Os mensaleiros do PT e a velocidade da justiça entre pobres, ricos e prestigiados

Os mensaleiros do PT e a velocidade da justiça entre pobres, ricos e prestigiados
Os mensaleiros do PT e a velocidade da justiça entre pobres, ricos e prestigiados

Edson Sombra / Redação / Youtube - 21/11/2013 14:56:57 | Foto:

Tudo na vida tem um tempo próprio.


Na justiça não.


É diferente, ou melhor, a justiça tem dois tempos próprios. Um, quando o réu é pobre, outro, quando o réu é rico. ...


O pobre logo de cara é chamado de réu, o rico é tratado como acusado.


Quando o réu é pobre, a justiça age como uma Ferrari último modelo, voa. Normalmente, logo no início do processo os pobres são preventivamente presos, a alegação quase sempre é a mesma: o risco que sua liberdade representa para o convívio na sociedade e aguardam o processo encarcerados. Tudo corre muito rápido.


Quando o réu é rico, ou melhor o acusado, o processo se arrasta, a justiça parece uma Fiat Elba velha e caindo aos pedaços. Aí, é o réu que anda de Ferrari último modelo, frequenta bons restaurantes, anda em lanchas caríssimas, tripudia e cospe na cara da sociedade. Muitos deles continuam praticando o mesmo tipo de crime sem contudo ser importunado. Tudo corre muito lentamente.


O réu rico dispõe e paga advogados caríssimos, alguns desses até se tornam sócios dos advogados que os defendem.


Ja o réu pobre, sem dinheiro, coitado só pode contar com as defensorias publicas, essas sucateadas muitas vezes ate que tentam mas infelizmente não tem como acompanhar com mesmo afinco os milhares de "clientes" pobres que as procuram, na busca de terem os direitos reconhecidos. Aos réus pobres, a defensorias publicas, ainda que disponham em seus quadros de excelentes profissionais, não possuem a mínima estrutura necessária para atender a quem

Aqui no Distrito Federal, pouquíssimos deles se encarregam da maioria dos casos criminais. A Defensória Publica do Distrito Federal atende cerca de 90% da massa carcerária. Os defensores precisam cuidar das audiências que não poucas, do atendimento aos presos e familiares. Ao todo no Distrito Federal são nove defensores.


Os réus ricos e com prestígio como os que acabam de serem hospedados no sistema prisional da Papuda, dispõem de excelentes e selecionados advogados, equipes gigantescas de profissionais do direito, muitas das vezes para cuidar de um único réu.


Geralmente quando o réu pobre se torna condenado, a velocidade da justiça muda mais ainda. A execução penal passa a ser lentíssima. O preso pobre espera meses, as vezes ate anos, para ver um pedido de benefício analisado.


Para o réu rico, a justiça, lenta para condenar, é rapidíssima para analisar os benefícios.


O caso do mensalão confirma o que se diz. A justiça foi lentíssima para condenar os ricos e influentes empresários e políticos que se envolveram no maior escândalo de corrupção da nossa República. Foram 08 anos e seis meses, longuíssimos e demorados anos, sem que ninguém fosse preso cautelarmente.


Agora que foram presos, de repente e em uma velocidade impressionante estão sendo transferidos para o regime semiaberto, queira Deus e ninguém duvide, em poucos dias terão todos os benefícios a que fazem jus deferidos e implementados.


Diferentemente os presos pobres, que, costumeiramente, são presos logo no início do processo e que são julgados de forma rápida, quando postulam benefícios na execução penal, precisam esperar meses para uma resposta do Estado.


Quando os ricos são presos, deputados, senadores, representantes da OAB, dos direitos humanos, todos se mostram vigilantes quanto ao respeito dos direitos do poderoso encarcerado. Quando é um pobre, aí parece valer a máxima, “preso bom é preso enjaulado ou morto”.


Que a superlotação carcerária é uma realidade, todos sabem. As condições de vida no sistema prisional são desumanas, a comida é horrível.


E por que somente agora estamos vendo algumas autoridades indignadas.


Será porque veem um “par” vai preso. E os outros milhares de brasileiros submetidos as mesmas condições? Indignação seletiva é sinônimo de hipocrisia.


Indignação apenas quando algum companheiro político vai preso? Tenham paciência!

Os ricos e os prestigiados, presos devem ter a sua intimidade protegida, certo? Certo, devem ter suas imagens preservadas, certo? Certo, não podem passar por um linchamento moral, certo. Certo.


E quanto o preso pobre que quando vai preso e é exibido como troféu pela polícia aos veículos de comunicação de massa? Isso pode? Pode, presos serem obrigados a conceder entrevistas em programas sensacionalistas, sem que tal fato suscite indignação nos poderosos de plantão? Isso pode?

Enfim, que os governos olhem com mais atenção para o problema do sistema carcerário brasileiro ou então que os mensaleiros do PT recebam tratamento digno, mas, digno e igualitário na mesma medida que hoje é destinado aos presos pobres, pretos e prostitutas em todo o Brasil.

Comentários para "Os mensaleiros do PT e a velocidade da justiça entre pobres, ricos e prestigiados":

Deixe aqui seu comentário

Preencha os campos abaixo:
obrigatório
obrigatório