Não houve incidentes ou acidentes radiológicos ou nucleares na central de Almaraz

Ministro do Ambiente e da Ação Climática, Matos Fernandes, Assembleia da República

Não houve incidentes ou acidentes radiológicos ou nucleares na central de Almaraz
Não houve incidentes ou acidentes radiológicos ou nucleares na central de Almaraz

República Portuguesa - 22/07/2020 10:51:59 | Foto: Mário Cruz/Lusa

O Ministro do Ambiente e da Ação Climática, Matos Fernandes, afirmou que os eventos ocorridos na central nuclear espanhola de Almaraz a 22 e 17 de junho «não se configuraram como incidentes ou acidentes radiológicos ou nucleares», numa audição na comissão de Ambiente, Energia e Ordenamento do Território da Assembleia da República.

«As ocorrências de junho foram classificadas pelo Consejo de Seguridad Nuclear como eventos de nível 0», segundo a Escala Internacional para Eventos Radiológicos e Nucleares, da Agência Internacional de Energia Atómica, disse, acrescentando que esta escala «é constituída por 7 níveis. Os níveis de 1 a 3 são designados incidentes e os níveis de 4 a 7, acidentes».

Matos Fernandes deu como exemplo de um evento de Nível 0 «a entrega de um radiofármaco utilizado em medicina nuclear ao hospital errado», ou seja, trata-se de eventos que «não têm significado em termos de segurança, nem impacto nos trabalhadores, na população ou no ambiente».

Espanha informou Portugal

Apesar de os eventos de Nível 0 não terem obrigação legal de reporte ao nível europeu, internacional ou bilateral, «a autoridade reguladora espanhola, através dos mecanismos de notificação bilaterais, disponibilizou a Portugal informação detalhada sobre os eventos ocorridos na Central de Almaraz».

O Ministro disse que a ocorrência de 22 de junho «resultou numa paragem não programada da turbina do reator I, causada pela atuação da proteção elétrica do alternador principal» e que a ocorrência de 27 de junho «provocou a paragem automática e inesperada do reator da unidade II, e sucedeu como resultado da atuação de um dos sistemas de proteção do reator II».

«Segundo a autoridade reguladora espanhola, todos os sistemas da central agiram de acordo com o previsto para estas ocorrências. Ainda de acordo com o Consejo de Seguridad Nuclear, os parâmetros da Central Nuclear de Almaraz encontram-se estáveis e em valores normais e a operar normalmente», afirmou.

Matos Fernandes referiu também que, segundo o Plano Nacional Integrado de Energia e Clima de Espanha, «foi decidido o encerramento de todas as centrais nucleares espanholas de uma forma faseada, entre 2025 e 2035», estando «previsto o encerramento definitivo da Central Nuclear de Almaraz em 2028», sendo «a primeira a encerrar».

Rede nacional de alerta de radioatividade

O Ministro referiu ainda que «em Portugal, a radioatividade no ambiente é monitorizada em contínuo através da RADNET, a Rede Nacional de Alerta de Radioatividade no Ambiente», que «permite a deteção de situações de aumento anormal de radioatividade no ambiente e a disponibilização de informação ao público».

A rede «é constituída por 22 estações, das quais 19 são estações fixas, duas são portáteis e uma está instalada numa viatura», sendo possível «robustecer a rede em caso de emergência e substituir temporariamente estações inoperacionais».

Até ao final do ano, está prevista a instalação de «cinco novas estações: uma de monitorização de radioatividade no ar, na zona norte do distrito de Viana do Castelo (previsivelmente em Monção); uma de monitorização da radioatividade na água no Rio Guadiana (previsivelmente em Juromenha, Alandroal); e três automáticas, para a monitorização de aerossóis radioativos e iodo radioativo, que serão instaladas em Vila Real, Abrantes e Évora».

«Com esta melhoria significativa, Portugal está dotado de uma rede moderna, com maior cobertura territorial e com capacidades para a deteção e identificação dos radioisótopos que estejam na origem de qualquer alarme», disse ainda Matos Fernandes.

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