Reforço do Estado na TAP nas mãos da Autoridade da Concorrência

Margarida Matos Rosa, presidente da AdC

Reforço do Estado na TAP nas mãos da Autoridade da Concorrência
Reforço do Estado na TAP nas mãos da Autoridade da Concorrência

Expresso.pt - 13/08/2020 08:14:20 | Foto: TIAGO PETINGA/Lusa

A República Portuguesa vai comprar 22,5% da TAP, somando aos 50% que já detém. Operação deu novos passos esta semana

O reforço da participação que o Estado português está a fazer na TAP – Transportes Aéreos Portugueses tem de passar pela Autoridade da Concorrência, segundo mostra um anúncio publicado pelo regulador na imprensa esta quarta-feira, 12 de agosto.

“A operação de concentração em causa consiste na aquisição do controlo exclusivo da TAP pela República Portuguesa, por via da Direção-Geral do Tesouro e Finanças (DGTF), através da aquisição de 22,5% do capital social da TAP, que acresce à participação de 50% do capital social da TAP já detida pela Parpública”, indica o anúncio.

A autoridade liderada por Margarida Matos Rosa vai agora olhar para este reforço, sendo que eventuais interessados em comentar e em fazer observações podem enviá-las nos próximos dez dias úteis. A DGTF é a direção do Ministério das Finanças que “tem como missão assegurar a efetivação das operações de intervenção financeira do Estado”, sendo também dela a função de assegurar o acompanhamento das empresas de que os contribuintes são acionistas.

Com esta operação, o Estado ficará com 72,5% do capital da TAP, acima dos 50% que tinha até agora. Essa compra foi feita por 55 milhões de euros ao consórcio de privados, dono de 45% da transportadora, a Atlantic Gateway. David Neeleman vai abandonar este consórcio, que ficará apenas nas mãos do empresário português Humberto Pedrosa. A sua empresa Azul aceitou esta semana abdicar dos direitos que tinha sobre a empresa portuguesa.

Além desta compra, o Estado também acordou um empréstimo de 1,2 mil milhões de euros à empresa, que deixou de ser liderada por Antonoaldo Neves para ficar no comando, interinamente, de Ramiro Sequeira. Pelo caminho já ficou também a providência cautelar que a Associação Comercial do Porto tinha interposto para impedir esta injeção de dinheiro estatal.

Em termos comerciais, o sector da avião tem sofrido com a pandemia, sendo que a situação da TAP é sensível. Aliás, esta quarta-feira, o Jornal de Negócios noticiou que a empresa portuguesa só ganhou quota no Funchal, perdendo peso em todos os outros aeroportos nacionais.

Pela frente vem uma reestruturação, que a consultora Boston Consulting Group vai ajudar a elaborar, e que terá de passar pelo crivo da Comissão Europeia.

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