o Hospital da Criança da Filadélfia.

Agora, apenas 12 mil pessoas pegam a doença a cada ano nos Estados Unidos.

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