Obscurantismo talibã

Há quem defenda tanto obscurantismo

Obscurantismo talibã
Obscurantismo talibã

Por Miguel Lucena - 25/07/2023 14:52:33 | Foto: Photo: Fraidoon Boya Mulheres afegãs na cidade de Herat - Miguel Lucena

Para quem acha que só há um opressor no mundo e torce por qualquer fanático que alardeie alguma bravata contra, chega do lado de cá a triste notícia de que o regime talibã proibiu salão de beleza para as mulheres no Afeganistão.

A medida configura mais uma restrição aos espaços que podem ser ocupados por mulheres afegãs — e também inclui escolas, universidades e locais públicos, como parques e academias.

Há quem relativize essa dominação sufocante das mulheres com o argumento de que cada povo tem o direito de viver sua cultura, mas esse tipo de tratamento transforma as afegãs em escravas dos homens. Elas só servem para quatro paredes, não exercem a cidadania, nem o rosto podem mostrar.

Mohammad Sadiq Akif, porta-voz do Ministério para a Prevenção do Vício e Propagação da Virtude , informou que o prazo para o fechamento de salões de beleza para mulheres é de um mês, segundo informações da Reuters. São falsos moralistas pregam uma coisa e fazem outra, como beber álcool, usar haxixe e fornicar em alto mar.

Informa a publicação que os estabelecimentos surgiram em território afegão dias após o Talibã ser retirado do poder, no fim de 2001. Muitos permaneceram abertos após o retorno do regime, há dois anos, oferecendo locais de convivência e serviços voltados para o público feminino, bem como empregos às mulheres. Os salões são, geralmente, femininos e têm as janelas cobertas para que as clientes não possam ser vistas de fora.

A Organização das Nações Unidas (ONU) considera como um “apartheid de gênero” as restrições aos direitos de mulheres e meninas no país, desde que o Talibã assumiu o poder, em 2021.

No ano passado, autoridades ligadas ao regime fecharam a maioria das escolas de ensino fundamental e médio voltadas para meninas, proibiram mulheres de frequentar universidades e impediram a entrada delas em locais públicos, como balneários, academias e parques.

O governo, no entanto, afirma respeitar os direitos das mulheres de acordo com a interpretação da lei islâmica e os costumes afegãos.

Segundo essa interpretação, as mulheres não podem estudar e ter o direito de ir e vir, existindo como propriedade de seus pais, irmãos e maridos. E ainda há quem defenda tanto obscurantismo.

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