Veja como desbravar Angra dos Reis sem precisar entrar em uma lancha

De ônibus, carro ou a pé, as praias do continente têm tanto quanto a oferecer.

Veja como desbravar Angra dos Reis sem precisar entrar em uma lancha
Veja como desbravar Angra dos Reis sem precisar entrar em uma lancha

Victor Sena, Angra Dos Reis, Rj (folhapress) - 02/10/2025 09:26:35 | Foto: © AGÊNCIA BRASIL

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Conforme a alta temporada se aproxima, lanchas de todos os tamanhos lotam o mar. São turistas que vão atrás das famosas ilhas e praias que encantaram os abastados personagens das novelas da década de 2000. Para realmente conhecer Angra dos Reis -costumam dizer- é fundamental ir para o alto mar. Será mesmo?
Quem nasceu ou mora na cidade costuma ter um roteiro um pouco diferente nos dias quentes. De ônibus, carro ou a pé, as praias do continente têm tanto quanto a oferecer.

Com tempo curto, a escolha precisa ser certeira. Angra é uma cidade extensa, com muitas opções ao longo da rodovia Rio-Santos (BR-101), o que lembra bastante Ubatuba. Assim, ter um carro à mão faz diferença.

A partir de Paraty, no sentido Rio de Janeiro, a primeira região é de Mambucaba, distrito com hospedagens de todos os estilos, restaurantes e muitas praias. É um pouco depois dali -a cinco quilômetros- onde estão as duas usinas nucleares brasileiras, que levam o nome do município: Angra 1 e Angra 2, assim como o canteiro de obras de Angra 3.

Os angrenses já estão acostumados, mas muita gente leva um susto ao ver as instalações encravadas em meio à mata atlântica preservada, bem na beira do mar. É mesmo um baita contraste. Mas essa impressão, seja boa ou má, logo passa com o visual que surge na curva seguinte: uma série de pequenas praias compõem a enseada de Piraquara, cujo acesso principal é na altura do km 513.

A primeira das praias da enseada é a do Laboratório, nome que foi de certa forma trocado pelo apelido praia de Águas Quentes, quando ela viralizou nas redes sociais devido à transparência e temperatura acima da média. O motivo para isso é o processo de resfriamento das usinas nucleares que ficam ali perto. Elas usam água do mar para troca de calor, mas não há riscos porque todo o processo é feito indiretamente. A cor do mar e a vida marinha impressionantes afastam qualquer suspeita.

Bem ao lado fica a praia Secreta, onde pedras gigantes impedem a vista da faixa de areia de quem chega por ali de barco. No fim da praia, está a trilha para a mais reservada -e mais bonita- opção da enseada de Piraquara: a praia da Guariba. Também é possível acessá-la diretamente pela rodovia, logo depois do acesso principal.

Para quem não conhece a Rio-Santos, vale um lembrete. Ela acompanha a geografia local, contornando morros íngremes e serras com desfiladeiros bem próximos ao mar. Como está próxima a uma área de preservação, Piraquara tem rica vida marinha é perfeita para mergulho e atividades como stand-up paddle. Afinal, Angra não tem ondas.

Algumas dicas a mais: vá à enseada em dias mais frescos, já que a água sai da usina nuclear com até 35 graus célsius. A temperatura é perfeita para quem também passa o outono e o inverno na região e não dispensa pular no mar. As três praias não têm restaurantes nem bares, mas em fins de semana de verão até é possível encontrar ambulantes. No verão, chegue cedo para estacionar próximo à faixa de areia e evitar a chuva. Depois das 15h, é certo que o tempo vira na região de Angra e Paraty. Quer sol? Aproveite a manhã.

Já na região central de Angra dos Reis, cerca de 35 quilômetros depois, as praias preferidas dos angrenses ficam no circuito da Estrada do Contorno. São uma série de pequenas enseadas e faixas de areia uma após a outra.

Vale a pena ter um pouco de paciência e seguir até as últimas: a praia do Leste, virada justamente para onde nasce o sol, e a praia do Tanguazinho, a mais isolada e selvagem. Na maré baixa, é possível curtir também a minúscula praia da Gruta. Nessa, virada para o oeste, a atração principal é o pôr do sol.

Encontrar vagas por ali é difícil nos finais de semana, por isso mais uma vez vale aproveitar as manhãs de sol para chegar cedo. O melhor ainda assim é pedir um carro por aplicativo ou táxi a partir do centro da cidade. Nesse caso, sente do lado esquerdo e olhe pela janela.

Você vai ver as ilhas de Angra e entender por que as ondas não tem vez na região. A calmaria do mar lembra até lagoa, resultado da proteção fornecida pela Ilha Grande, outra das joias da Costa Verde. A Estrada do Contorno é uma das partes mais bem servidas de infraestrutura em Angra, com hotéis, pousadas, agências de turismo. Também fica próxima a pontos de mergulho e das ilhas da Gipóia e Botinas.

Ao seguir no sentido Rio, uma das últimas praias da cidade é a da Sororoca, já próxima à divisa com o município vizinho de Mangaratiba. Ali, assim como em Piraquara, a rodovia corta as montanhas em desfiladeiros bem acima do mar. No quilômetro 453, saia da Rio-Santos numa rua de paralelepípedos à direita.

Cerca de 500 metros depois, há espaço para estacionar. Do lado esquerdo, você verá as praias do Garatucaia, Conceição de Jacareí e Caetés ao longo. Já no lado direito, ao entrar na trilha que dá acesso à praia, se prepare: a Ilha Grande está imponente bem ao fundo. É de tirar o fôlego. Depois de 20 minutos de descida, se chega à faixa de areia. O maré bastante transparente e com algumas ondas em dias de mar agitado, mas são pequenas.

Para quem chega a partir do Rio, o roteiro é o inverso. A Sororoca é justamente uma das primeiras praias, o que facilita até um bate e volta. Da primeira à última faixa de areia, a rodovia atravessa Angra dos Reis ao longo de mais de 60 quilômetros de curvas que contornam o litoral recortado. Angra definitivamente não é uma cidade para ser conhecida só navegando. Ela é perfeita também para uma road trip.

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