Por Matheus Leitão: A volta do Supremo e os alertas que nunca foram embora

A democracia não é sobre perdão.

Por Matheus Leitão:  A volta do Supremo e os alertas que nunca foram embora
Por Matheus Leitão:  A volta do Supremo e os alertas que nunca foram embora

Por matheus Leitão - Revista Veja  - 03/08/2025 12:45:10 | Foto: Rosinei Coutinho/STF - Rosinei Coutinho/STF/Divulgação

A democracia não é sobre perdão. Trata de justiça, memória e verdade histórica.

Na volta do recesso do Supremo Tribunal Federal , não houve apenas uma cerimônia formal. Houve um alerta. Um chamado. E, talvez, um grito.

Luís Roberto Barroso, presidente da Corte, fez mais do que abrir o semestre. Fez história. Relembrou, com precisão dolorosa, que desde os primeiros passos da República, o Brasil convive com tentativas de ruptura da legalidade — de 1891 a 1964, passando por Jacareacanga, Aragarças, o AI-5 e os anos de chumbo.

Citou perseguições a ministros do STF, cassações, aumento arbitrário do número de cadeiras para aparelhamento da corte e até o impedimento à posse de vice-presidentes eleitos. Tudo com um objetivo: calar a Justiça, silenciar a Constituição, dobrar as instituições.

Mas dessa vez, o Supremo falou. E falou alto.

Barroso lembrou que ele — e muitos de nós — viveu a ditadura. Não como conceito, mas como experiência. “Conhecemos jornalistas censurados, professores exilados, músicos silenciados. Conhecemos gente que foi assassinada em quartel. Conhecemos uma jornalista presa aos [19] anos, grávida, trancada num quarto escuro com uma cobra.” Essa jornalista é minha mãe, Miriam Leitão.

Por Matheus Leitão - Revista Veja

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