O erro básico de todos os governadores continua sendo o loteamento de cargos da estrutura administrativa do Distrito Federal. ...

Entra governo, sai governo e as administrações regionais vão se transformando em enormes cabides de empregos e focos de corrupção. O que a Polícia Civil e o GAECO descobriram em Águas Claras e em Taguatinga vem acontecendo em todas as administrações regionais.

Nos últimos três anos, já vimos outros exemplos: Itapuã, Varjão, Sobradinho, Santa Maria, Guará e não faz muito tempo, na própria administração de Águas Claras com a história dos gibis.

As recentes investigações de corrupção envolvendo agentes públicos que em troca de muitos tostões, violam exigências urbanísticas e ambientais referentes a empreendimentos imobiliários nas Administrações de Taguatinga e Águas Claras, é só a ponta de um iceberg que se for investigado, poderá levar para a cadeia também outros administradores, seus chefes de gabinetes e diversos assessores que possuem escritórios particulares de venda de "serviços."

E isso acontece porque todos os governadores lotearam as administrações regionais entre os deputados distritais. A prática é velha e conhecida, servidores comissionados, indicados e protegidos por distritais.

Esperava-se que Agnelo Queiroz mudasse essa rotina, mas ele a manteve, preferiu os velhos métodos de distribuição de cargos administrativos em troca do apoio da maioria política na Câmara Legislativa do DF.

Diante de uma prática tão velha e de seus desgastes tão conhecidos, por que tantos deputados distritais arriscam terem seus nomes envolvidos com administradores regionais assaltando o erário do DF?

A resposta simplista que ouvimos, é a de que: “São muitos cargos comissionados que ocupados por pessoas certas, parentes e lideranças comunitárias, renderão muitos votos”. Será? O que temos visto é justamente o contrário. O administrador é pego de calça-curta, com a mão no bolso do GDF e o distrital fica com a pecha de ter sido o responsável pela indicação de mais um corrupto.

A esfarrapada desculpa recorrente é a de que, “indiquei mas quem fez a besteira foi ele, eu sou inocente, já falei para o governador demitir, não concordo com a corrupção”.

E mais uma vez ficamos sem saber qual a verdadeira vantagem nas indicações?

Um dos instrumentos legais que ajudariam na solução, dorme no Senado Federal. A PEC 29/2011 de autoria do senador Rodrigo Rollemberg, pretende alterar os artigos 14 e 32 da Constituição Federal, para estabelecer a elegibilidade dos cargos de Administrador Regional no Distrito Federal.

Como não há interesse político, tendo em vista que o administrador a ser eleito pode ser um opositor ao governador que estiver em exercício, em 10/04/2013 o relator da emenda a retirou de pauta para reexame do relatório sem data para votação na CCJ do Senado Federal.

Pelo jeito tem gato na tuba. Enquanto a polícia e o MP fazem a sua parte, nós vamos engrossando o coro dos seguidores da campanha Xô Satanás 2014!