Na noite da grande final, em que enfrentou Felipe Bruzzi, precisou cozinhar ouvindo o mezanino em peso torcendo contra ela.
Anahi Martinho, São Paulo, Sp (folhapress) - 04/09/2025 15:59:50 | Foto: Reprodução Facebook
Na última terça-feira (2), Daniela Dantas se consagrou a 12ª campeã do MasterChef (Band). Durante o programa, a advogada de 49 anos teve uma trajetória marcada por altos na cozinha e baixos com os colegas: por razões que ela mesma diz desconhecer, foi excluída por grande parte dos competidores da edição.
Na noite da grande final, em que enfrentou Felipe Bruzzi, precisou cozinhar ouvindo o mezanino em peso torcendo contra ela. O próprio Felipe disse, em entrevista após o programa, que sabia que sua torcida era formada não só por gente que gosta dele, mas principalmente pelos que odeiam Daniela.
Mesmo assim, a carioca não se desestabilizou. Entregou ostras de entrada (no ponto perfeito, segundo os chefs), massa fresca com camarões de prato principal e uma sobremesa autoral de frutas amazônicas. Os jurados não paravam de comer.
Em entrevista à reportagem, Daniela conta que seu segredo foi se agarrar na autoconfiança e não se deixar abalar pela torcida contrária. "Eu achava até engraçado. Às vezes, meio chato. Mas eles insistiam nisso achando que iam me abalar. Esse tipo de pressão não me importa, não me desmotiva. Pelo contrário", afirma.
Durante todo o reality, Daniela foi sabotada em dinâmicas que permitem prejudicar ou ajudar participantes -como tirar minutos ou ingredientes de alguém, por exemplo. As dinâmicas fazem parte do jogo, mas ser perseguido por colegas é algo que poucos conseguem aguentar de cabeça em pé.
"Sou uma pessoa de personalidade forte, mas de muitos amigos. Sempre tive relações respeitosas na vida pessoal e profissional. Acho que o convívio, muitas horas gravando, pode ter gerado neles uma percepção equivocada de mim", avalia ela, com a leveza de quem levou o troféu para casa.
Questionada pela reportagem se houve algum fato nos bastidores que escapou à edição do programa e que justificaria a má fama entre os colegas, ela nega. "O que aconteceu foi uma antipatia à minha personalidade, o que é razoável e normal. Ninguém é obrigado a gostar de ninguém", explica.
'DESEJEI SUCESSO'
Entre os principais "haters" da campeã estavam Taynan Fernandes e Felipe Miyasaka. Na noite da final, ambos criticaram Daniela na frente dela (e das câmeras). Mas ela diz não enxergar a vitória como vingança. "Não perco meu tempo com sentimentos negativos. A melhor forma de revidar é não revidar: é fazer a sua parte e deixar que a vida se encarregue do resto", diz.
Depois da vitória e de deixar o estúdio da Band às 2h30 da manhã, Daniela não foi dormir sem antes mandar uma mensagem no grupo de WhatsApp que tem com os colegas. "Desejei sucesso a todos", conta. Ela afirma não ter recebido nenhum pedido de desculpas, mas diz que ganhou os parabéns de alguns dos participantes.
"Para se desculpar, a pessoa precisa antes ter o reconhecimento da conduta. Eu nunca esperei que alguém iria se desculpar comigo, isso para mim não tem relevância", afirma. "Desejo tudo de bom a todos eles. Todo mundo tem o direito de errar, corrigir os erros e recalcular a rota. Isso faz parte do crescimento."
VILÃO FOI O SUSHI
Se a rivalidade dos colegas não foi capaz de desestabilizar Daniela, esse papel ficou com o sushi vegano, o vilão da prova que ela considerou mais difícil de realizar ao longo da edição. "No meio da temporada, quando você já está há algum tempo longe de casa e se depara com uma prova de sushi que não estava no radar... Realmente foi um momento complexo para mim", conta ela.
"Eu não conhecia a técnica, fiquei balançada, mas eu tinha tanta convicção que até um milagre aconteceu e alguém foi pior que eu", brinca. Na prova, a participante Teresa Yi Jun, que tinha experiência com sushi, foi eliminada por usar mel em um molho que deveria ser vegano.
PRÓXIMOS PASSOS
De temperamento pragmático, Daniela agora está focada em seu pós-reality. Vai se mudar temporariamente para São Paulo para fazer o curso da Le Cordon Bleu que ganhou como parte do prêmio de campeã do programa.
Depois, quer estudar negócios antes de abrir o restaurante dos seus sonhos. O nome já está decidido: Dona Dandi, seu apelido na família. "Preciso sedimentar a técnica porque não é fácil empreender no Brasil. O Dona Dandi vai sair no momento certo, como tudo na minha vida", afirma.
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