'Novo inimigo da direita' e 'delírio paranoico': O que os jornais estrangeiros falaram da polêmica das Havaianas

As publicações relatam que os chinelos da empresa, tratados como um símbolo nacional, foram alvos de um boicote de parte da população após o comercial com a atriz Fernanda Torres

'Novo inimigo da direita' e 'delírio paranoico': O que os jornais estrangeiros falaram da polêmica das Havaianas
'Novo inimigo da direita' e 'delírio paranoico': O que os jornais estrangeiros falaram da polêmica das Havaianas

São Paulo, Sp (folhapress) - 26/12/2025 17:12:27 | Foto: Fernanda Torres no comercial de Havaianas - divulgação

O boicote impulsionado por políticos da direta e apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro a produtos da Havaianas teve destaque em jornais estrangeiros como o norte-americano The New York Times, o inglês The Guardian, o espanhol El País e o francês Le Monde.

Em reportagens, as publicações relatam que os chinelos da empresa, tratados como um símbolo nacional, foram alvos de um boicote de parte da população após o comercial com a atriz Fernanda Torres, que afirma que o público não deve entrar no ano novo "com o pé direito", mas "com os dois pés".

Os jornais destacam o vídeo em que ex-deputado federal Eduardo Bolsonaro defende o boicote às Havaianas e retratam que os apoiadores de Bolsonaro associaram a frase dita no comercial a um incentivo para que eleitores não votem em partidos da direita no pleito de 2026.

"Para os bolsonaristas, desistir do 'pé direito' é uma clara alusão ao campo conservador, uma indireta contra os eleitores de direita. O delírio paranoico não se limitou a um punhado de extremistas", afirmou o El País, antes de mencionar o vídeo de Eduardo Bolsonaro.

Para o jornal The New York Times, a polêmica "inflamou as divisões políticas latentes no Brasil" e mencionou que Fernanda Torres é reconhecida como "um ícone progressista" no país.

"O comercial das Havaianas, que estreou no primeiro dia do verão no Hemisfério Sul e poucos dias antes do Natal, atingiu um ponto sensível entre os brasileiros conservadores, que o viram como uma tentativa velada de incentivá-los a não votarem em candidatos de direita", destacou a publicação.

O jornal explica aos leitores que as Havaianas são um símbolo para o país. "Milhões de pessoas calçam as sandálias onipresentes -fabricadas pela empresa brasileira Havaianas- para ir à praia ou relaxar em casa, fazer compras ou encontrar amigos no bar", afirmou.

O jornal inglês The Guardian destacou que o chinelo virou alvo de uma campanha de cancelamento. "Sem liderança desde que seu principal representante foi preso por tentativa de golpe, a extrema direita brasileira encontrou um novo inimigo: a marca de chinelos Havaianas, que foi 'cancelada' pelos apoiadores de Jair Bolsonaro por causa de um comercial de televisão", disse em reportagem publicada na última terça-feira (23).

Já o jornal francês Le Monde explicou a origem da expressão "começar o ano com pé direito" como um desejo popular de boa sorte.

As reportagens ainda reportaram a queda de 2,4% nas ações da Alpargatas, dona das Havaianas, na segunda-feira (22). No dia seguinte, os papéis da empresa tiveram alta de 4,46%, recuperando as perdas da sessão anterior e obtendo valorização.

Os jornais também informaram que o boicote incentivou memes de eleitores da esquerda. "As reações variaram do incentivo à doação dos chinelos à brincadeira com ofertas de troca das sandálias por uma tornozeleira eletrônica com as cores da bandeira brasileira", disse o The Guardian, em alusão à tornozeleira danificada por Jair Bolsonaro

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