Bolsonaro dirige um governo que entra em combustão espontânea entre seus próprios integrantes

O governo do “muito barulho por nada”

Bolsonaro dirige um governo que entra em combustão espontânea entre seus próprios integrantes
Bolsonaro dirige um governo que entra em combustão espontânea entre seus próprios integrantes

Por Matheus Leitão - Revista Veja - 26/10/2020 18:51:29 | Foto: Estadão

O governo Bolsonaro é especialista em afogar-se em poça de água. Do nada, apareceu uma briga entre o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles , e o ministro ministro-chefe da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos . E, do nada, ela também desapareceu. Mas não sem antes uma forte repercussão do novo embate.

Os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia, e do Senado, Davi Alcolumbre, saíram em defesa de Ramos. Os filhos do presidente defendem Salles.

Mas por que eles brigaram? Salles tem sido um mau ministro cujo o custo dos erros tem sido enfrentado pela ministra da Agricultura, Tereza Cristina, e o agronegócio exportador, que passam o tempo todo querendo provar que o Brasil protege sim a sua floresta.

Já Luiz Eduardo Ramos, apesar de nomeado, nunca foi vocacionado para a articulação política e claramente está sendo engolido em sua tarefa pelo experiente ministro das Comunicações, Fábio Faria, que vem de quatro mandatos consecutivos como deputado.

Se nenhum dos dois – Salles e Ramos – faz bem a sua tarefa, o melhor seria que ambos perdessem a briga. Mas o que está em jogo é a dinâmica estranha do governo Bolsonaro. De repente, a gestão entra em combustão ou porque essa entidade, “os filhos”, não gostou de alguma coisa, ou porque a outra entidade extraterritorial, “o Olavo”, também não gostou de algo.

No caso desta briga entre Salles e Ramos, ela surgiu quando já havia o desconforto na ala militar do governo com a forma como o general Eduardo Pazuello foi tratado na semana passada. Isso, no episódio da vacina chinesa, e a possibilidade da compra do imunizante pelo Ministério da Saúde. Ou seja, agora o desconforto aumentou.

Há ainda a explicação mais plausível: eles criam conflitos para desviar a atenção de outros problemas mais urgentes. Ou criam situações de estresse para poder manter agitados os apoiadores radiciais. De toda forma, é assim que o governo anda. Ou não anda.

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