Uma nação que coloca seu destino na mão de advogados de toga não eleitos pelo povo...

“Uma nação que coloca seu destino político na mão de 9 (Brasil são11) advogados de toga, não eleitos pelo povo, não merece o nome de democracia.” Scalia

Uma nação que coloca seu destino na mão de advogados de toga não eleitos pelo povo...
Uma nação que coloca seu destino na mão de advogados de toga não eleitos pelo povo...

Por Antônio Cabrera* - 28/04/2019 12:14:39 | Foto: Boletimdaliberdade

Recebi hoje um livro com dedicatória escrito pelo filho de uma pessoa que admirava muito.

Este presente me fez lembrar de uma expressão nossa que caducou: “o STF é o guardião da Constituição.”

O livro é sobre a vida de Antonin Scalia, um dos mais brilhantes juristas que passaram pela Suprema Corte dos EUA.

Scalia talvez tenha sido o único Justice (Ministro) que foi aprovado de forma unânime pelo Senado americano com uma votação de 98x0.

Ele manteve a filosofia judicial do originalismo, ou seja, o trabalho do juiz não é adaptar o texto da Constituição às tendências modernas ou às mudanças culturais. Esse é o trabalho do Congresso e dos legislativos Estaduais.

A receita de Scalia é exatamente o oposto do que o nosso STF vem com frequência praticando:

“As palavras são a lei. É isso que se entende por um governo de leis, não de homens. Não estamos ligados pela intenção de nossos legisladores, mas pelas leis que eles promulgaram. E estas leis são estabelecidas em palavras!”

Sim, Scalia ainda fala e deixa claro que na democracia não cabe um governo de juízes.

Quando os ministros do STF abandonam o originalismo, marginalizando o texto da Constituição, é apenas uma questão de tempo até que a própria Constituição seja escanteada.

O Brasil se transformou em uma espécie de túmulo do originalismo, e se os ministros do STF querem fazer leis, suas Excelências devem se submeter ao tormentoso e difícil escrutínio do voto popular.

Preste atenção: um ministro do STF impacta você, seus negócios e a sua fé mais do que qualquer outro cargo.

Da próxima vez que o presidente indicar algum juiz para o STF, a receita é simples: fazer uma criteriosa analise da sua carreira jurídica e atentar se ela está em sintonia com os valores básicos da Constituição.

Precisamos de um juiz altamente qualificado, leal às leis, à Constituição, aos precedentes e não de um legislador.

Precisamos, isto sim, de um STF sem partido.

Mesmo com uma Constituição ruim como a nossa e bons juízes é possível ainda governar. Mas de nada adiantará reformar a Constituição e continuarmos com ministros ideológicos e com um funesto ativismo judicial, pois o resultado será a supremacia judicial sobre outros poderes e ingovernabilidade.

Aliás, de curto prazo, a solução é infantil: não precisamos reescrever a Constituição, o que precisamos é que os digníssimos ocupantes do STF apenas releiam a nossa Carta Magna.

*Antônio foi ministro da Agricultura.

Comentários para "Uma nação que coloca seu destino na mão de advogados de toga não eleitos pelo povo...":

Deixe aqui seu comentário

Preencha os campos abaixo:
obrigatório
obrigatório