Mundo viu 10 milhões de pessoas a mais começarem a passar fome em 2019, diz ONU

Cerca de 690 milhões de pessoas passam fome globalmente, segundo o Mapa da Fome

Mundo viu 10 milhões de pessoas a mais começarem a passar fome em 2019, diz ONU
Mundo viu 10 milhões de pessoas a mais começarem a passar fome em 2019, diz ONU

Lu Sudré - Brasil De Fato | São Paulo (sp) - 13/07/2020 12:39:18 | Foto: Leonardo de França

Cerca de 8,9% da população mundial, o equivalente a 690 milhões de pessoas, passa fome diariamente no mundo, segundo o relatório State of Food Security and Nutrition (SOFI ), conhecido como Mapa da Fome, lançado nesta segunda-feira (13). De acordo com o relatório, em todo mundo em 2019, houve um aumento de 10 milhões de pessoas passando fome.

Anualmente, o documento faz um rastreamento do desempenho e trajetória dos países para alcançar a erradicação da fome global, uma das metas sustentáveis da Objetivos Sustentáveis da ONU para 2030.

Em cinco anos, o aumento é de quase 60 milhões. O número de pessoas afetadas pela insegurança alimentar também cresceu: Cerca de 750 milhões, ou quase uma em cada dez pessoas no mundo, foram expostas a níveis graves de insegurança alimentar ano passado.

Considerando o total de pessoas afetadas pela insegurança alimentar, moderada ou fome absoluta, estima-se que 2 milhões de pessoas não tiveram acesso regular a alimentação adequada em 2019.

O relatório apresenta ainda uma avaliação preliminar do impacto da crise socieconômica acentuada pela pandemia do novo coronavírus. Com base nos dados mais recentes, os órgãos da ONU estimam que a covid-19 pode acrescentar entre 83 e 132 milhões de pessoas ao numero total de pessoas subnutridas apenas esse ano.

Segundo os órgãos internacionais, a perspectiva para alcançar a chamada Fome Zero é negativa. Se as tendências atuais se mantiverem, o número de pessoas afetadas pela fome ultrapassaria os 840 milhões até 2030.

América Latina

Se em todo o mundo, a desnutrição aumentou pelo quarto ano seguido, apenas na região da América Latina e Caribe, mais de 47 milhões de pessoas não tiveram acesso à alimentação suficiente ano passado.

O grande destaque do relatório neste ano é um alerta não só sobre a quantidade de comida ingerida mas também sobre a qualidade. Atualmente, uma dieta saudável, variada e com os nutrientes necessários é uma realidade inalcançável para 38% da população mundial, aproximadamente três bilhões de habitantes. Aproximadamente 104,2 milhões dessas pessoas vivem na América Latina e Caribe.

O documento ressalta ainda que as crianças são grandes afetadas pelo grave cenário da ausência de alimentação e oferta em má qualidade. Em 2019, 144 milhões de crianças abaixo de 5 anos foram atingidas pelo crescimento atrofiado, enquanto outras 38,3 milhões estavam com excesso de peso.

O documento é apresentado pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, pelo Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola, Fundo das Nações Unidas para a Infância, Programa Mundial de Alimentos e a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Edição: Rodrigo Durão Coelho

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