Por Miguel Lucena : Um sonho me levou para a Guerra de Princesa

Entre pólvora, música e ironia, compreendi: a Guerra de Princesa continua viva, não só nos livros, mas no inconsciente de quem a carrega no sangue.

Por Miguel Lucena : Um sonho me levou para a Guerra de Princesa
Por Miguel Lucena : Um sonho me levou para a Guerra de Princesa

Por miguel Lucena - 01/09/2025 18:34:12 | Foto: Divulgação Miguel Lucena

Naquela noite, o sono me arrebatou para os sertões da memória, e despertei em pleno 1930, quando a Revolução varria o Brasil e Princesa era chão de trincheiras. Vi soldados do Exército ocupando a cidade, impondo silêncio e medo. Foi então que, diante dos meus olhos, um militar covarde assassinou à traição João Flor, combatente valente do Território Livre. O sangue correu no chão de barro, tingindo a lembrança que me perseguiria até o despertar.

Mané Horestino, inconformado, reagiu com coragem: encostou-se ao muro do silo, onde os revoltosos guardavam munições e alimentos, e disparou contra a injustiça. O estampido ecoou pelas ladeiras, espalhando tumulto. No meio da confusão, surgiu o Véi do Pife, aleijado mas altivo, tocando suas loas a Zé Pereira e afrontando os soldados da força pública com versos que mais feriam do que balas.

De repente, como se o teatro da história fosse também circo, apareceu Antônio Coxinho, sentado num trono improvisado diante da igreja antiga. Vestia a faixa presidencial da República dos Estados Unidos do Brasil, feito Getúlio Vargas em miniatura, arrodeado de raparigas que riam e aplaudiam.

Entre pólvora, música e ironia, compreendi: a Guerra de Princesa continua viva, não só nos livros, mas no inconsciente de quem a carrega no sangue.

Comentários para "Por Miguel Lucena : Um sonho me levou para a Guerra de Princesa":

Deixe aqui seu comentário

Preencha os campos abaixo:
obrigatório
obrigatório