Foto: ONU News
Maria de Jesus Ferreira lembrou como espécie humana e outras dependem dos oceanos
Agência Onu News De Noticias - 19/07/2022 - 09:34:52
Angola e Portugal defendem que atuação feminina impulsionaria ação global até 2030; chefes de missões permanentes pedem mais ação em questões como economia azul, combate à pobreza, desenvolvimento e paz e segurança.
Os países lusófonos têm duas embaixadoras chefiando missões junto à ONU em Nova Iorque. Maria de Jesus Ferreira, responde em nome de Angola, enquanto Ana Paula Zacarias representa Portugal.
Unsplah/Rémi Boudousquié
Declaração de Lisboa deixa claro que a poluição marinha aumenta a um ritmo alarmante
Falando à ONU News, em Lisboa, as representantes permanentes disseram que unem suas vozes aos apelos por mais ação e agilidade na execução das decisões da Conferência dos Oceanos.
Foi no evento realizado na capital portuguesa que líderes mundiais adotaram uma declaração no início deste mês de julho. O documento defende que o mundo alargue a inovação, tendo como base a ciência, abordando a emergência da perda de habitats marinhos, a acidificação dos oceanos e a degradação dos ecossistemas.
A embaixadora de Angola, Maria de Jesus Ferreira, foi uma das vice-presidentes e relatora-geral da 2ª Conferência das Nações Unidas sobre os Oceanos. Ela destacou que depois do consenso conseguido para a adoção do compromisso é necessário mais do que seguir as linhas gerais do documento final.
“Não nos podemos limitar à aprovação de um documento sem que, de facto, não haja vontade política de pôr em prática as decisões que foram aqui tomadas. É de todo o interesse que nós acolhemos a declaração, não apenas como um documento aqui, mas também com uma orientação para ação para o futuro. Para nós, como diplomatas, é o nosso dia a dia. Faz parte do nosso trabalho. Esta é apenas uma das conferências em que estamos. É o nosso dia a dia, mas naturalmente é importante participar da discussão e negociação de um tema tão importante não somente da conservação do oceano, mas da espécie humana e de outras espécies que dependem dos oceanos e do mar.”
Por parte de Portugal, a embaixadora Ana Paula Zacarias exaltou o desempenho de mulheres diplomatas para fazer avançar a agenda dos oceanos. Mas destaca que esta ação pode envolver mais campos.
ONU/Manuel Elias
Ana Paula Zacarias, representante de Portugal, frisou a necessidade de ter em conta o conhecimento de base local
“Políticas, primeiros-ministros, ministras de setores: do ambiente, da energia, ministras dos negócios estrangeiros e muitas cientistas e embaixadoras. Eu acho que as mulheres estão a ter cada vez e, obviamente, o lugar que lhes compete na cena internacional. Mas não é só esse papel das mulheres enquanto negociadoras e enquanto políticas. É também um papel das mulheres dentro das comunidades tradicionais e o papel das mulheres enquanto agentes locais que é fundamental para este tema dos oceanos.”
A diplomata considera que conhecimento de base local possa trazer soluções sustentáveis na atuação em áreas como pescas, turismo sustentável, luta contra a poluição e apoio ao modo de vida das populações que dependem dos mares.
Para ela, a conservação a vida no planeta depende do esforço, força de vontade e ação de todos.
No evento coorganizado pelos governos de Portugal e do Quénia, mais de 150 países concordaram em tomar medidas para reforçar, entre outras questões, o combate à poluição marinha, ao mesmo tempo que o impulso à economia azul e preservação das áreas marinhas.
As diplomatas dizem acreditar que mais mulheres atuando nesse campo ajudariam no enfrentamento eficaz dos problemas da economia do mar sustentável, da pobreza e atraso do desenvolvimento e promoção da paz e segurança.
ONU/Eskinder Debebe
Evento frisou que preservação da vida no planeta depende do esforço colectivo
A Declaração de Lisboa deixa claro que a poluição marinha aumenta a um ritmo alarmante. Um terço dos stocks de peixe são sobre explorados e a biodiversidade continua a diminuir numa realidade de perda de cerca de metade dos corais.
Espécies invasoras colocam uma ameaça substancial aos ecossistemas marinhos, segundo o documento intitulado O nosso oceano, o nosso futuro, a nossa responsabilidade. No texto, os líderes admitem ainda a falha coletiva em cumprir as metas previstas no Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 14 que já deveriam ter sido alcançadas há dois anos.
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