Governo brasileiro apresenta diagnóstico inédito sobre violência sexual online contra público infantojuvenil no Brasil

Estudo realizado, em parceria com o PNUD e a FUNPEC, aponta desafios e apresenta recomendações estratégicas para o enfrentamento a este crime

Governo brasileiro apresenta diagnóstico inédito sobre violência sexual online contra público infantojuvenil no Brasil
Governo brasileiro apresenta diagnóstico inédito sobre violência sexual online contra público infantojuvenil no Brasil

Agência Gov | Via Mdhc - 13/09/2025 19:28:16 | Foto: Agência Gov Br

O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), por meio da Secretaria Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (SNDCA), em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e execução da Fundação Norte-Rio-Grandense de Pesquisa e Cultura (FUNPEC), apresentou, nessa quarta-feira (10), de forma online, o resumo executivo da etapa de os resultados da pesquisa do projeto “Diagnóstico da Violência Sexual Online – Crianças e Adolescentes” .

O projeto tem como objetivo avaliar a atuação do Brasil, incluindo sociedade civil, União, estados, Distrito Federal e municípios, no enfrentamento à violência sexual em ambientes digitais e a realização de ações de engajamento e capacitação de organizações governamentais e não-governamentais na pauta, a partir dos resultados alcançados.

A iniciativa integra o Projeto PNUD BRA/18/024 – “Fortalecimento da garantia do direito à vida e da redução da violência contra crianças e adolescentes no Brasil” e foi conduzido pelo Observatório da População Infantojuvenil em Contextos de Violência da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (OBIJUV/UFRN).

O diagnóstico revela que, apesar dos avanços no marco legal e nas ações de prevenção, o Brasil ainda enfrenta graves desafios para proteger crianças e adolescentes no ambiente digital. O estudo mapeou lacunas, a partir da análise de seis domínios: políticas públicas e governança, justiça criminal, priorização da vítima, responsabilidade da sociedade, responsabilidade do mundo corporativo e atuação da mídia e comunicação, identificando boas práticas nacionais e internacionais e propondo recomendações para fortalecer o enfrentamento ao problema.

Durante a apresentação, a coordenadora-geral de Enfrentamento às Violências da SNDCA, Célia Nahas, destacou a necessidade de aprimorar os mecanismos de coleta, análise e integração de dados sobre violência sexual online, como base para a criação de uma legislação mais robusta e específica para esse tipo de crime.

“A violência sexual no ambiente digital muda o tempo todo. Por isso, precisamos de respostas coordenadas, baseadas em evidências e construídas com a participação da sociedade. Esse diagnóstico é um passo essencial nesse caminho”, afirmou.

Célia Nahas também ressaltou que o estudo não se limita a mapear a violência sexual, mas ajuda a ampliar o olhar para outras violações no ambiente digital. “É preciso compreender que a internet, além de espaço de oportunidades, também pode ser um território de riscos. Crianças e adolescentes enfrentam situações de exploração, aliciamento, trabalho infantil e até incentivo à automutilação”, avaliou.

A coordenadora-geral avaliou ainda que o momento é crucial para fortalecer o debate público, qualificando todos os atores envolvidos para garantir a proteção integral de crianças e adolescentes no país. “Este diagnóstico fornece evidências científicas fundamentais que irão subsidiar políticas públicas, além de auxiliar no processo de revisão do Plano Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes”, considerou.

“Estamos diante de um momento decisivo com a aprovação do Projeto de Lei 2628, que segue aguardando sanção presidencial. A medida representa uma grande vitória para o enfrentamento às violações no ambiente digital e reafirma o compromisso do Estado com a infância e adolescência”, concluiu.

No encontro, também foi apresentado o Banco de Boas Práticas, uma iniciativa conjunta da SNDCA, do PNUD e do OBIJUV/UFRN. Essa plataforma reúne experiências bem-sucedidas no enfrentamento à violência sexual online, selecionadas com base em critérios como efetividade, impacto, inovação e alinhamento com tratados internacionais de direitos humanos. O objetivo é compartilhar conhecimentos e fortalecer ações para proteger crianças e adolescentes nesse contexto.

A agenda foi promovida em conjunto pelo Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), pela Comissão Intersetorial de Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes (CIEVSCA) e pelo Comitê Interministerial de Proteção às Crianças e Adolescentes no Ambiente Digital.

O conteúdo da pesquisa e o banco de Boas práticas podem ser acessados no site da ENDICA: acesse aqui.

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