Pelo menos 30% dos alimentos adquiridos para o evento serão provenientes da agricultura familiar e da sociobiodiversidade local
Agência Gov/via Mda - 14/08/2025 09:52:48 | Foto: Agência Brasil
A COP 30, que será realizada em Belém (PA), será também um marco para a agricultura familiar do Brasil. Pelo Edital de Licitação nº 12060/2025, alimentos produzidos por pequenos produtores estarão presentes nos cardápios do evento, com prioridade para organizações formadas por mulheres, jovens rurais, povos indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais.
A ação reforça o compromisso do Governo Federal e destaca o trabalho da Secretária de Abastecimento, Cooperativismo e Soberania Alimentar do Ministério de Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (SEAB/MDA) na valorização do setor. Para os produtores, a participação em um evento internacional representa acesso a um mercado de alto valor, com potencial de gerar receita, melhorar a previsibilidade de renda e fortalecer cadeias curtas de abastecimento. Além disso, contribui para a economia local e cria oportunidades para ampliar a capacidade de fornecimento a outros mercados.
Ao priorizar grupos historicamente marginalizados, a medida promove inclusão e reconhecimento. Ver seus produtos servidos em um evento mundial, consumidos por líderes, delegações e visitantes internacionais, fortalece a autoestima das comunidades e estimula a continuidade de práticas de produção sustentável e culturalmente diversa.
Para Roseli Zerbinato, coordenadora de Aquisição e Distribuição de Alimentos da SEAB/MDA e uma das principais articuladoras da inclusão de pequenos produtores na COP 30, a iniciativa tem grande impacto simbólico. “Colocar a mandioca, o açaí, o baru, o mel de abelha nativa ou o feijão produzido em pequenas propriedades nos cardápios da COP 30 é uma afirmação política de que as soluções para a crise climática também passam pelo fortalecimento de sistemas alimentares locais, diversos e sustentáveis. É um gesto de soberania alimentar, de valorização de saberes tradicionais e de reconhecimento de que agricultura familiar e agroecologia são peças-chave na transição para modelos produtivos de baixo carbono”, destacou.
Zerbinato ressalta, ainda, que essa ação comunica ao mundo que a agenda climática do Brasil está enraizada na justiça social, unindo combate à fome, redução de desigualdades e preservação ambiental. Segundo ela, a experiência da COP 30 pode servir de catalisador para ampliar e fortalecer a obrigatoriedade de aquisição de produtos da agricultura familiar em outros contratos públicos e em eventos privados de interesse público, estimulando novas normativas e programas que integrem sustentabilidade, inclusão social e compras governamentais.
Ao vincular a alimentação da COP 30 à agricultura familiar, o Brasil envia ao mundo uma mensagem clara: nossas soluções climáticas são também sociais, territoriais e culturais. Mostramos que é possível articular produção de alimentos, combate à fome, geração de renda e preservação ambiental de forma integrada.
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