Grupo de língua portuguesa quer aumentar liderança feminina na saúde global

Mais mulheres em posições de comando

Grupo de língua portuguesa quer aumentar liderança feminina na saúde global
Grupo de língua portuguesa quer aumentar liderança feminina na saúde global

Agência Onu News/monica Grayley* - 16/05/2025 10:58:28 | Foto: © Aiea

Fundadora é ex-diretora regional da Organização Mundial da Saúde na África, Magda Robalo; nessa entrevista à ONU News, ela lembra que iniciativa, criada em 2023, pretende elevar número de mulheres no comando, impulsionar ciência e mentoria para profissionais lusófonas em todo o globo.

Falada por mais de 285 milhões de pessoas em quatro continentes, a língua portuguesa é considerada, muitas vezes, periférica em simpósios e conferências internacionais.

A maior parte desses eventos costuma utilizar o inglês como língua de trabalho, o que, por vezes, exclui a participação de pesquisadores e cientistas que só falam português ou outra língua materna.

Mais mulheres em posições de comando
Com a pandemia, muitas entidades perceberam que era importante impulsionar outras línguas para aumentar a comunicação e interação com outras realidades linguísticas.

Uma das entidades parceiras da Organização Mundial da Saúde, OMS, a Women in Global Health, ou Mulheres na Saúde Global, fundou um grupo de profissionais de língua portuguesa para disseminar conhecimento, informação e também elevar o número de mulheres lusófonas na liderança da saúde.

A criadora é a ex-ministra da Saúde da Guiné-Bissau, a infectologista Magda Robalo. Após dedicar décadas de serviço a instituições regionais e internacionais como a própria OMS, ela desenvolveu agora a rede das Mulheres Lusófonas na Saúde.

Nesta entrevista à ONU News durante um evento sobre saúde na Assembleia Geral da ONU, Magda Robalo, explicou que a iniciativa está crescendo alavancada também pela força da língua portuguesa ao redor do globo.

Agenda 2030 e oportunidades
O grupo Mulheres Lusófonas na Saúde reúne médicas, enfermeiras, parteiras, juristas, profissionais de comunicação e outras áreas. A meta é contribuir também para melhores condições de saúde apoiando os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, ODS, e a Agenda 2030.

Para Magda Robalo, com a hegemonia do inglês e outras línguas centrais, muitos talentos dentro do universo de língua portuguesa estavam ficando para trás.

Algo que a criação da comunidade de Mulheres Lusófonas na Saúde está conseguindo combater ao criar oportunidades para participação em reuniões regionais e internacionais.

Fundação durante Assembleia da Saúde
O Grupo Mulheres Lusófonas na Saúde tem dezenas de participantes que se destacam também em seus países de origem como autoridades, pesquisadores e científicas.

A fundação ocorreu durante a realização da Assembleia Mundial da Saúde, em Genebra, há dois anos, elevando o número de capítulos para 50 em todo o mundo.

A infectologista, Magda Robalo diz que o trabalho de enfrentar disparidades na liderança da saúde com uma plataforma comum e na própria língua materna tem apoiado também líderes políticos e legisladores na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, Cplp.

Atualmente, as mulheres formam mais de 80% da força global de trabalho na saúde, mas seguem sendo sub representadas para posições de liderança com menos de 25% delas em cargos de comando.

*Monica Grayley é editora-chefe da ONU News em Português.

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