Entenda
Por Matheus Leitão - 21/10/2025 16:16:01 | Foto: Guilherme Boulos, Lula e Márcio Macêdo: presidente troca comando da Secretaria-Geral (Ricardo Stuckert/PR)
A mudança na Secretaria-Geral da Presidência da República — com a saída de Márcio Macêdo e a entrada de Guilherme Boulos — não é apenas uma troca de cadeiras no governo Luiz Inácio Lula da Silva. É o desfecho de uma operação que vinha sendo costurada em silêncio. Como destaquei em coluna anterior, os movimentos em torno da pasta já provocavam apreensão em setores dos movimentos sociais que mantêm histórico com o PT — justamente pela centralidade da secretaria na interlocução com essas bases.
Ninguém no Planalto ignorava que Boulos atuava nos bastidores para assumir o cargo. Sua trajetória no MTST despertava receio em segmentos que temiam mudanças nas correlações internas de força. Macêdo, por outro lado, seguia respaldado por Lula e preservava trânsito interno.
A entrada de Boulos só avançou após duas condições serem colocadas: ele teria que abrir mão de uma candidatura em 2026 e, nesse cenário, se comprometeria a pedir votos para os nomes do PT em São Paulo — movimento visto como ganho imediato para a legenda. Na sequência, se concretizará (esse é o plano, ao menos) sua migração para o partido, reforçando a sigla com um nome de peso na esquerda.
Por Matheus Leitão - Revista Veja
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