Agora, a OAB-DF deverá assumir uma postura crítica com relação ao futuro governador.
Por Matheus Leitão - 01/12/2018 11:23:59 | Foto:
O governador eleito do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), sofreu a primeira derrota política antes mesmo de tomar posse.
Ibaneis se empenhou pessoalmente para eleger alguém próximo a ele no comando da Ordem dos Advogados do Brasil em Brasília (OAB-DF). Mas o vencedor foi o candidato apoiado pelo principal adversário, o advogado Francisco Caputo.
O resultado prático é que, agora, a OAB terá forte atuação crítica à gestão do emedebista e poderá ajuizar ações contra projetos e nomeações.
A derrota também é do presidente Michel Temer, a quem Ibaneis é alinhado.
Neste ano, o MDB elegeu apenas 3 governadores. Para o grupo de Temer, o único reduto disponível para influenciar o governo e fazer nomeações é o Distrito Federal. Os outros 2 estados que o partido governará, Pará e Alagoas, já estão sob os grupos de Jader Barbalho, que elegeu o filho Helder, e de Renan Calheiros, que reelegeu Renan Filho.
Por isso, Ibaneis tem nomeado alguns dos principais e mais próximos auxiliares de Temer, como Sarney Filho (ministro do Meio Ambiente), Ericka Filippelli (que integrou a Secretaria de Políticas para Mulheres) e Gustavo Rocha (que acumula a Subchefia de Assuntos Jurídicos da Presidência com o Ministério dos Direitos Humanos), entre outros.
O grupo de Ibaneis controlava a OAB-DF desde 2013. Primeiro, com ele mesmo na presidência, de 2013 a 2015 e, em seguida, com Juliano Costa Couto, atual presidente.
Couto é, desde o ano passado, personagem de um dos principais escândalos do país, o caso JBS. Ele foi denunciado pelo Ministério Público Federal por corrupção ativa e lavagem de dinheiro. Segundo o MP, Couto esteve em reuniões com o diretor jurídico do grupo J&F, Francisco de Assis e Silva, e intermediou a contratação do advogado Willer Tomaz com o intuito de conseguir vantagens com o procurador Ângelo Goulart Villela e de interferir na Justiça Federal.
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