Rogério Schietti criticou, em julgamento oficial, política de liberação indiscriminada do porte e da posse de armas por parte do presidente
Por Matheus Leitão - Veja.com - 23/09/2021 14:21:27 | Foto: Rafael Luz / STJ/Arquivo
O ministro Rogério Schietti, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), criticou duramente a política de liberação da posse e do porte de armas defendida pelo governo de Jair Bolsonaro. O ministro incluiu a crítica no voto que deu ao julgamento de um habeas corpus (HC 619.750/RS) pedido por um homem preso e condenado pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul por transportar, ilegalmente, munições.
“Nos últimos 3 anos, as políticas desenvolvidas pelo governo federal e as declarações do próprio Presidente da República contribuíram sobremaneira para o detectado aumento significativo de aquisição de armas de fogo por civis”, criticou Schietti.
No mesmo período, afirmou o ministro, cresceu no país o número de mortes violentas intencionais. “Foram 25.699 mortes no primeiro semestre de 2020 contra 23.953 no mesmo período de 2019”, disse, citando dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, entidade especializada no assunto.
A coluna concorda com o ministro. Além de tudo o que ele escreveu no voto, é preciso lembrar que boa parte das armas compradas legalmente termina nas mãos do crime organizado, como o tráfico de drogas e a milícia. Isso ocorre porque muitos donos perdem as armas em assaltos (e muitas vezes são feridos ou mortos) ou então as vendem para criminosos. Assim, traficantes e milicianos, por exemplo, passam a dispensar a estrutura complexa do tráfico de armamentos para acessá-los de maneira mais ágil, fácil e barata por meio de laranjas.
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