Com a poeira da pandemia finalmente abaixando é possível ver o mercado imobiliário português pouco a pouco se recuperando graças ao interesse de novos compradores, investidores e moradores. Desde de celebridades interessadas nas diversas cidades remotas do Algarve a brasileiros, britânicos e chineses que resolvem investir em imóveis ou se mudar para o ensolarado país ibérico, é possível ver efeitos tangíveis nos preços de propriedades de Portugal que só no ano passado cresceu 5,1% se comparado com o ano pico da pandemia de 2020.

Como era de se esperar Lisboa permaneceu na posição de cidade mais cara para se comprar e alugar casas (mesmo que, se comparada com suas congêneres do oeste europeu, seja na verdade uma das mais em conta). Com uma variação anual de 4,9% (de 2020 a 2021), os preços médios de compra de propriedade na capital portuguesa subiram de 551.112€ para 578.083€ em 2021. O mais impressionante é que o crescimento substancial se mostra ainda maior se comparado com o ano pre-pandemia, o qual se encontrava na casa dos 517.856€, ou seja, uma variação de 11,6% se comparado com os valores de 2021. A cidade com certeza tem o seu apelo justificável, de uma pletora de oportunidades de emprego, infraestrutura e um estilo de vida enxarcado em restaurantes de sofisticados e uma vida noturna agitada, não é à toa que a demanda imobiliária continue em alta por lá (tanto que o distrito foi retirado do Esquema Golden Visa para que outros distritos também tenham chance de receber um pouco do investimento estrangeiro).

Em contraste com os altos valores lisboetas, o distrito mais barato para se adquirir uma casa (cerca de 5 vezes mais barato do que Lisboa) ficou a Guarda. Com uma variação anual de -8%, o preço médio de compra de propriedade caiu de 122.607€ para 112.759€ em 2021. Em 2020 Guarda perdeu, por pouco, somente para Portoalegre que possuía preços de compra em torno de 121.872€. O distrito mais barato vem, na realidade, em queda desde 2019 onde os valores se encontravam em torno de 131.829€ (portanto uma variação de -14% se comparado com 2021). Tais números mostram o porquê de o governo estar se preocupando tanto com a recuperação e o desenvolvimento econômico do interior do país, e Guarda se encaixa perfeitamente no perfil de cidade pequena, com baixa densidade populacional e uma economia relativamente estagnada. Por motivos como esse a prioridade de programas de investimento estrangeiro e auxílios financeiros estão começando a se voltar mais para o leste do país.