Em artigo enviado à coluna, o cientista político Rodrigo Silva explica a raiz do golpismo no Exército, Marinha e Aeronáutica...
Por matheus Leitão/revista Veja - 11/02/2024 18:58:08 | Foto: Exército Brasileiro divulgação
Desde os acontecimentos de 8 de janeiro, o que mais se ouve é que uma parte significativa dos militares, em especial a cúpula das Forças Armadas, com exceção do comando da Marinha, se manteve legalista. A tese é claramente falsa. O lastro não é só conjuntural, com a conivência dos militares após as eleições de 2022, é também histórico. O famigerado artigo 142 é a materialização, estúpida claro, da tentativa insistente das Forças Armadas se arvorarem como atores políticos. A lista de pronunciamentos políticos dos militares é longa.
Desde o Império, com a bem sucedida campanha no Paraguai eles se sentem donos de uma obrigação protetoral sobre a nação. Querem dar pitacos ou inferir em decisões e em momentos críticos do Brasil. Foi assim na própria proclamação da República, inaugurada com um golpe, quando o marechal, então amigo do imperador, se sentiu à vontade para mudar o regime e implantar a República, que já nasceu meio torta. Depois veio o golpe dentro do golpe com Floriano Peixoto. A primeira república foi, entre civis e militares no poder, permeada por acordos com a caserna.
Por Matheus Leitão/Revista Veja
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