Surtos de chikungunya e expansão do vírus oropouche geram alerta em países das Américas

Presença simultânea desses e outros arbovírus aumentam risco de crises, complicações e mortes; Opas pede reforço da vigilância, manejo clínico e controle de vetores; Bolívia, Brasil e Paraguai concentram os maiores surtos de chikungunya em 2025

Surtos de chikungunya e expansão do vírus oropouche geram alerta em países das Américas
Surtos de chikungunya e expansão do vírus oropouche geram alerta em países das Américas

Agência Onu News - 02/09/2025 11:22:27 | Foto: Pete por Pixabay

A Organização Pan-Americana da Saúde, Opas, está preocupada com surtos localizados de chikungunya e com a circulação contínua do vírus oropouche em países das Américas.

A agência regional de saúde solicitou o reforço da vigilância, manejo clínico e controle de vetores.

Surtos concentrados na Bolívia, Brasil e Paraguai
A presença simultânea desses e de outros arbovírus aumenta o risco de surtos, complicações graves e mortes, especialmente entre populações vulneráveis.

De acordo com um novo alerta epidemiológico da Opas, os maiores surtos de chikungunya em 2025 se concentraram na América do Sul, particularmente na Bolívia, Brasil e Paraguai, e em partes do Caribe.

Em 9 de agosto de 2025, 14 países da região relataram um total de 212.029 casos suspeitos de chikungunya e 110 mortes, com mais de 97% ocorrendo na América do Sul. Em comparação, 2024 registrou 431.417 casos relatados e 245 mortes.

Risco de adaptação do vírus da chikungunya
Esses surtos estão associados aos genótipos asiático e da África Oriental/Central/Sul, ou Ecsa, marcando uma mudança no padrão observado desde 2014.

Regionalmente, o genótipo asiático predominou entre 2014 e 2017. No entanto, a presença do genótipo Ecsa em pelo menos quatro países é preocupante, visto que sua cocirculação com o tipo asiático pode aumentar a adaptação viral.

De acordo com a Opas, compreender as linhagens genéticas da chikungunya é essencial para prever a dinâmica da transmissão e adaptar as respostas de saúde pública.

Expansão geográfica dos casos de oropouche
Nos primeiros sete meses de 2025, mais de 12,7 mil casos confirmados de oropouche foram relatados em 11 países, incluindo no Brasil, Colômbia, Cuba, Panamá, Peru e Venezuela.

Tradicionalmente, a transmissão do oropouche se limitava principalmente a partes da Amazônia. No entanto, em 2024 e 2025, a disseminação da doença se estendeu a áreas antes não afetadas, destacando a necessidade de reforçar a vigilância.

A Opas defende a integração de análises espaciais e temporais e do aproveitamento de ferramentas geoespaciais para detectar mudanças na distribuição de vetores e casos.

Sintomas
A Chikungunya é uma doença viral transmitida principalmente pelo mosquito Aedes aegypti. Os sintomas incluem febre alta, erupção cutânea e dores musculares e articulares intensas, que podem persistir por meses ou até anos, causando incapacidade a longo prazo.

Casos graves podem evoluir para choque, meningoencefalite ou síndrome de Guillain-Barré. Crianças pequenas, idosos, gestantes e pessoas com problemas de saúde subjacentes são os que correm maior risco. Não há tratamento específico, portanto, a prevenção se concentra em evitar picadas de mosquito.

O vírus Oropouche é transmitido principalmente pelo mosquito Culicoides paraensis, embora o mosquito Culex quinquefasciatus também possa servir de vetor.

A doença causa febre, dor de cabeça, dores musculares e, às vezes, sintomas neurológicos. Não há vacina ou tratamento antiviral específico para este vírus, o tratamento é sintomático.

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